Meus queridos amigos e condiscípulos em ideal espírita e salto-quantista:

Que as bênçãos da Mãe Santíssima nos cubram, hoje e sempre.

Hoje realizamos a nossa primeira confraternização de trabalhadores e de voluntários do Projeto Salto Quântico. Embora isso possa soar prosaico, trata-se de iniciativa de vulto na história do projeto, já que isso nunca foi feito, com esta intenção tão-somente, mas apenas se aproveitavam festejos outros, para congraçar os amigos de ideal. Assim, endossamos e mui fortemente estimulamos a que este empreendimento se mantenha, embora a periodicidade venha a ser definida conforme possibilidades de administração do grupo.

Para dar uma feição fraterna mas também espiritual a nosso encontro, o primeiro deste modo, gostaria de que fosse aberta a nossa Bíblia Sagrada, em João, capítulo 19, verscículos 15 a 18, para que se leia a instrução de Jesus aos momentos de grande gáudio espiritual.

“Mas eles bradaram: Tira, tira, crucifica-O. Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão o César. Então entregou-lh’O, para que fosse crucificado. E tomaram a Jesus, e O levaram. E levando Ele às costas a Sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota. Onde O crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.”

A crucificação de Jesus aconteceu logo após a festa popular que ficou conhecida como “Domingo de Ramos”, de acordo com as tradições católicas. Jesus foi recepcionado com grande ovação popular, e, logo mais, era levado ao Gólgota para o martírio supremo, em “via crucis” inominável e em absoluto estado de solidão íntima. Entretanto, se prestarmos atenção, notaremos que o Cristo, que estava ladeado de ladrões, foi apregoado numa seta simbólica apontando para o Alto, para Lá se dirigindo, nunca mais retornando ao mundo físico em Pessoa.

Destarte, quando notarmos que os momentos de alegria foram substituídos por instantes de grande amargura e dor moral, compreendamos que chegou a oportunidade sublime da provação de nosso ideal e de nossa fé, que nos conduzirá a novo nível de consciência, como Jesus, trafegando em sua paixão, rumo à “ressurreição”. Luz e treva, alegria e tristeza, vida e morte, tudo se alterna, na sagrada “Dança de Shiva”, como dito por místicos do Oriente e consagrado por filósofos da Física Quântica e pensadores da Psicologia Profunda. É hora de nos abstrairmos da ingênua pressuposição (superando-a) de que a vida deve atender a nossos caprichos pessoais, e jornadearmos pela trilha certa da maturidade e da sabedoria, que nos dizem, claramente, ser necessário fluir, com serenidade e autodomínio, em quaisquer circunstâncias da vida, luminosas ou obscuras, extraindo, de cada qual, o néctar sublime de aprendizado a ser assimilado.

Que a fraternidade, a solidariedade, o amor, em todas as suas manifestações, da simpatia distante à ternura íntima, unam-nos cada vez mais, na certeza de que, como disse o Apóstolo Paulo, um feixe de varas é mais difícil de quebrar que uma vara isoladamente.

Por fim, seguindo este ideal transcendente de fé e de serviço, no esforço de atualização dos princípios imortais e espirituais do Plano Superior de Vida, para a modernidade do século XXI, podemos juntos dizer, em alto e bom som, sobremaneira ecoando na câmara secreta de nossas almas, as palavras também de Paulo, em sua epístola aos Romanos, que adotamos como lema de nossa causa: “Se Deus é por nós, quem estará contra nós?”

A Irmã em Cristo, Jesus e Maria Cristo,

Eugênia.
Aracaju, 10 de junho de 2006.

(Psicografia de Benjamin Teixeira. Revisão de Delano Mothé.)