Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Não se abasbaque com pouca coisa. O assombro é importante, como capacidade de se maravilhar, de degustar a vida em todas as suas riquezas, sutilezas, profundidades. Todavia, quero dizer: não se impressione com os primeiros resultados positivos de uma iniciativa, supondo que tudo serão flores, em seguida. Há sempre momentos difíceis, e, se o indivíduo não os aguardar, pode se decepcionar seriamente com sua chegada, desistindo de seus projetos de vida.

Conhecendo isso, de antemão, prepare-se, mantendo-se psicologicamente prevenido, para o embate com as forças contrárias. Quando a dificuldade ou mesmo a adversidade advierem, encare-as com naturalidade e simplesmente prossiga em seu caminho, ainda que claudicando ou mesmo tropeçando, caindo e soerguendo-se, sucessivas vezes. Mas não deixe a jornada em meio. Persista, com denodo, e o auxílio sobrevirá, assim como a fortaleza de sua alma será incrementada, a ponto de torná-la, com o tempo, imperturbável a ataques externos.

A facilidade tem o seu momento, como também os períodos em que obstáculos e aparentes impedimentos se multiplicam e se agigantam, estrangulando os sonhos da alma. Não os dê, entretanto, por mortos. Nunca aceite a falência de seus ideais. Faça-os renascerem, tantas vezes quantas se façam necessárias; e, assim, estará atravessando o estágio de testes, realmente conquistando o direito de atingir as metas que almeja para si.

Enrijeça o espírito. O espírito de luta deve-lhe ser sempre natural. A necessidade de pugnar é constante, em todos os âmbitos da existência. Acostume-se ao espírito da peleja contínua, com serenidade – é no paradoxo de viver a batalha, com tranqüilidade, que você apreenderá, claramente, que existe uma guerra, mas não adversários. Não há o lado inimigo, mas o lado fraco, a ser fortalecido, por dentro de nós mesmos.

Vivendo, plenamente, essa filosofia de vida, em muito pouco tempo notará a paz, como a morada de seu coração, e a felicidade, como um norte constante para sua caminhada.

(Texto recebido em 9 de junho de 2000. Revisão atual de Delano Mothé.)