Era sexta-feira, feriado de 21 de abril (deste ano), quando, após o “Culto do Evangelho” que faço diariamente em minha casa, às 14 h, diante de minha mãe e mais três amigas queridas, irmãs do coração, procedi à canalização de mensagens de cunho pessoal para as presentes, provenientes do Plano Superior de Vida (*): da irmã de duas delas, do mentor familiar de uma outra, da amável Irmã Brígida, uma das grandes benfeitoras do Projeto, e de uma irmã de minha mãe – todos obviamente desencarnados. Em todos os comunicados, dados íntimos que eu desconhecia foram revelados, para dar o toque de autenticidade das falas espirituais, como sempre acontece nestes encontros, sensibilizando todos os presentes.

Em meio às lágrimas discretas de emoção comum, surgiu-me a figura altaneira de um grande senador romano, devidamente caracterizado com sua toga varonil, postura imponente que me impressionou deveras. Ostentando simbolicamente uma espada pesada branca, desembainhada mas apontada para baixo, como a dizer-se disposto a lutar por uma causa justa, mas sem nenhum propósito ofensivo ou agressivo, disse-me, lacônica e sabiamente, em tom solene e majestoso:

“Sim, é verdade, o amor engloba a justiça. No entanto, embora a inclua, axial saber que não existe amor sem justiça. O amor que não for ratificado pela justiça pode parecer amor, mas constituirá outra expressão da alma humana, eivada de vícios e paixões egóicas.

A justiça, a ética e o bem são o que são em todo lugar e tempo. E, inobstante possa haver relativizações, conforme contexto cultural e circunstâncias especiais em cada situação analisada, apenas o grau de culpa é variável, e não o valor do ato em si, que, objetivamente, nunca deixa de ser um bem ou um mal.

Tenhamos cuidado com o excessivo perspectivismo dos dias atuais, bem como com a permissividade quase cínica que lhe está implicada. O que é certo e justo é-o em qualquer caso e contingência considerados.”

A identidade do grande senador foi revelada em seguida, por grande mestra desencarnada, freira católica em sua última existência física, e uma série de outras questões atinentes ao projeto foi por ela ventilada. Todavia, o nome da autoridade romana de prístinas eras, bem como o da própria grande educadora, irmã de caridade, não temos autorização a publicar. Fica, entretanto, registrada, para o prezado leitor, esta pérola de sabedoria imortal, que pedi licença para trazer a lume, em função do bem que supus poderia fazer germinar nas vidas de muitos, sendo-ma concedida.

(Texto redigido por Benjamin Teixeira, em 25 de abril de 2006. Revisão de Delano Mothé.)

(*) Variação na forma de se referir à comunidade dos bons espíritos, ou, ao modo clássico, kardequiano: “espiritualidade superior”.

(Nota do médium)