pelos espíritos Irmã Brígida e Eugênia.

Redobra teu esforço e segue.

Os irmãos de jornada existencial não dimensionarão teu sacrifício – avança mesmo assim. Julgam-te um privilegiado e não te notam o esgotamento profundo, na iminência de total bancarrota da psique. Procuram-te, em busca de bálsamo às suas dores, não se dando conta de tua alma lacerada e cruciada de mil padecimentos ocultos, e vão-se, sem te auxiliarem a carregar um pouco o fardo ciclópico que tens sobre os ombros, canga multiplicada de tamanho pela deserção de muitos à participação que lhes cabia, no trabalho que desdobras, em solidão desértica.

Não desistas, porém, prezado amigo, da missão de amor que abraçaste. Reergue-te sobre os escombros de ti mesmo e torna a estender os braços extenuados.

Forças conjugadas das sombras pugnam por te abater o ânimo, a fim de que o projeto de socorro (a milhares diretamente, a milhões indiretamente) que encabeças sofra solução de continuidade. Resiste, heroicamente, aos raios paralisantes com que te dardejam e prossegue, resolutamente, na senda de serviço incansável ao bem comum que esposaste como definidora de teu destino, como rota de tua paz e felicidade, ainda que futura.

Enlouquecem, na sofreguidão pelo ouro ou pelo poder, pelo prestígio ou pelas paixões abrasadoras, e ainda te cobram a renúncia absoluta dos santos, estando eles infinitamente à distância de te compreenderem o idealismo e a virtude. Segue, entrementes, carregando tua cruz de dedicação hercúlea ao bem geral, em silêncio, mas em paz; sob pedradas, porém ofertando flores; vertendo lágrimas por dentro, contudo sorrindo por fora, continuamente. És visto de Cima, fica certo disso. Anjos Excelsos te vêem, amigo, e velam por tuas veredas pedregosas.

Deste modo, com tal persistência acima de qualquer remoque, terás a prova, mais do que para os outros, para ti mesmo, de gravitares, realmente, em círculo de interesses e valores muito acima dos de teus acusadores improvisados, prontos sempre para a crítica ferina, muito longe, todavia, de se igualarem à décima parte do que tens feito pelo bem coletivo, desde a tenra mocidade.

Deita, destarte, em paz, após o dia estafante, cônscio de que não só tiveste o Cristo como companheiro de tuas horas doridas de labor, mas que O terás sempre como porto seguro do repouso, tanto quanto norte permanente para teus caminhos de homem de bem, singrando luzes sublimes, pelas trevas cerradas deste mundo de ignorância e dor…

(Texto psicografado por Benjamin Teixeira, em 18 de maio de 2006. Revisão de Delano Mothé.)