Redobra a vigilância, companheiro(a), no trato com tuas funções mediúnicas.

Seja na ministração caridosa de energias curativas, na recepção psicofônica de personalidades enfermas doutra dimensão de vida, no esclarecimento fraterno ofertado aos dramas de encarnados(as) e desencarnados(as) ou no apoio oracional às tarefas desdobradas por teus(tuas) colegas de reunião de intercâmbios espirituais, mantém sempre, por norma de conduta e de atitude íntima, a disciplina estoica do(a) cumpridor(a) rigoroso(a) do próprio dever.

Procura estar continuamente cônscio(a) disto: a autorização ao serviço de interação entre faixas diferentes de consciência te é concedida pela Misericórdia da Divina Providência, que te propicia, de antemão, a aquisição de méritos e de meios efetivos para a liquidação das problemáticas existenciais em que hoje jazes mergulhado(a) ou que te surgirão nas rotas de destino, nos ciclos naturais de aprendizado e crise evolutiva que irrompem nas linhas de eventos de todas as criaturas.

Não aguardes demonstrações fenomenológicas extraordinárias, nem paralises teus esforços, enquanto elas não aconteçam; tampouco te precipites, de inverso modo, a supor literal o que seja tão só fogo-fátuo da imaginação ou dos ardis perigosos do inconsciente, para que não fujas ao compromisso assumido de trabalho com a Espiritualidade, precatando-te, assim, de cair na condição de joguete das forças extrafísicas tenebrosas da zombaria ou mesmo da maldade deliberada.

Por outro lado, policia-te com severidade, para que estados de humor do momento, opiniões de grupo social ou profissional, tabus religiosos e moralistas, além de questões e crenças pessoais, entre preconceitos e idiossincrasias diversos, não te maculem gravemente os processos de filtragem psíquica da comunicação interdimensional, pois que a tradução das ideias e dos sentimentos de seres despojados de matéria densa é das mais complexas atividades a que um ser humano se pode confiar, quando imerso em organismo físico de manifestação.

De fato, os(as) que pretendem ser porta-vozes dos Espíritos se expõem aos mais clamorosos (se não criminosos) erros de fidelidade na canalização e expressão das mensagens do Mundo Espiritual. Eis por que é tão caótica (e amiúde diabólica) a balbúrdia inconsequente, prenhe de lamentáveis contradições e abominações de ordem moral, por parte daqueles(as) que se põem a veicular as Vozes de além-túmulo… A história das religiões, com seus terríveis enganos e barbáries perpetradas sacrilegamente em Nome de Deus, pode te conceder pálida noção do melindroso problema que ora te apresentamos.

Em toda circunstância, no campo sacratíssimo das trocas mentais com agentes de outros domínios da realidade, preserva o pudor, o sentido de responsabilidade e de zelo máximo com os assuntos do Espírito, porquanto isso equivale a dizer que estás, de forma mais direta e em nível mais sério de envolvimento, lidando com as Coisas de Deus…

Gustavo Henrique (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
25 de maio de 2019

Alerta sobre os perigos da mediunidade