Esculpindo a si mesmo(a), em lugar de se desesperar

Você se lamenta, angustiado(a) e quase desesperançado(a), pela perda do vigor juvenil ou mesmo do ardor de ideal que outrora lhe inflamaram a alma, atualmente convertidos em brasas quase de todo apagadas.

Antes de se precipitar no abismo da desistência de si mesmo(a), pondere…

O corpo e a mente podem não só se recuperar, mas se aprimorar, o que implica um processo de neuropsicoescultura – ou seja: um desbastamento progressivo de certas “brutalidades vitais” que, embora inadvertidamente compreendidas como preciosidades inaquilatáveis, não passam de mera canga bruta a ocultar, em seu seio, as gemas de fato preciosas do “eu melhor” em que você pode e, se for atento(a) à própria consciência, sabe que deve se transformar.

O “impecável” Davi de Michelangelo, talhado num único bloco monolítico, que se revelou tão valioso justamente porque perdeu massa mineral com o cinzel do gênio renascentista, transmite, por analogia, uma ideia do quanto uma criatura pode investir em seu trabalho de autoburilamento.

Assim, que cada ser humano converta, paulatinamente, com zelo, perseverança e disciplina, sua condição de rocha bruta de indefinições em uma peça rara de autolapidação, oferecendo ao mundo seu melhor serviço de inspiração, motivação e estímulo ao bem, ao belo e ao justo, dentro das balizas de possibilidades de suas tendências vocacionais idiossincráticas.

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
LaGrange, Nova York, EUA
12 de janeiro de 2022