(Válvula de escape psíquica das enfermidades; escolha sensata por uma abordagem gradual na tática de defesa contra condutas menos respeitosas na vida em sociedade.)


Benjamin Teixeira e o espírito Eugênia.


Mais uma vez reunidos para o almoço e o culto, fizemos as leituras que se seguem, por sistema de abertura ao acaso dos livros compulsados:

1) “Vinha de Luz”, cap. 144;
2) Evangelho de Lucas, cap. I, a partir do versículo 5;
3) “O Livro dos Espíritos”, questão 872, primeiro parágrafo;
4) “O Evangelho segundo o Espiritismo”, cap. XVII, item 4.


Lido o primeiro trecho, foi feita prece de abertura das atividades. Ao término de todas as leituras, fiz a concentração típica nestas ocasiões, passando a receber, mediunicamente, várias mensagens de caráter pessoal (nenhuma que houvesse sido dirigida originalmente à coletividade). Todavia, entre as que foram endereçadas aos presentes encarnados, duas se me afiguraram com cunho de interesse geral, pelo que as trago a lume, com as devidas oclusões dos elementos identificadores dos destinatários, em função de preservar-lhes a privacidade.

Naturalmente que, concluído o serviço psicográfico, foi proferida oração de encerramento das atividades espirituais da tarde.

Diga à cara amiga (…) que muito feliz estou que tivesse arriado, para que não houvesse derreado (*1). Mais vale adoecer o corpo que permitir que moléstias do espírito acometam a alma. A constante reflexão e a profunda luta interior podem engendrar a falência provisória das forças orgânicas.

Logo, não se condene. Seu sistema psico-orgânico escolheu a melhor válvula de escape para a crise que atravessa. Deste modo, inclusive, teve tempo de meditar mais demorada e profundamente sobre os dilemas atualmente enfrentados, enquanto seu corpo, qual fio terra, sugava as energias desequilibradas, os detritos psíquicos decorrentes deste processamento, desta elaboração psicológica e espiritual.

Eugênia.

Meu muito caro (…):

Relativize as palavras de seu companheiro (*2), quanto ao imediato estabelecimento de proibição para a telefonia da mãe ao lar do casal.

Antes que apele para medidas drásticas, deve fazer uso de expedientes conciliatórios, como, por exemplo, falar com a genitora a respeito de ser mais gentil com seu consorte. Depois, pode chegar a verbalizar que o cônjuge está magoado com seu distanciamento acintoso; para que, então, a posteriori, em não funcionando esta segunda tática de solução do imbróglio relacional, alevante as barricadas da proibição a que sua mãezinha ligue para o telefone comum ao casal, disponibilizando-lhe apenas o seu próprio celular – o que, embora não concorde seja feito, constitui direito do impetrante, seu marido ofendido.

Para clarear, não concordo com a medida, por uma questão prática, antes mesmo de espiritual: devemos sempre evitar criar barreiras entre nós e as pessoas, para não estabelecermos pendências cármicas com que nos obrigaremos a solver de futuro.

Beijo no seu coração sensato,

Mamãe Eugênia.

(Redação e psicografia de Benjamin Teixeira. Revisão de Delano Mothé.)

(*1) Eugênia quis dizer que é melhor arriar no corpo que na alma; falir provisoriamente o organismo do que colapsar a mente ou, pior, tomar rumos e escolhas espirituais indevidos vida afora.

(*2) Trata-se de um casal gay, que se fazia presente.

(Notas do Médium.)