Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

 

Há 148 anos exatos, veio a lume, para a humanidade terrestre, aquele que será, à medida que os anos se passarem, considerado um marco na história bibliográfica da espécie humana no orbe: “O Livro dos Espíritos”.

Peça de magistral sabedoria, vazada em vernáculo elegante, preservando, porém, a didática, de modo claro e escorreito discorrendo sobre temas os mais variados, com mestria e espírito de síntese ímpares, é “O Livro dos Espíritos” o grande atestado de maturidade da consciência humana na Terra, ao enfeixar ciência e religião, tanto quanto filosofia e pedagogia, como psicologia e sociologia, no mesmo tratado acessível de idéias coerentes, aberto às novas descobertas e reflexões do gênero humano no mundo.

Não temos como exprimir a gratidão gigante que nos vai n’alma, quando pensamos na preciosidade inapreciável de obra tão basilar ter sido produzida e publicada, há já quase um século e meio, pelo ilustre mestre lionês, Hipólito Leão Denizard Rivail, celebrizado sob o pseudônimo Allan Kardec. Cabe-nos, agora, sua divulgação, em grande medida, para que estenda seus “braços” místicos de acolhimento espiritual a um número progressivamente maior de milhões de almas, nesta era de tanto desnorteamento e desespero. A Kardec coube a confecção dos textos fundamentais que trouxeram, ao plano físico de vida, o pensamento salvador do sistema espiritista de pensamento. A nós todos cabe o mister de sua ampla disseminação pelo globo, com as naturais implicações de atualização dos ideais contidos em seu bojo, às necessidades, apreensões e desafios de cada era.

Estamos adentrando, agora, a segunda metade do segundo século do Espiritismo na Terra. Recordando-nos, comovida, dos tempos longínquos do Cristianismo primitivo, em que éramos, por meio de martírios inenarráveis, compelidos à condição de apóstatas, divisamos, no cenário hodierno de tentações diversas, sobretudo na antinomia crônica da forma de pensar ocidental, permeando de dúvidas e de vacilações os ânimos dos crentes mais sinceros, os leões e os postes de martírio metafóricos a que os novos campeões da fé são concitados a arrostar e vencer.

Divulguemos, prezado amigo, entre conhecidos, parentes, colegas de trabalho, e mesmo desconhecidos, sempre que ensejos houver de fazê-lo, sem pecarmos pela falta de decoro e conveniência no convívio social, a mensagem espírita, a tantos quanto pudermos atingir. Adquira e presenteie, a mancheias, exemplares do código basilar do Espiritismo, no seu idioma, e, assim, sempre que puder, espalhe a semente da Espiritualidade Superior, da Imortalidade e da Evolução com todos que lhe forem dados a cruzar caminho.

Evitando, evidentemente, o proselitismo vulgar e agressivo do fanatismo religioso, não recaia, por outro lado, na omissão sofisticada dos que guardam sua fé, egoisticamente, para reuniões de gabinete, sem nenhuma exposição pública, supondo-se inaptos ao desafio do testemunho, necessário ao profitente sincero, embora nem sempre agradável ou compensatório, em termos humanos e imediatos.

Hoje (*), 18 de abril, não por acaso em que se comemora, também, “O Dia do Livro”, é dia do mais importante compêndio da modernidade, e um dos mais relevantes tomos em toda a história da comunicação escrita na Terra.

Leia-o, estude-o, dissemine-o, e, principalmente, viva-o, tornando-se, você mesmo, célula viva da divulgação espiritista, no martírio contemporâneo da exposição ao escárnio e ao desdém de muitos que, por ora, vêem com suspeita ou com desprezo qualquer manifestação ostensiva de fé, ainda que lúcida e bem respaldada.

É dia de, neste dia de “O Livro dos Espíritos”, presentearmos a Espiritualidade Superior, que nos concedeu a dádiva inaudita deste texto lapidar de filosofia espiritual pragmática, fazendo o que os Maiores do Mundo Invisível desejam: sua disseminação, por toda parte, para que mais almas se integrem, conscientemente, ao contexto da imortalidade em que estão inseridas, involuntariamente, para que sejam cooperadoras ativas, na causa de soerguimento do gênero humano aos píncaros de angelitude que lhe está fadado.

(Texto recebido em 17 de abril de 2005.)

(*) Eugênia se põe à frente no tempo, em considerando a publicação deste artigo para o dia 18.

(Nota do Médium)