Benjamin Teixeira
pelo espírito
Roberto.

Sentei-me para psicografar a mensagem do dia para este sítio eletrônico, e o espírito Roberto, com ar sério, embora um tanto descontraído, sentou-se ao meu lado.

Gostaria que visse a “cara” da Eugênia, quando nos pusemos em busca do sinal de “Nosso Lar” (*1) em nossos sistemas de comunicação, em atendimento ao serviço de arregimentação de força-tarefa adicional para atividades para-médicas espirituais do Carnaval deste ano. Andrômeda (*2) recebeu um chamado de lá, e todos os enfermeiros espirituais na ativa foram obrigados a se alistar, para avaliação e possível convocação para atuação provisória na “Cidade Maravilhosa”. Como Salvador já está com os contingentes de vigilância médico-espiritual completos, providenciados por “Alvorada Nova” (*3), em função do expressivo fluxo de visitantes à cidade neste período festivo, foram disponibilizadas mais algumas comissões de “profissionais” da saúde de nosso plano de existência, para a antiga capital da República, que fica em polvorosa por este tempo, com turistas moralmente desgovernados do mundo inteiro, e que realmente anda com dificuldades consideráveis para agrupar gente suficiente de nossa dimensão para os socorros indispensáveis aos encarnados em desatino.

Como assim? – não sei se entendi.

Ela pensou que eu fosse ficar em Aracaju, por esta época, para os serviços domingueiros do projeto, principalmente, e os trabalhos de busca e prestação de auxílio a entidades sofredoras relacionados a freqüentadores das palestras públicas do Espaço Emes (*4). Bem, o fato é que me alistei, embora tenha sido dispensado, apesar de ser enfermeiro experiente nesta ordem de serviço. Na pré-carnavalesca sergipana (*5), sou sempre convocado e ajo com presteza, esquecendo-me aqui um pouco da modéstia para revelar-lho. Contudo… mesmo sendo excelente servidor nesta especialidade… dispensaram-me…

Os dados me parecem ainda incompletos. Por que Eugênia “fez uma cara”? – que “cara” é esta? E por que você foi dispensado?

Previamente cônscia do que se passava no antigo Estado da Guanabara e antevendo tais movimentos extraordinários de evocação de socorro, a grande mestra já havia despachado petição para minha manutenção no Nordeste, a fim de que pudéssemos operar mais no período carnavalesco, em outras funções de resgate espiritual. E, no entanto, a situação está tão crítica no Rio, que as Autoridades Espirituais precisaram fazer seleção de “reservistas-enfermeiros” e “reservistas-médicos” ou auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas e psicólogos de todo o país (entre outros “profissionais” da área de socorro psico-físico que não têm, por ora, correspondentes no plano físico), com ou sem atividades previstas para esta fase do ano. A “cara” foi de surpresa e digo-o pelo meu prazer de desforra masculina por a mentora maior se ver em apuros com minha possível ausência no período pré-estipulado para as caravanas de resgate a sofredores no umbral (*6). Sou sempre muito útil, nestas ocasiões, dirigindo equipes de socorristas, e não funcionando como um mero socorrista (wow!, como sou vaidoso!) A influência dela, respeitável no plano maior de vida, é claro, todavia, manteve-me por aqui.

Ainda não compreendi esta sua satisfação, o porquê desta tal “desforra masculina”.

Benjamin!… Esquece-se de que muitos de nós homens abominamos a liderança feminina, ainda quando se trata de uma alma de escol como Eugênia? Obviamente que este meu prazer de “vindita íntima” foi sutil e que a sábia Eugênia, em verdade, só fez uma expressão suave de surpresa e não uma carantonha de perplexidade como eu fiz crer, nesta minha fala provocativa. Quero chamar a atenção exatamente para isto: muitos homens não se sentem à vontade com a condução de competentes chefas, enquanto, na realidade, os homens são muito melhores em execução do que em liderança, na mesma medida em que mulheres são muito mais aptas a gerir massas humanas, abarcando, com suas mentes expansivas e multidimensionais, as necessidades e talentos de todos, bem como seus pontos fracos, sem perder de mente o foco nos resultados e a missão da organização.

Tudo bem. Mais algo a dizer?

Creio que isto seja o bastante, não? Que avaliemos as pessoas não por sexo ou por sua preferência sexual, por sua raça ou por sua definição religiosa e política, muito menos por origem étnica ou cultural. Que valorizemos cada criatura na posição evolutiva em que se encontre, por seus valores intrínsecos e não por suas manifestações exteriores, porque, em verdade, tudo se expressa pela essência e não pela aparência.

(Diálogo travado na madrugada de 7 de fevereiro de 2006.)

(*1) Cidade astral sobre a capital fluminense.

(*2) Cidade do plano espiritual superior que fica sobre o Estado de Sergipe.

(*3) Cidade astral que fica sobre Salvador.

(*4) Casa de show da capital sergipana, onde realizamos nossas palestras públicas nos domingos, às 19 h e 30 min.

(*5) Pré-Caju.

(*6) Regiões do plano extra-físico de vida que equivaleriam ao “purgatório” católico.

(Notas do Médium)