(Justiça e injustiça no mundo; a questão obscura e contraditória da igualdade entre os seres humanos; o princípio nivelador universal.)


Benjamin Teixeira e o espírito Eugênia.

Almoço e reunião feitos às pressas, pela sobrecarga de atividades e limitação de tempo para nos desincumbirmos dos compromissos programados para a tarde, com três componentes apenas (eu, um amigo e minha auxiliar doméstica), lemos: o capítulo 110 de “Caminho, Verdade e Vida”, a questão 330 de “O Livros dos Espíritos” e o item 9 do capítulo XI de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, com uma prece após a primeira página sorteada.


Em seguida, apesar de supor que não me seria possível reservar tempo nem espaço mental para psicografar, a doce mentora espiritual Eugênia pediu um aparte breve, ao que, obviamente, acedi, passando ela a escrever, por meu intermédio, o texto abaixo, depois do que encerramos nosso culto com uma oração.

Princípio Nivelador Universal.

Como entender a Justiça Divina, sem o princípio da reencarnação, nivelador de caracteres e circunstâncias?

Claro que fatores sócio-políticos, por um lado, e genéticos, por outro, favorecem o desenvolvimento de certas características psicológicas e mesmo morais nas personalidades humanas. Além do que, as próprias condições orgânicas e materiais, como a saúde e a fortuna, muito definem as escolhas e o comportamento dos indivíduos, tanto quanto seus sentimentos, valores e estados de espírito. Todavia, por que Deus, Absoluto em todas as Suas Facetas, permitiria acontecerem tais diferenças de destino e situação, que poderíamos, inequivocamente, qualificar como injustas? Como todos seriam iguais em essência, denotando indiscutíveis distinções de inteligência e moralidade?

Somente a tese palingenética, segundo a qual, por meio de uma seqüência de vidas físicas, a evolução do espírito se dá, poderia elucidar enigmas que, d’outro modo, recairiam, inelutavelmente, no campo da perplexidade, do niilismo e do cinismo materialista.

Todos gozam de oportunidades equivalentes, que lhes propiciam, em contextos sucessivos de existências, na dimensão material, a aquisição de experiência e a dilatação de potências íntimas (incluindo o germinar de faculdades ausentes).

Somente assim, o amor interminável de Deus se concilia com Sua impecável justiça, e Sua misericórdia infinda pode ofertar meios de redenção a todos os caídos, sem lhes violar o livre-arbítrio, até que tomem, por moto e mérito próprios, a vereda do bem e, por conseguinte, da felicidade…

Eugênia.

(Textos composto e psicografado pelo médium, respectivamente, em 28 e 31 de março de 2007. Revisão de Delano Mothé.)