com o espírito Eugênia.

Eugênia, nesta terça-feira, 18 de abril, comemoramos 149 anos de publicação da primeira edição de “O Livro dos Espíritos”. Tem algo a nos dizer a respeito?

Que é um livro fundamental para o entendimento do ser humano, do universo e das relações das duas categorias anteriores com Deus. É uma das obras basilares de sabedoria e verdade para o gênero humano na Terra. Sintético e profundo, concomitantemente didático e aberto a novos conhecimentos, trazidos pela ciência e cultura humanas. Um compêndio para ser referencial de sabedoria por milênios de civilização.

Interessante o sistema de perguntas e respostas, já utilizado àquela época, não, Eugênia? – tão atual!

E clássico. Um sistema intemporal de comunicação completa entre seres vivos e conscientes. Na Grécia Antiga, a dialética socrática já se baseava no mesmo princípio. Em qualquer tempo e cultura, atividades educacionais de qualidade sempre autorizam participação ativa do educando no processo de transmissão de conhecimento, por meio de intervenções, seja para perguntas, seja para questionamentos que aprofundem os temas estudados. Não por acaso, a palavra diálogo, em sua formação etimológica, revela-nos (do grego) um “dia-logos”, uma lógica de dois, com interfusão e comunicação de inteligências, para produção de conteúdo mais complexo e mais satisfatório às necessidades intelectivas quanto morais de ambas, sem os padrões fixos de pólo que ensina e pólo que aprende, sem o paradigma estanque de mestre-discípulo, favorecendo, com isso, uma relação de partes igualmente em processo de crescimento (que bem retrata a condição humana), embora uma deva ser, no que tange à educação em particular, um pouco mais experiente.

Excelente, Eugênia. Mais algo a dizer?

Que “O Livro dos Espíritos” seja mais lido (e estudado), no meio espírita, como há tradição de se consultar “O Evangelho Segundo o Espiritismo” diariamente. Poder-se-ia começar com a adoção dele na prática de “O Culto do Evangelho no Lar”, com pequeno trecho lido, antes ou depois da compulsação do livro religioso angular da codificação kardequiana. No que tange a médiuns, condutores e participantes de reuniões mediúnicas, solicitaria, outrossim, desse-se maior atenção a “O Livro dos Médiuns”, cujo estudo detido é indispensável para um entendimento mínimo das complexidades atinentes ao processo de intercâmbio psíquico.

Mais algo a falar sobre o tema hoje?

Não; por ora, satisfeita.

(Diálogo psíquico travado com o médium Benjamin Teixeira, em 17 de abril de 2006. Revisão de Delano Mothé.)