Benjamin Teixeira e o espírito Eugênia.


Com as preces de abertura e de encerramento que sempre compõem o culto do Evangelho diário, realizado em nossa residência, colhemos, aleatoriamente, os trechos dos livros clássicos que se seguem assinalados, após o que demos andamento ao trabalho psicográfico. Abaixo, em anexo, apomos mensagens de caráter coletivo – tanto a que foi originalmente recebida com este propósito, como outras que, embora inicialmente dirigidas a destinatários específicos, continham traços de interesse geral –, aqui trazidas a lume, com naturais ablações de dados que feririam a privacidade dos que as receberam.

1) “Vinha de Luz”, capítulo 112 – “Ciência e Temperança”;
2) Evangelho de Lucas, 16:19-31 – “Parábola do Rico e Lázaro”;
3) “O Livro dos Espíritos”, questão 192;
4) “O Evangelho segundo o Espiritismo”, capítulo 16, item 11 – “Emprego da Fortuna”.


Ricos somos todos, das graças de Deus. A aplicação de nossos talentos, patrimônios, aptidões pessoais: eis o que nos define a sintonia, o grau de alinhamento com os Divinos Desígnios. Saúde, beleza, juventude, inteligência, cultura, habilidade social e intuitiva, todas as potências e valores da criatura humana podem ser bem ou mal investidos, e daremos contas disto, mais cedo ou mais tarde; e, normalmente, tanto cedo, como tarde – ou seja: tanto nas conseqüências imediatas das escolhas que fazemos, quanto nas mediatas.

Todavia, sem dúvida, as posses materiais e o poder financeiro constituem dos maiores tóxicos para o espírito, desviando-o de sua missão transcendente. Tanto é que – já foi dito, e concordamos com o medianeiro –, fazendo uma extensão do conceito de Psicologia: assim como não há pessoas completamente resolvidas no âmbito sexual, igualmente não se contam, entre os vivos na Terra, os que sejam totalmente amadurecidos e indenes de pendências na questão “dinheiro”.

Todos os recursos à disposição do ser humano, do seu tempo livre às capacidades mais brilhantes, são concessões divinas que devem ser postas a serviço do bem comum. Ainda aquelas competências que foram desenvolvidas, a custo de trabalho evolutivo do próprio indivíduo, foi Deus quem propiciou condições, energia e tranqüilidade para desdobrá-las, sendo, portanto, indiretamente, devidas também a Ele-Ela. Aprendamos a sempre nos perguntar como cada aptidão ou talento nossos possam ser postos em prol do bem geral, fazendo desta invocação oracional nossa bússola de todas as horas e circunstâncias, e nos estaremos tornando melhores canais do Divino, onde estivermos, com quem nos encontremos, desempenhando, com melhor qualidade e maior acerto, o papel, no mundo, que nos foi delegado pela Divina Providência.

Eugênia.

Meu muito caro (…):

Quem lhe disse que tudo acabou? Talvez tenha começado! Novos desafios, novos enigmas, muito trabalho. A existência seria enfadonha se surgisse com equações prontas e quebra-cabeças montados. Entenda que você acabou de se deparar com novo nível de caos em suas percepções, e que precisará agora descobrir um novo mirante filosofal, do qual possa divisar o panorama completo com mais clareza. O desespero e o pessimismo, o sentimento de derrota e de descrença em si nunca são bons conselheiros e, normalmente, constituem janelas psíquicas abertas para as vozes do mal proporem desistência da esperança, do ideal e da vida!…

Sempre o inspirando,

Sua mamãe, mestra e chefa, Eugênia.


(…) Que bom, minha filha, que esteja em família! Deus divide, para que possa multiplicar. Às vezes, perdemos um amigo, para ganharmos outros vários! Amiúde, parecemos ser desfalcados em nossas conquistas tidas como direitos adquiridos, a fim de que sejamos convidados a vislumbrar campinas mais amplas, horizontes mais largos de possibilidades de realização!

Assim, nunca se suponha perdendo, quando tem consciência de estar agora fazendo seu melhor, porque Deus permite enxerguemos nossos erros e os de outras pessoas, mesmo as mais queridas, e soframos as mais acerbas desilusões, para que sejamos introduzidos em novos, mais profundos e mais satisfatórios parâmetros de felicidade, sabedoria, autodomínio e paz.

Mamãe-Mestra Eugênia.

Para (…), tópicos:

Seu avô (…), entre nós, pede se lhe diga que se tranqüilize em relação às medidas de medo que lhe azucrinam o juízo periodicamente. Tais surtos, que já considera incompatíveis com seu nível de entendimento da vida, bem como de fé espírita, naturalmente diluir-se-ão, com o tempo, sem que planeje ou determine este processo. Não se fazem mudanças do dia para a noite, e o que lhe podemos lembrar é que faça o cotejo do que é hoje, em relação ao que foi n’outros tempos, que não são longe. Diz isto ele, porque esta temática lhe ocorreu na última madrugada, como um motivo de auto-reprimenda, que deve relativizar. Contra nossas atuais disposições de seguir a Luz, temos séculos de trevas e milênios de primitivismo a nos frearem os ímpetos e nos prenderem ao pântano dos tempos idos.

Eugênia.

(Redação e psicografia de Benjamin Teixeira. Revisão de Delano Mothé.)