Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.

Eugênia, poderia nos dizer algo sobre educação espírita para crianças, ou, como ainda se costuma chamar no nosso movimento, “evangelização infantil”?

O Espiritismo contém elementos excelentes para a condução espiritual da mente infantil em bases sólidas, a fim de que, de futuro, quando os questionamentos da razão chegarem, haja respaldo para reagir ao frio sinistro da negação, do materialismo, do existencialismo. Jesus continuará sendo o referencial precípuo de nossas considerações morais; entrementes, sem a chave do entendimento espírita, impossível arrostar, com segurança, os desafios da modernidade, que solicitam, tentam e pressionam a mente imatura a tomar rumos equivocados de formação íntima, sobremaneira quando inicia sua jornada portas adentro da adolescência.

Como, entretanto, para a mente infantil, fundir pensamento espírita e cristão com eficiência?

Não é tão difícil quanto parece. O Cristo foi eminentemente racional. É exatamente isto que se deve fazer com as crianças, respeitadas as devidas proporções de suas condições de processamento de idéias. Em outras palavras: jamais pregar, como numa catequese cristã clássica; nunca tomar o rumo do dogmatismo, do afirmar por afirmar; e sim, sempre, argumentar, apresentar os motivos por que se deve ser bom, esclarecer que é para o bem da própria criatura, para hoje, para depois da morte, para outras existências, sob a tutela do princípio da lei de causa e efeito e sob a supervisão de Nossos Maiores do Plano Sublime de Vida. A pregação funciona apenas para quando a criança é criança, mas se deve lembrar que ela se converterá num adolescente e num adulto, e que, com a educação espírita, está-se construindo um alicerce para a formação do caráter do indivíduo e de sua filosofia de vida, não só para toda uma existência, como para a eternidade.

(Diálogo mediúnico travado em 30 de novembro de 2006. Revisão de Delano Mothé.)

Fonte: http://www.saltoquantico.com.br