por Benjamin Teixeira.

“Dize-me com quem andas, e dir-te-ei quem és.”
Sócrates.

“Aquele que pôs Comigo a mão no prato, este Me trairá.”
Jesus (Mateus, 26:23)

“Eu vim para que as ovelhas tenham vida, e a tenham em abundância.”
Jesus (João, 10:10)

“O trabalhador merece o seu sustento.”
Jesus (Mateus, 10:10)


Acordei com esta temática em mente, após minhas três horas e meia de sono da noite. Sabia haver trazido o tema do contato com os Bons Espíritos, em suas magistrais aulas a que assisto, fora do corpo, amiúde. Todavia, Eugênia me disse que deveria ser eu a escrever de próprio punho – como me ocorre, por vezes –, a respeito do assunto-conteúdo da “mensagem do dia” de nosso site, para esta terça-feira, 15 de julho de 2008.

Muitos me perguntam: “O que fazer para afastar as pessoas ingratas e ignaras de perto de mim?” E “eu” lhes respondo: Torne-se melhor, aja melhor, vibre melhores sentimentos.

Bernadette Soubirous reencarnou em ambiente inculto e primitivo, e, a despeito de ninguém vibrar em sua freqüência sublime de sentimentos, fez o Céu despencar sobre a Terra, de modo que, em plena lixeira, no insignificante e esquecido burgo de Lourdes, no interior francês, contactou a própria Mãe de Jesus.

Você pode me dizer: “Convivo com gente invejosa, mesquinha, cruel, egoísta, ciumenta e gananciosa”, estando coberto de razão. A questão é que, se você se acha de alguma forma “amarrado” à coexistência com essas pessoas: “Bingo!” – há sintonia entre você e elas: é a lei inexorável de atração que rege os processos de aproximação e relacionamento interpessoal.

À medida que alteramos para melhor nosso diapasão vibratório, atraímos, progressivamente, pessoas de valores, propósitos e prioridades de vida gradativamente superiores. É comum, também, que fiquemos com áreas divididas em nossas existências, a retratarem parcelas diferenciadas de nosso “eu total” – algo como: infelicidade e miséria no trabalho, mas bem-aventurança em casa; ou o contrário. De reversa maneira, na mesma proporção em que magnetizamos indivíduos de melhor caráter para nossos caminhos, vamos, naturalmente, repelindo aqueles que não mais se compatibilizam com nosso padrão de onda mental. Essas ondas psíquicas, que nos definem a personalidade profunda, pelas irradiações emanadas de nossa intimidade, determinam, inarredavelmente, nossa teia de relações, em todos os níveis e departamentos de nossas vidas.

É por ação deste princípio, aplicado de modo complexo à complicada mente humana e suas racionalizações mirabolantes, em defesa do delirante ego inflado dos dementes morais, que assistimos a um curioso fenômeno: criaturas moralmente menos desenvolvidas, em relação à nossa estatura evolutiva, afastam-se de nosso convívio, asseverando, espavoridas, que descobriram torpezas em nós que… “Bingo!” novamente: são exatamente as que elas portam em vultosa dosagem – defeitos que talvez nem mesmo portemos, ou que carreemos conosco, como traços secundários do perfil psicológico. Constitui este, de fato, um dos mais interessantes mecanismos das relações humanas, no meu entender: a antipatia que os maus sentem pelos bons, embora, amiúde, leiam as circunstâncias espirituais pelo avesso – ou seja: interpretam as figuras superiores a si como hipócritas e perversas, jamais se vendo, eles próprios, como venais e preconceituosos, orgulhosos e cruéis. Não por acaso, santos e mártires, e mesmo luminares da Humanidade, como Buda e Jesus, sofreram sanhas satânicas de perseguição, por parte de gente que se julgava superior a Eles, sobremaneira – ironia das ironias, injustiça das injustiças – religiosos convencionais. E d’onde vêm os maiores surtos? É isso aí!… “Bingo!” de novo: dos que antes estavam em nossa intimidade, e que, de hora para outra… sentiram-se “chocados” conosco. Conforme disse Nosso Senhor Jesus, o Mestre incomparável: “Aquele que comer do meu prato, este Me trairá.”

Uma experiência reveladora vem acontecendo, neste campo de reflexões, em nossa Organização, no último ano e meio; e, de modo notadamente paradoxal, tem sido uma das maiores promotoras de bem-estar e prosperidade do grupo e seus empreendimentos: estarmos cobrando valores módicos, para a assinatura do nosso site na internet e para a entrada nas palestras públicas que realizamos, aos domingos à noite, em Aracaju. As justificativas para fazermo-lo são tão defensáveis, que parece quase ridículo as explicitarmos, já que mantemos um programa de TV, em rede nacional, a CNT (em horário nobre: às 15h30 de sábados), para mais de 100 canais espalhados por todo o país, utilizando justamente os valores levantados por meio de iniciativas como essas; programa este que leva, GRATUITAMENTE, a lares do Brasil inteiro, a mensagem salvadora e libertadora da imortalidade e da felicidade, em bases racionais e modernas, com total quebra de preconceitos e paradigmas viciosos de conduta pseudomoral – em verdade, apenas moralista (no sentido pejorativo mesmo do termo: permitam o reforço neste aspecto da semântica, pelo delicado e grave do tema). Mais estranho ainda é que esta não passa de uma antiqüíssima prática espírita: a de workshops e seminários, que são serviços pagos. Simplesmente, preferimos manter o mesmo verbete: “palestra”, e o “frisson”, fomentado por algumas almas enfermas (e creio que não muito honestas), espocou.

Inúmeros são os freqüentadores que não podem, mesmo sendo um valor muito parco, despendê-lo, todas as semanas, para nos assistir à preleção, como é o caso não só de componentes de estratos sociais de baixa renda, mas também de jovens estudantes da classe média, cujos pais discordam desta nossa filosofia administrativa. Estes, no entanto, recebem cortesia permanente da direção da Casa, por nossa própria iniciativa; e, hoje, perfazem algo em torno de 1/4 (um quarto) dos freqüentadores assíduos de nossas conferências domingueiras. Entretanto, há os que podem pagar (e muito bem), mas encontram todos os argumentos do mundo e de todos os andares do inferno (risos), na tentativa de justificarem o não-pagar pelo serviço. Ficam, é claro, furiosos; sentem-se digníssimos, em sua abordagem crítica; condenam-nos, por óbvio, acusando-nos de charlatães… de tal modo, que pasma aqueles, com um mínimo de bom senso e isenção, que têm notícia destas reações apaixonadas – o que nos leva, como família espiritual, a nos sentir quase alienígenas lúcidos, num mundo de doentes morais. A perplexidade destes que se afinam com nosso conjunto de valores e que estão conosco nesta campanha do Bem é exteriorizada mais ou menos neste tom: “Será que isso existe realmente? É incrível! Essas pessoas não percebem que estão desatinadas ou completamente obsediadas, ou seriam desonestas e mentirosas mesmo?” Isso porque argumentos como os que aqui estou enfeixando nem sequer são articulados diretamente a eles, que ficam estupefactos, boquiabertos, escandalizados, tão-só com a mesquinharia de gente que imaginavam de melhor qualidade íntima, e que se revelou, por inteiro, neste momento que nem sequer parecia ser de teste – a estes de corações bons e mentes sensatas e lúcidas –, mas que, de fato, acabou o sendo… Olvidaram, tais acusadores – talvez até nem mesmo tenham tido notícia disto, pela falha grave, muito comum, lamentavelmente, no meio espírita, do quase não-estudo das obras básicas e outras complementares da “Doutrina Espírita” –, que o próprio Kardec vivia dos rendimentos da venda de sua Revista Espírita, como ele mesmo deixou registrado, por escrito. Certamente também lhes está fora de conhecimento o fato de que Nosso Senhor Jesus, quanto à questão de poderem ou não Seus seguidores se dedicar, integralmente, à tarefa da difusão da fé cristã e da realização dos denominados “milagres”, em nome d’Ele e do Pai Celestial – prodígios esses que sabemos hoje serem fenômenos mediúnicos –, asseverou esquecessem eles todos os compromissos e responsabilidades do mundo, desse-lhes as costas e se aplicassem, de tempo integral, às atividades que seu ideal lhes apontava, exatamente como Ele o fez, vivendo toda Sua Vida pública inteiramente devotado ao trabalho de divulgação de Suas idéias e na cura dos enfermos de toda ordem, visto que “o trabalhador merece o seu sustento”. Ou seja: nossos críticos estão se sentindo mais abalizados que Jesus e Kardec para falar de Espiritualidade e fidelidade a Deus.

Somente com um grande patriarca da Cristandade se afinam esses contraditores: Paulo de Tarso, que preferiu renunciar a este direito, mas dizendo exatamente isto: que era a abdicação de um direito e não uma obrigação constituída a todos, porque, certamente, cada criatura tem suas necessidades e circunstâncias muito peculiares, a serem consideradas. Mas, em termos humanos, sem dúvida, apenas pela dedicação em tempo exclusivo se pode obter qualidade e rendimento suficientes de trabalho para realizações de vulto, maximizando-se, destarte, o aproveitamento dos recursos e talentos de uma existência. Chico Xavier, por sua vez, realizava um experimento exclusivamente voltado à mediunidade (e não ao trabalho espírita propriamente, como hoje o fazemos), numa era de total rejeição ao Espiritismo, assim dando um ar de estoicismo e santidade indiscutível à sua obra, a fim de podermos atualmente usufruir alguma respeitabilidade ante a sociedade brasileira, por exemplo. A vida de um santo em determinado contexto, todavia, não constitui regra para evos futuros, ou então deveríamos adotar a pobreza monástica de Francisco de Assis e nos lançarmos nus pelas ruas, declarando total desapego aos bens terrenos. O resultado seria, como sabemos, prisão por desacato ao pudor, e imediatamente nos trancafiariam num manicômio judiciário. Nem por isso, contudo, poderia alguém, de sã consciência, questionar as virtudes ímpares do santo de Assis. Cada época e lugar tem suas premências e regras a serem estabelecidas, e pelos frutos das realizações beneméritas – conforme nos ensinou Nosso Senhor – saberemos se os métodos e práticas são apropriados ao propósito do bem comum. Esses, em verdade, são raciocínios tão elementares e conclusões tão axiomáticas, que nos inclinamos a inferências mais sutis, que se seguem.

Qual o princípio que deduzimos? Se uma pessoa não passa por um filtro de justiça tão simples, como colaborar de forma mui módica com um empreendimento tão importante a salvar milhões, jamais poderá revelar qualquer ordem de virtude genuína superior, como a da generosidade, do desapego, do desinteresse – o que, quase pateticamente, os detratores de nossa abordagem dizem possuir em alta medida, e não o enxergarem em nós. Só podemos rir, e rimos, de fato, após a surpresa desagradável do primeiro momento, pois ficamos em paz, cercados daqueles que nos amam verdadeiramente.

E qual o corolário prático desse evento esdrúxulo? Uma melhoria estupenda no padrão vibratório de nossas reuniões públicas. Parecemos estar adentrando um pedacinho do Céu, porque ficou, do lado de fora, debatendo-se, uma legião de profetas da decadência e parasitas mal-assumidos, que continuam sentindo-se vítimas e injustiçados, enquanto se negam a contribuir com o projeto salvador da Espiritualidade Sublime, de levar a mensagem sobrevivencialista a centenas de milhares, milhões de pessoas em todo o país… Neste último domingo, por exemplo, em que celebramos o 20º aniversário da primeira manifestação do espírito Eugênia, pela nossa psicovidência, de modo todo especial nos sentimos arrebatados, ouvindo o mesmo eco de inúmeros dentre as mais de três centenas de encarnados (são 200 os que normalmente estão conosco, pessoalmente, toda semana) que se fizeram convivas no Banquete de Luz, mormente pela fala incomparável de Eugênia, que, além de comover a todos, com sua eloqüência sobre-humana, e iluminar com sua sabedoria sacro-santa, por incorporação direta (como isso seria possível, na completude com que vem ocorrendo, sem essa melhor vibração da platéia?), chamou duas condiscípulas ao palco e dissecou-lhes a vida íntima, com dados que eu desconhecia, o que elas, comovidíssimas, testemunharam, ao microfone, diante da platéia tocadíssima e feliz!…

Mais uma vez, a mesma lição: quando parecemos sofrer decepções, mantendo-nos realmente afinados com fazer o Bem, estamos, em verdade, recebendo incríveis presentes de Deus. Aqueles que apenas queriam se beneficiar, sem nada oferecer em troca, “pesos mortos” numa tarefa já intrincada e difícil, de carrear uma mensagem vanguardista e minoritária, começam a se retirar de nosso círculo, enquanto os que perseveram conosco são premiados com aluviões de graças em suas vidas, sobretudo os mais devotados, muitos dos quais, inclusive, nem sequer colaboram financeiramente com a Instituição, mas dão de suas próprias almas, de seus corações, em preces e dedicação irrestrita à Causa do Bem que abraçamos, em nome de Eugênia e da Espiritualidade Maior, a serviço de multidões imensas, na nossa pátria e além-fronteiras, carentes do esclarecimento e do consolo da Mestra da Felicidade.

Os preconceitos são filtros do amor em nossas vidas. Quem não passa por eles não merece nossa atenção, nossa preocupação, muito menos nossa tristeza ou nossa raiva. Afastam-se de nós, concedendo-nos este especialíssimo favor de nos livrarem do peso de suas energias destrutivas (e autodestrutivas – pobrezinhos que têm que suportar a companhia “carregada” de si mesmos, vida afora), porquanto não conseguiram estar no diapasão da felicidade, que é lastreada em alicerces de fraternidade genuína e alegria com o sucesso e o crescimento dos outros, e não em ataques à auto-estima alheia, por não lograrem submeter o próximo aos próprios caprichos.

Que Deus abençoe aos que prosperam, em todos os sentidos, sobremaneira o moral, sentindo-se cada vez mais felizes, fitando o infinito da abundância que Deus revela a todos quantos sintonizam com Sua Providência Perfeita e Seus Princípios de Vida Plena. Estes são aquelas “crianças” a quem Jesus Se referiu, as que entrariam no Reino dos Céus: o domínio psicológico da bem-aventurança, em qualquer tempo e lugar. Crianças – metaforicamente dizendo –, por isso mesmo, que não são tolas, e sim sábias, ao passo que muitos espertos aguçam tanto a própria esperteza, que se tornam estúpidos, de tanto suspeitarem, a ponto de duvidarem do em que não faz sentido descrer, acabando por perder a conexão com a realidade, em surtos de ódio, frustração e mágoa, afundando, paulatinamente, no charco que criaram para si mesmos, no transbordamento da lama emocional de seus corações mesquinhos, egoístas e invejosos. Que a Divina Bondade se apiede deles. Sofrerão ainda mais, até que parem de ver fora o que existe no fosso fundo de seus próprios egos hipertrofiados e doentes, e que só deixará de existir quando curarem a geratriz-magnetizadora de todos os males de suas vidas: eles mesmos.

(Texto redigido em 14 de julho de 2008. Revisão de Delano Mothé.)