Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.


Seguindo as reflexões da noite de hoje, aproveitamos para alvitrar aos prezados amigos que comparecem a este momento de gáudio espiritual, este lauto banquete de fé, espiritualidade, sabedoria e, sumamente, de amor, que toda vez que encontrarmos, vida afora, situações angustiosas, em que nossas expectativas mais nobres não sejam correspondidas, entendamos que estamos sendo convidados, pela Divina Providência, a pensar em nível mais alto de consciência. Assim, toda vez que formos frustrados, em desejos ou caprichos de nosso ego, normalmente atado a padrões primários de raciocínio e de emoção, ver-nos-emos sendo convocados, em verdade, a gravitar para esferas mais elevadas de valores, objetivos e prioridades.

Se você (*2) se sente contrariado, com o cônjuge atrabiliário, que explode, intempestivamente, a troco de nada e por tudo, medite na excelência da paciência, da longaminidade, da indulgência, que não só pensam feridas, como fazem a alma despertar para freqüências mentais muito melhores de felicidade e de paz.

Se você não logra alcançar as metas profissionais que delineou para si, cogite a possibilidade, incitada em você por este ensejo doloroso de decepção, de não conjecturar apenas em ganhos, em vitórias da carreira, mas também em apreender que estamos todos cumprindo funções sociais, espirituais, políticas, culturais, econômicas, para o progresso, “latu senso”, multidimensional, dos patrimônios e causas que nos foram confiados por delegação divina. Deste modo, se você não se realiza como gostaria, no âmbito de sua profissão, lembre-se de que pode fazê-lo, no campo do seu ideal (*3); quem sabe (?), esta limitação vindo a fazê-lo mais ativo e produtivo, justamente na área em que se supunha deficiente, precário e fracassado.

É possível que a Divina Sabedoria o visite com graças, por meio da desgraça, porque isso, inclusive, é muito típico à “Mão de Deus”, que, às avessas do presente de Tróia, quando o cavalo gigantesco de madeira trazia, em seu bojo, batalhão oculto, a disseminar destruição e morte, na cidade às escuras, na calada da noite, os presentes de Deus, quais dádivas embaladas em tragédia, chegam-nos, amiúde, em forma de dor, desilusão, enfermidade e morte… E quem supuser tal assertiva culto de mal-gosto e anacrônico à dor, recorde-se de que a maturidade e o esclarecimento sempre nos informam como é verdadeiro que crises existenciais e acerbas dificuldades são as melhores oportunidades de desdobrar potenciais adormecidos.

Quantos de vocês, por exemplo, aqui chegaram carreados por sinas mefistofélicas, perdas dramáticas, traumas medonhos, indizíveis, e hoje se sentem felizes, por terem descortinado, para si, um universo novo de especulações e, principalmente, de convicções: a realidade imortalista, a infinita bondade do Criador e a Sua sabedoria perfeita, que sempre nos assiste.

Destarte, antes que desespere, reflita. É possível que hoje esteja sendo exortado a, em meio à dor mais intensa, no alto dos paraxismos mais terríveis de provações morais, de atrozes reveses, atingir os píncaros das vivências do espírito: a paz, a bem-aventurança, fortalecendo-se e tornando-se imperturbável aos ataques e assaltos dos agentes e organizações do mal, da sombra… da morte…

(*1) (Mensagem recebida psicofonicamente, ao final da palestra de 15 de maio de 2005, no Centro de Convenções do Hotel Parque dos Coqueiros, Aracaju, Sergipe.)

(Notas do Médium:)

(*2) Eugênia mudou do singular para o plural e vice-versa, algumas vezes, no transcurso deste pequeno discurso, o destinatário hipotético da mensagem, mas preservei tal aparente falha do bom uso do nosso idioma, porque senti que a orientadora espiritual estava bem consciente do que fazia, pouco preocupada com regras gramaticais, mas fazendo o foco da destinação da mensagem, seja num tom mais coletivo ou individual, conforme as necessidades psico-pedagócias de cada trecho de sua rápida fala.

(*3) Raras criaturas conseguem, na Terra de hoje, conciliar ideal com profissões de subsistência. Por isso, Eugênia fala desta forma.