Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.


Há pessoas que são flores no jardim da criação divina. Outras, entretanto, preferem ser frutos, porque renunciam à beleza de certas posturas acomodatícias, em função de ingressarem, ardorosa, corajosa e disciplinadamente, no caminho do serviço mais intenso, da produtividade pelo bem comum.

Ficamos menos “belos”, na aparência, para a perspectiva das convenções do mundo ou para o plano de nossas expectativas idealizadas sobre identidade pessoal, quando saímos do circuito da mera especulação, adentrando a seara árdega das construções efetivas para utilidade geral. A despeito, todavia, dos acidentes naturais ao empenho de edificar as obras do bem, a graça de Deus acompanha quem se delega o esforço de produzir o melhor.

Que aqueles que se percebem não tão “coloridos” e “encantadores”, como improdutivas “flores de Deus” – não tão ingênuos; talvez, não mais tão alinhados com as próprias utopias, como na primeira juventude –, lembrem-se de que podem não estar no campo do idílico, mas que estão adentrando, muito meritoriamente, como frutos do pomar Divino, a esfera das realizações!… Rememorem, outrossim, que é exatamente pelo resultado que apresentamos, ao nos introduzir nesta dimensão fundamental do ser – a de gerar benefícios –, que seremos aferidos pelo Plano Sublime de Vida. Para corroborar esta assertiva, basta nos lembremos das palavras de Nosso Senhor Jesus: “Conhece-se a árvore pelos frutos”.

Alguns concretizam dez por cento, dos oitenta ou noventa que julgavam possível, no âmbito das idéias. E se comparam, inadvertidamente, aos que ficam com os noventa ou cem por cento de elucubrações vazias – em projetos “perfeitos”, que nunca saem do papel –, mas que se dispõem, mesmo assim, a criticar os realizadores em suas iniciativas altamente meritórias em disseminar o bem, embora todas as deficiências que estes portem. Mostram-se, neste cotejo injusto com os irmãos mais vaidosos e inertes, comumente abatidos, adicionando-se o mal-estar, para completar, pela disparidade que detectam entre o que conjecturavam, em princípio, ser viável desdobrar e o que de fato materializaram, no domínio prático.

Tranqüilizem-se, entretanto, porque, se não paralisam o muito fazer no bem, pelo agudamente notarem suas falhas humanas, provavelmente estarão realizando muito mais do que imaginam, em termos de valor moral íntimo, já que as expectativas do Alto nada têm das impropriedades das distorcidas expectativas humanas. Este é, inclusive – válido aqui destacar –, o típico estado de tensão íntima, o conflitivo paradoxo psicológico das almas nobres, que se candidatam à santidade: perceber a própria falibilidade humana tão claramente quanto determinadamente fazem o melhor de si pela humanidade.

Peçamos energia e inspiração para viver, corajosa e persistentemente, a disciplina de transformar em atos as nossas idealizações, a fim de que, a pouco e pouco, degrau a degrau, subamos a escada mística, rumo ao cume da Espiritualidade Excelsa, a que todos estamos destinados.

Que Deus os abençoe em seus propósitos; mas, principalmente, em seus esforços, dia a dia, aplicados na concretização de seus ideais no campo do bem.

(Mensagem recebida pela psicofonia de Benjamin Teixeira, na reunião mediúnica fechada do dia 14 de agosto de 2007. Revisão de Delano Mothé.)