Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.

Eles estão por toda parte e se reconhecem pelo olhar.
Há gente decente, boa e justa em todas as atividades.

Em meio a uma clínica psiquiátrica, há grandes missionários da saúde mental, esforçando-se por aplacar a dor mastodôntica dos distúrbios psíquicos, tanto quanto há pacientes em vias de transformação profunda, sofrendo a “emergência espiritual” (*) que lhes transfigura a atmosfera íntima.

Dentro da população carcerária, encontraremos, igualmente, aqueles que se põem a buscar se melhorarem, que se arrependeram, sinceramente, de seus atos criminosos, e que transfundem sua tendência criminógena em impulsos sagrados à transcendência.

Entre políticos e administradores públicos, há aqueles que, com toda pureza d’alma, buscam viver seu ideal de beneficiar a coletividade, fazendo a flexibilização psicológica necessária a contornar os vícios do sistema, em prol de alcançar seus propósitos elevados.

Cuidado com as aparências. Você vê alguém sorrindo de modo artificial e pode deduzir tratar-se de pessoa hipócrita, quando ela pode estar, tão-somente, disciplinando sua natureza agressiva, para não ferir o interlocutor, em meio a um surto íntimo de raiva. De inversa maneira, você pode ver outrem explodir num surto de ira, e que está apenas vivendo o ideal da franqueza extrema, tentando revelar-se de modo genuíno, sem máscaras sociais.

Vá além das aparências. Assim, ouça aquela voz profunda da intuição e da consciência que lhe diz: não se fie no que disseram – os maledicentes não têm boas intenções, e o falatório pode ter tido origem em alguém ferido em seus interesses pessoais, que agiu, assim, de má-fé, divulgando uma calúnia ou difamando aquele de quem não conseguiu o que esperava.

Quando chegar num lugar, interagir com um grupo ou buscar conectar-se a nova comunidade, esteja certo de que, ainda que minoritária, a presença de pessoas dignas e generosas é uma certeza em qualquer agrupamento humano, e que lhe basta determinação e sintonia com o bem, para que você descubra os elementos bons de qualquer assembléia humana. E, se você realmente acha que esta fatia da humanidade é pequena, mais ainda deve elevar sua vibração de otimismo e fé, para, com perspicácia e faro mental fino, descobrir, qual “agulha no palheiro”, aqueles que estão no diapasão de dignidade que procura. Porque se você mentaliza o pior e estiver certo de que o pior constitui a maioria, tê-lo-á em expressão ainda mais forte em seu caminho, já que estará funcionando como um magneto psíquico vivo daquilo que foca. Assim, se eu estiver certa no que digo, você está errado em sua conduta maliciosa, generalizando que “ninguém presta”. E se sua opinião for contrária à minha, você está errado ainda mais. Além do quê, amigo, toda generalização é, por princípio filosófico fundamental, inconsistente, porque peca por extremismo e unilateralismo, e, assim, necessariamente, não abrange a totalidade do que é observado.

Otimismo, fé, pensamento positivo e alegria não são panacéia de “auto-ajuda” para pessoas supersticiosas ou ignorantes, para se enganarem quanto “à dura realidade”, mas um padrão mental que se pode escolher, com disciplina e esforço perseverante, e que, agregado a um sistema mental eficiente de triagem, análise e avaliação de dados, eventos e pessoas, pode realizar verdadeiros prodígios de benefícios por aqueles que se digam (e realmente sejam) inteligentes.

Quebre os condicionamentos de sua infância, rompa com os paradigmas viciados da cultura pessimista que o materialismo científico trouxe à Terra, e que, em particular no Brasil, toma feição de um negativismo preguiçoso e cínico, que tudo nega, numa visão imoral e escapista, porque, sem dúvida, enxergar e trabalhar pelo melhor é muito mais difícil que se acomodar ao que é insuficiente ou deficiente, e que constitui o “status quo” do momento.

Você escolhe a felicidade ou o mal-estar, a amargura ou a bem-aventurança. O que você quer para si? Perpetuar o mau humor e a ótica sombria que você herdou de sua cultura, reforçados pelo seu meio, ou decidir-se por uma psicosfera de seu agrado, conforme escolha realmente sua?

(Texto psicografado em 27 de agosto de 2006. Revisão de Delano Mothé.)

(*) Expressão criada por Stanislav Grof, cientista naturalizado norte-americano, estudioso de estados alterados de consciência, em trocadilho que, traduzido do Inglês, preservou sua dubiedade significativa no Português, fazendo referência ao fato de que muitas doenças mentais constituem um processo de efervescência psíquica que constitui, concomitantemente, uma urgência e uma emersão – urgência, com relação ao fim inexorável de um padrão de consciência; e emersão de um novo nível de compreensão do mundo, que se avizinha da mente consciente, gerando o colapso da dita normalidade mental.

(Nota do Médium)

Fonte: http://www.saltoquantico.com.br