Benjamin Teixeira
pelo espírito
Gustavo Henrique.

1930. O Império havia desabado – ou ao menos parecia. Nada mais seria como antes. Aquela tarde fatídica de outubro de 1929 mudara o mundo para sempre. Sem esperanças, um industrial lança-se da janela de seu escritório num arranha-céus da célebre Manhattan, a ilha da prosperidade em New York City, precipitando-se para a morte.

Mais de 70 anos se passaram, e o Império nunca esteve tão forte. Na verdade, hoje constitui a maior potência hegemônica da História da Humanidade, talvez a única. E ele, o nosso industrial desesperado do início do século XX, está de novo nas ruas de Nova York. É um jovem de pouco mais de vinte anos e continua, como era de se esperar, extremamente pessimista. Nasceu no Brooklyn, o bairro negro não mais tão negro da capital financeira do mundo, e traz os mesmos resíduos de cepticismo e inclinação ao desespero que o lançaram à desgraça, há quase um século.

Assistiu, pela TV, aterrado, ao vivo, ao desabamento da segunda torre do World Trade Center. Suas visões apocalípticas de mundo ganharam, então, respaldo completo, a seu ver. E, assim, o jovem negro se entregou, como nunca, ao consumo de drogas, defenestrando-se na vala sanguissedenta dos vícios…

George perdeu o veículo físico, semana passada. Chegou até nós aturdido. Não terá mais o direito de nascer na América da fartura e das facilidades, nem mesmo como negro ou pertencente a outra classe oprimida. Terá que renascer, dessa vez, como negro africano, em região de dor e penúria extremas, antes que seja alijado da comunidade terrena, incluso nos contingentes do “expurgo planetário” que já começa a ser planejado, em massa. Fora branco, rico, bonito. Nascera negro, feio e pobre, mas ainda na nação mais invejada da Terra. Fracassou, porém. Precisa amadurecer, urgentemente. E nada, para casos que tais, de almas voluntariosas e frágeis no enfrentamento de adversidades, como uma circunstância terrível de miséria e sofrimento.

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Você também pode se sentir cheio de idéias pessimistas, acreditando-se à beira do abismo ou supondo a humanidade na iminência de adentrar no apocalipse. Cuidado, amigo. O desespero nunca foi bom conselheiro. Pondere, asserene-se, e pense sempre de modo otimista, tendo motivação suficiente para buscar soluções, em vez de lamentar problemas, para que possa ser criativo no enfrentamento de todas as adversidades duras, para a melhoria da realidade amarga que vive.

A Humanidade sempre superou momentos difíceis e sempre o fará. Os indivíduos e coletividades sempre também lograram êxito, apesar de todos os prognósticos em contrário, sempre que se mostraram determinados a vencer e a buscar alternativas, quando encurralados pelo destino.

Faça o mesmo. Como já disse uma amiga espiritual (*), “não existem situações desesperadoras, mas atitude desesperada”- porque situações aparentemente desesperadoras, tratadas com equilíbrio e racionalidade, resolvem-se, surpreendentemente, mais cedo ou mais tarde, ao passo que questões simples, de somenos importância, abordadas com desespero, podem degringolar, para conjunturas, de fato, insolúveis.

Se sua vida anda um caos, hora de pensar com frieza e buscar os pontos positivos, os recursos mobilizáveis, os meios engendráveis e as relações ativáveis, em função de encontrar um desfecho feliz para os dias que correm. O mal estar do pessimismo, bloqueador de toda a criatividade, só contará contra. Quanto pior o problema, melhor deve ser o seu estado de espírito, para que você, possa vencer, galhardamente.

(Texto recebido em 10 de setembro de 2002.)

(*) Eugênia psicografou esse conceito, por nosso intermédio, em junho de 1997. (Nota do Médium)