Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.


Eugênia, hoje, dia das mães, deseja falar algo a respeito?

Sim. Que, por meio do culto à maternidade, podemos estender a reflexão para o culto ao feminino, assim aproveitando a convenção da data comemorativa para também os participantes de nossa espécie que, provisoriamente, ostentam organismos de manifestação masculina (*). Vivemos a era da ascensão do feminino, como já tivemos diversas oportunidades de comentar em nossos estudos por este meio. Então, tudo que diga respeito, simbólica ou bio-psiquicamente, ao sexo feminino, como a intuição, a sensibilidade, a mediunidade, a capacidade de conciliação, de acolhimento e de amor – tudo isto está em alta no atual momento evolutivo da civilização humana na Terra.

A maternidade representaria a suma-essência da feminilidade – poderíamos dizer isto?

Como a paternidade, de modo correlato, em relação à masculinidade, constituiria o ápice das manifestações do ser masculino, como a bravura, a objetividade e o poder disciplinador e protetor do pai. Importante ressaltar, todavia, que quando fazemos referência à maternidade e à paternidade, aqui, não mencionamos apenas aquelas de caráter biológico, pois que há pais e mães pelo coração que nunca geraram fisicamente, e que, amiúde, são dados a atos de renúncia e de devotamento pelos entes amados que poucos pais e mães biológicos seriam capazes de realizar.

Algo mais a dizer sobre isto?

Apenas lembrar que, ou acolhemos o feminino dentro de nós mesmos, ou ele se voltará contra nós, como todo elemento psíquico que, banido do nível consciente, resvala para o inconsciente, degradando-se e voltando-se contra a totalidade da psique, investindo contra ela, esfacelando-a. Faço um alerta principalmente às mulheres que, na cultura machista em que ainda se vive no plano físico deste orbe, freqüentemente violentam sua natureza delicada e sensível, para ajustar-se aos padrões masculinos de excelência e funcionalidade. Assim, por exemplo, no campo profissional, muitas almas doces de mulher acabam por se converter em poços de amargura e fel, frieza e reduza; tanto quanto, no plano afetivo, nobres corações femininos se vulgarizam na promiscuidade, a fim de acompanhar as paixões baixas da média masculina terrícola. Mantenhamos sempre em mente que é o homem que tem que se elevar à altura moral da dignidade feminina, e não a mulher que deve abandonar seu padrão de decência, em nome de falsos conceitos de modernidade. Não é por acaso que, atualmente, no plano profissional, os homens de maior sucesso são dotados de excepcional “feeling” feminino, poder de integração e de relacionamento, inteligência emocional e espiritual – que são características, típica e culturalmente, femininas. No plano afetivo, igualmente, este convite ao padrão feminino de dignidade não deve ser esquecido.

(Diálogo travado em 8 de maio de 2005.)

(*) Eugênia põe no plural (organismos) por aludir não só aos corpos físicos dos que estão encarnados, mas também aos “corpos astrais”, ou como, na terminologia espírita chamamos: “perispíritos”, tanto de desencarnados como de encarnados.

(Nota do Médium)