O episódio dos discípulos de Emaús, narrado no Evangelho de Lucas¹, traz-nos profunda provocação ao entendimento mais apropriado, completo e efetivo da busca essencial de Espiritualidade e da Divindade.

Jesus foi claro ao asseverar que, onde duas ou mais pessoas estivessem unidas em Seu Nome, far-Se-ia Ele presente, em meio delas².

Difícil encontrarmos máxima símile em sua paradoxalidade: tão simples e objetiva, quanto abstrusa e sibilina.

Para melhor apreendermos seu conteúdo, mister utilizarmos a chave conceitual de que há graus de profundidade da experiência, em dois aspectos: no de estarmos 1) “unidos(as)” e 2) “em Nome d’Ele”.

Em outras palavras, há diferentes (e infinitos) estágios nos respectivos coeficientes de 1) harmonia entre os(as) irmãos(ãs) em Ideal e de 2) elevação dos propósitos que os(as) congregam.

E esses dois fatores geminados tornam ainda mais intrincada a equação. Imprescindível, dessarte, começarmos pela abordagem mais prática da disciplina propugnada pelo Cristo-Verbo. Ele Próprio nos lecionou que dava graças por haver o Pai (e Mãe) ocultado as Coisas Sagradas dos(as) sábios(as) e prudentes (ou que assim se julguem) e por tê-l’As revelado aos(às) simples e pequeninos(as)³.

Ou seja: existem axiomas elementares que precisam ser reconhecidos como métodos universais no exercício de conexão com a Transcendentalidade.

Um deles, lastreado em todas as tradições espirituais da Terra, é o do – digamos assim – Encontro Místico ao menos uma vez por semana, entre indivíduos que partilhem de uma mesma principiologia ou filosofia de vida, desde a frequência a agremiações religiosas convencionais (o que, obviamente, deve acontecer à distância, em época de pandemia), passando pela integração a núcleos de reflexão de caráter espiritual que não sejam vinculados a religiões formalmente organizadas, até a participação em grupos de apoio semelhantes aos das denominadas escolas dos Doze Passos.

Ele está entre nós, na Mesa Mística do Pão do esclarecimento, da Prece vocalizada coletivamente e da Palestra em família espiritual… Somos nós que teimamos em não reconhecê-l’O, ou somente com muita dificuldade divisamos-Lhe o Vulto Sacrossanto, misericordiosamente em nosso meio…

Abramos os nossos corações e as nossas mentes, para percebermos e assimilarmos, quanto nos esteja ao alcance, as graças abundantes que nos chegam do Domínio Sublime de Consciência, não importando sequer se consideramos como Representante desse Piso Fundamental da Realidade o Próprio Jesus, ou Maria Santíssima, Buda, Javé, Alá, Krishna ou outro Ser Excelso das diversas correntes religiofilosóficas de nosso orbe, todos(as) Porta-Vozes Autênticos(as) de Deus para a civilização terrena.

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Matheus-Anacleto (Espírito)
LaGrange, Nova York, EUA
15 de julho de 2021

1. Lucas 24:13-35.
2. Mateus 18:20.
3. Mateus 11:25.