Benjamin Teixeira

pelo espírito Eugênia.


Eugênia, no próximo dia 8 de maio, estaremos completando 60 anos de término oficial da Segunda Grande Guerra. Teria algo a nos dizer a respeito?

Sim, as duas conflagrações mundiais do século transato fizeram a extravasão de forças coaguladas de teor doentio, destrutivo, acumuladas na mente coletiva (*1), no transcurso de décadas de aversões recíprocas e apaixonadas, entre povos vizinhos, irmãos. A Guerra franco-prussiana de 1870 já havia acontecido muito longe no tempo, e, quanto à guerra de 1914, embora drenasse grande quota deste potencial devastador, promoveu um ainda maior acirramento dos ânimos fraticidas. A hediondez da segunda guerra, porém, com suas particularidades delirantes, megalômanas e xenófobas, etnocêntricas e medievais, deixou cicatrizes profundas na alma da humanidade terrena, de modo que, dificilmente, outro confronto, de gênero semelhante, poderá acontecer. Diversos organismos internacionais bem mais eficientes surgiram, com o intuito de congregar os povos e as nações, a benefício de todos, a exemplo da ONU.

Desculpe-me, Eugênia, mas não consigo concordar com sua penúltima assertiva. Creio que somos ainda muito inclinados à selvageria, tanto que o Oriente Médio tem dado provas disto, assim como, em contrapartida, o próprio governo norte-americano, em alguns aspectos de sua campanha no Iraque, por exemplo.

Fiz alusão a um confronto direto e declarado entre nações ditas civilizadas. Os povos mais desenvolvidos, e aqui fazemos menção destacada à condição de “democracias”, dificilmente se embateriam num conflito militar aberto. Não podemos dizer o mesmo com relação a populações lamentavelmente imaturas, no campo da organização social e política, cultural e institucional, para deter as eclosões de psiquismo primitivista, de “sede de sangue”, o dragão oculto, por detrás da humanidade civilizada. Eis porque, neste sentido, as iniciativas do povo ianque, apesar de não defensáveis, sob muitos ângulos de observação, estão, lentamente, surtindo efeitos positivos, por criar o “contágio psicológico e cultural” do espírito democrático, que, por fim, libertará substanciais fatias do povo árabe do estágio de semi-barbárie em que algumas delas se cristalizaram.

Eugênia, você falou de represamento de forças mentais destrutivas. Quis fazer alguma referência aos tempos modernos?

Diretamente. A tensão entre Oriente Médio e Ocidente tem-se mostrado cada vez maior. Algumas iniciativas estratégicas e eficientes foram tomadas, como a que citamos acima, no que concerne à expansão dos ideais democráticos. Todavia, o caldeirão de energias psíquicas de conteúdo perturbador, que jazem em ebulição, na iminência de explodirem vulcanicamente, é de criar preocupações no Plano Superior de Vida. Obviamente que as autoridades angélicas sob que nos posicionamos já sabem, de antemão, tudo que acontecerá, bem como do desfecho feliz, em médio ou longo prazo, de tais eventos históricos hodiernos. Entretanto, cabe-nos fazer nossa parte, para que a paz mundial, tão propalada aos quatro ventos, aconteça quanto antes, com o mínimo de vítimas e de sofrimento de todos que seja possível. Alguns dados, nós que falamos mais diretamente à humanidade, temos em mãos, não podendo, lamentavelmente, ser revelados ao grande público, para que não haja fuga a compromissos, para que ninguém deixe de envidar todos os esforços necessários, no sentido de o bem prevalecer sobre o mal, em nosso orbe.

O que o cidadão comum deve entender como responsabilidade sua?

Em mensagem recente (*2), minudenciamos o que se deve fazer. Lembrando que a paz, como a agressividade; tanto quanto o bem, como o mal são passíveis de contágio psíquico, já que as mentes humanas se inter-influenciam, reciprocamente de modo contínuo, consciente e, muito mais, inconscientemente. Cada indivíduo é um ponto de emissão e recepção de ondas mentais, e cabe-lhe agir com responsabilidade, em considerando seu livre-arbítrio e seu poder de discernimento, assim fazendo a filtragem ininterrupta de padrões de idéia e de sentimento, bem como de comunicação e conduta, contribuindo, destarte, para a paz e para o bem estar gerais.

(Diálogo travado em 28 de abril de 2005.)

(*1) Forma de Eugênia aludir àquilo que Jung denominava de “inconsciente coletivo”.

(*2) O texto “Guerra, Agressividade e Causas Profundas”, neste site, acessável por meio de um clique em “mensagens anteriores”, no canto superior esquerdo da interface.

(Notas do Médium)