Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.

Nesta era de incertezas e dubiedades, quando o relativismo ameaça derruir os mais sólidos edifícios da civilização, reforce seus conceitos de certo e errado, não num sentido maniqueísta-simplista, mas numa proposição de mais aguda lucidez, de mais desenvolvida maturidade psicológica e moral, para que o discernimento lhe seja profundo e você possa enxergar além da superfície dos ganhos imediatos, pensando em termos de paz e alegria duradouras.

Neste sentido, não acredite em facilidades, mas em trabalho árduo, disciplina e visão, para que, com inteligência, estudo e muito esforço, logre realizar as conquistas que almeja.

Convidado a ser descartável e assim tratar seus parceiros, nos relacionamentos interpessoais, valorize ainda mais a lealdade, a fidelidade e o compromisso com afetos de sua eleição. Não pode existir felicidade sem preceitos básicos de dignidade própria e de respeito pelo outro. Por mais que os discursos da modernidade conclamem-no à licenciosidade, repense qualquer idéia de concessão moral neste particular, e consolide ‘inda mais a disciplina da decência, imprescindível à auto-estima e à auto-confiança.

Sim, as hipocrisias estão vindo por água a baixo. Ninguém mais deseja manter relacionamentos de fachada, nem se prender a profissões de mera sobrevivência. Mas, dentro do possível, preserve compromissos assumidos e leve a cabo suas responsabilidades para com os outros e com causas que tenha abraçado, na lembrança de que é essencial o espírito de respeito e confiança reciprocamente partilhados, para que possa haver vida em sociedade, com um mínimo de harmonia, equilíbrio e paz.

Vivemos tempos de conturbação, que se intensificará. O inquestionável será cada vez mais questionado. O que parecia sólido será visto fluido e evanescente. Mas, com o correr do tempo, após passar a borrasca da crise maior, cessado o turbilhão dos primeiros momentos de transformações indispensáveis nas convenções (para um sistema não-convencional de sociedade e comportamento dos indivíduos), começar-se-ão a perceber algumas constantes fundamentais, princípios universais que podem ser notados em quaisquer época, cultura ou lugar e que constituem o alicerce da civilização e mesmo da constituição psíquica e espiritual do ser humano, tais como: ética, altruísmo, honestidade, devoção, ideal… As circunstâncias, e, portanto, as formas de manifestação de tais princípios poderão variar ao infinito, mas as mesmas pedras fundamentais sempre aparecerão, onde quer que exista conglomerado humano relativamente civilizado.

Recorde-se, por outro lado, do mito de Atlântida, bem como da queda da Grande Roma – o primeiro demonstrando como o poder psíquico aplicado egoisticamente; e, a segunda, como a permissividade e a frouxidão moral podem conduzir civilizações e indivíduos bem sucedidos a quedas espetaculares e estrepitosas.

Pugne por você mesmo, de antemão, descobrir, no seu dia a dia e conforme características e condições de sua personalidade e valores pessoais, como tais princípios se podem expressar; e, divisado isto, siga-os, aplicando-os, com determinação inamovível, porque, em suma, serão eles que lhe garantirão a felicidade, a prosperidade, a plenitude e a paz!…

(Texto recebido em 16 de novembro de 2005.)