(Sutilezas na necessidade de estudo e assiduidade às tarefas mediúnicas.) (*)


Benjamin Teixeira
pelo espírito
Temístocles.

Boa noite, amigos e irmãos em ideal.

Fala-lhes Temístocles, responsável pela parte técnica do andamento das atividades medianímicas de nossa Organização.

Embora sejamos caracterizados por forte inclinação à flexibilidade e à tolerância, em excelente propósito de adaptação às necessidades e peculiaridades de maior dinamismo da vida moderna, cabe-nos comunicar aos prezados amigos, neste ano que ainda se inicia, uma série de alterações de importância estratégica, para a boa condução das tarefas de intercâmbio com nossa dimensão de existência.

1) Assiduidade.

Não é possível manter-se sistema seguro de comunicação mediúnica, sem um forte critério na disciplina da freqüência. Assim como os companheiros não andam faltando ao trabalho, no campo profissional, com descaso, muito menos nesta função é compreensível o absenteísmo. Para que os condiscípulos compreendam a gravidade do que dizemos, não pode haver, sob hipótese nenhuma, número de ausências superior a 1/4 das semanas por mês.

Por outro lado, correlato está o dever de comparecer às reuniões públicas centrais, dos domingos. O mesmo padrão de freqüência é exigido (1/4), a fim de que os diapasões mentais e energéticos sejam garantidos num patamar mínimo de similitude, de modo que haja um piso elementar de harmonia, para que processos mais lesivos de perturbação não interfiram na delicadíssima ocupação de socorro às vítimas de além-túmulo. O comparecimento sistemático a outras casas espíritas ou espiritualistas, e mesmo a presença em grupos de estudo de nossa mesma Instituição, como os da segunda e da quarta, não eximem os participantes de nossas mediúnicas de estarem nos encontros seminais dos domingos, já que lá acontece a elaboração axial de entrelaçamento psíquico-espiritual dos amigos com Nosso Plano de Ação, pelo âmbito essencial das idéias.

2) O horário e a necessidade do estudo.

Apesar do respeito que tivemos pela decisão de mudança do horário para dezenove horas (e seus respectivos motivos), em ambas mediúnicas, que nos foi apresentada, e com que anuímos por um tempo, de forma a que o livre-arbítrio dos envolvidos pudesse lhes trazer aprendizados específicos, que não poderiam ocorrer d’outra forma, somos de convir que não é possível dar como facultativa a presença dos partícipes das reuniões mediúnicas na parte introdutória de estudos do trabalho medianímico. O ideal seria que todos dispensassem tempo para isso, em casa, no salutar autodidatismo que esta esfera de saber exige de quem realmente se candidate à ascese; ou, no mínimo, que houvesse outro encontro semanal obrigatório, tão-somente para esta ocupação imprescindível ao bom trato com a perigosa e delicadíssima realidade espiritual. Fazer prática de psiquismo, sem o devido respaldo teórico, equivale a adentrar um centro cirúrgico, sem noções mínimas de assepsia; ou um laboratório, sem a utilização de luvas apropriadas ao manejo do material explosivo e/ou corrosivo, e/ou venenoso, e/ou tóxico, lá encontradiço. Nem falaremos sobre aqueles que pretendem canalizar a Espiritualidade, desprovidos deste acervo filosófico-científico – a melhor metáfora a representar este desplante seria a de um indivíduo que se arroga a competência de cirurgião, lançando-se a uma prática de operação médica, sem haver estado, n’algum tempo, numa academia de Medicina.

Assim, determinamos que o horário volte a ser 19h30min, para o início dos estudos, sem a permissão para que se entre no salão depois deste momento. A fim de que as reuniões não se estendam muito, os prezados companheiros podem exercitar o poder de síntese, em suas descrições pessoais de experiências íntimas. Se não, devem se recordar de que, para um curso superior noturno, não se “perde” apenas uma noite na semana, mas quatro ou cinco; às vezes, seis – que, entretanto, facilmente são vistas como “ganhas”, por se interpretar tal tempo dedicado à instrução formal como um investimento relevante para o próprio futuro. Estas nossas reuniões podem ser compreendidas não só como um curso, mas um curso “sui generis” e preciosíssimo (constituindo mesmo uma concessão especialíssima da Divina Providência, que muitos almejariam usufruir e não têm como desfrutar), de modo algum, destarte, inferior a uma faculdade ou pós-graduação do plano físico de vida. Habilitarem-se os respeitáveis confrades ao trato com a parcela dita “invisível” e “intangível” da realidade, e com sua própria interioridade espiritual-intuitiva, constitui uma disciplina do saber indispensável à felicidade, à paz e à conquista do que os orientais denominam de “iluminação”.

3) O Pe. Gustavo Henrique, aqui presente, passará à ilustração do assunto, por meio de mensagem a respeito do tema mediunidade e intuição, que deve ser publicada em nosso sítio eletrônico na próxima sexta-feira ou na segunda da próxima semana, conforme as definições programáticas a encargo dos próprios colaboradores encarnados incumbidos da tarefa de administração das publicações em nosso site da internet.

Agradecido pela atenção e consideração a nossas palavras, solicitando, obviamente, que estes comandos sejam comunicados ao grupo mediúnico de quinta-feira, igualmente, e pedindo que aqueles que não aquiescerem a nossas estipulações façam a especial gentileza de se desligarem desta grave e perigosa incumbência, a fim de não exporem a si mesmos e seus entes queridos a riscos desnecessários,

Temístocles.
Aracaju, 29 de janeiro de 2008.

(*) Esta mensagem foi originalmente recebida para ser distribuída com os participantes de nossas reuniões mediúnicas, tendo sido psicografada, inclusive, no transcorrer de uma delas, a que eu mesmo presido. Acreditamos, porém, que suas diretrizes e entrelinhas valem muito para outras instituições, na sua busca de conciliar tradições espíritas e modernidade, imprimindo disciplina com realismo, no contexto das premências de uma civilização permeada pela velocidade, pela mudança e pelas solicitações variadas e simultâneas.

(Nota do Médium)