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Benjamin de Aguiar
pelo
Espírito Irmã Brígida.

Amanhã, 25 de agosto de 2011, se estivesse encarnada, completaria 98 janeiros de vida física. Estaria em bom tempo para desencarnar. Mas, como o prezado leitor mais assíduo de nosso sítio eletrônico não deve desconhecer, estou despojada de meu último veículo de carne, há quase meio século – perdi-o, definitivamente, em 1964. Em meio a este período, o médium começou diretamente a me contactar, em janeiro de 1981, há, portanto, 30 anos cravados e mais meio.

Fala-se muito em cuidados corporais, em dietas, atividades físicas, cirurgias plásticas e bariátricas, medicamentos e novas técnicas estéticas ou fisiológicas de rejuvenescimento ou recuperação parcial do frescor da juventude. Contudo, creio que a mais importante de todas as medidas, a propiciar longevidade e saúde, é a existência de um verdadeiro (que se sinta profundamente como tal) propósito para viver – a ausência disso, sim, faz os corpos fenecerem, e, amiúde, bem antes do tempo apropriado a tanto.

Fui acometida de câncer de mama, que se alastrou, em metástase, para os pulmões, subtraindo-me a vida física, em estertores de profunda dor, por asfixia inclusive.

Sendo muito honesta, não poderia ter agido de forma diferente à época. Conforme minhas condições evolutivas mo permitiam, fui uma mulher tolhida por seu tempo e cultura, e não teria como reagir de modo diverso às contingências que sofri. Somente uma pessoa genial ou inclinada ao espírito revolucionário teria agido diferentemente naqueles dias, dentro de meu contexto de vida.

Desejara contrair núpcias com homem escolhido por meu coração, em minha mocidade. Por aqueles distantes anos do início do século transato, a outorga dos pais era indispensável para tal cometimento. O pretendente, porém, era homem “sem origem” e “de cor”. Nada disso me importava, inobstante o período de grandes reservas para os menos favorecidos pelas convenções sociais. Para meus genitores, entretanto, isso muito valia, pelo que, dentro da ética em vigor, “tive que lhes obedecer” à determinação, e, por não me sentir vocacionada a trair os comandos do meu coração, fiz a opção por outra vocação, mais próxima da que me foi negada: o casamento com o Ideal Religioso.

Fiz votos perpétuos com Irmã Dulce e mais outra irmã incógnita para os dias de hoje, não para o Plano de Cá, num mesmo dia, no famoso Convento da histórica São Cristóvão, a primeira capital de Sergipe. Meu irmão Guilherme havia partido do mundo físico, há quatro anos, com apenas 12 anos de idade. Eu poderia fazer o mesmo, sem perder o corpo de carne, era meu pensamento. Se meu coração não poderia ser fiel a seu impulso, eu não o trairia jamais.

A vocês, nas vésperas de um grande Evento anual, mais uma vez com a Descida Direta de Nossa Mãe Maior – um excelente ensejo de aplicarem-se a um Propósito Maior, de um valor inestimável para todas as futuras existências –, meus votos de uma vida longa, prolífera e de alinhamento com seus ideais mais legítimos, sem a subserviência às convenções sociais que, no meu tempo, eram condição para definir alguém como possuindo ou não caráter.

Hoje, todavia, é possível ser rebelde contra a injustiça que esteja estabelecida, compreendendo-se a si mesmo como decente, e sendo assim considerado por gente digna, igualmente. Não percam, dessarte, amigos, a oportunidade de serem felizes, realizados e plenos. Eu tive atenuantes poderosos para meu caso, depois de haver sido, por sinal, castigada pela infelicidade medonha da frustração afetiva e familiar. Vocês, nesta era de ruptura de paradigmas e de combate acirrado e aberto contra toda ordem de preconceitos, não desfrutarão da mesma ordem de benefícios, e poderão, muito bem, por aqui chegar na condição de suicidas poltrões, camuflados de gente fina, pobre na alma, vazia no coração… Mudem de rota, se assim se notarem. Mudem agora, e mudem com vigor e espírito de perseverança.

(Texto recebido em 24 de agosto de 2011.)

Postscriptum da Autora Espiritual:

Dedico este ensaio despretensioso a meu filho pelo coração, filho biológico d’outras vidas, Delano Mothé, que aniversaria hoje, quarta-feira 24, exemplo de seguimento integral das determinações do próprio coração, em vários sentidos considerados.


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Se você está fora de Sergipe, pode assistir à palestra de Benjamin de Aguiar, ao vivo, aqui mesmo, pelo nosso site, mediante uma colaboração simbólica, destinada à manutenção dos equipamentos utilizados na transmissão via internet. Para acessar-nos, basta que venha até cá, às 18h de domingos, horário de Aracaju (atualmente alinhado com o de Brasília), e siga as instruções aqui dispostas, em postagem específica. (Lembramos que a entrada para a aula presencial é gratuita.)