Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.


Se você se sente triste, telefone ou dirija-se a alguém, e seja, para esta pessoa, amor, doando fraternidade, compreensão, alegria e fé.

Se você se sente incompreendido e atacado, ofereça o ombro amigo e acolhedor àqueles que jornadeiam pela vida em piores condições que as suas.

Movimente-se. Jamais se entregue aos tentáculos da dúvida, do medo, da suspeita. Cuidado com os sentimentos de desconfiança que lhe são injetados contra pessoas queridas e causas do bem. As Forças das trevas pugnam por lançar as pessoas umas contra as outras, principalmente quando laços sagrados as irmanam, como no seio das famílias, entre cônjuges harmônicos, entre colegas de trabalho sinceramente comprometidos com o ideal do serviço, entre companheiros de atividade religiosa, genuinamente devotados ao espírito cristão. Ore, quando se sentir assaltado por pensamentos e sentimentos mesquinhos, e faça algo no sentido de desfazer quaisquer mal-estares havidos entre você e as pessoas que se desenham à sua imaginação como “inimigos” ou “obstáculos” à sua felicidade. Em fazendo isto, com freqüência maior do que supõe possível, perceber-se-á em lamentáveis e crassos equívocos de interpretação, mesmo que seja pessoa muito perspicaz na leitura do comportamento humano ou médium muito sensível às captações telepáticas. Os seres humanos têm a lamentável tendência de se acreditarem aptos a adivinhar os pensamentos e as intenções alheias, quando, amiúde, apenas projetam suas fantasias e neuroses a respeito dos outros.

O amor é a força que sustenta a vida; e a sabedoria, o poder que dirige e preserva esta força, da forma mais conscienciosa e justa. Portanto, nunca se entregue a mesquinharias, tricas, “disse-não-me-disse”, olhares de reserva e má-vontade. Quebre a bloqueio da aversão, com ainda mais caridade, ou, ao menos, com gentileza, cortesia, bom-trato social. Notará, então, como a elegância e a finesse, nos relacionamentos interpessoais, são bons antecessores da fraternidade pura, propiciando-lhe terreno fértil à manifestação, pelo adubo da boa-vontade que oferece e pela irrigação da bondade que tem oportunidade de acontecer. Obviamente que não aludimos, aqui, ao verniz social que oculta, entre sorrisos, numa máscara que se afigura a carantonha de hipocrisia, os maremotos da repulsa e da antipatia, quando não de ódio e de desejo de vingança entre indivíduos. Refiro-me, aqui, à educação no trato com os semelhantes que, em ensinando civilidade, antecede os arroubos de sacrifício e abnegação, de renúncia e de devotamento, que caracterizam os sentimentos das almas sublimadas, por ora inacessíveis ao homem e à mulher comuns na Terra de hoje.

E, deste modo, não se esqueça: o mal-estar nos relacionamentos e o próprio desconforto psicológico dentro de si mesmo, indicam que a falta de fraternidade, compreensão e humildade só carreiam sofrimento, principalmente para aquele que, incauto, se deixe seduzir pela falácia do mal.

Use, assim, o barômetro da paz, e verifique que, sempre, o amor vale a pena e que, em circunstância nenhuma, a exasperação, a desavença e o orgulho são razoáveis, pelo custo-benefício altamente descompensatório de dor para todos os envolvidos, a começar de quem lhe toma a dianteira nas iniciativas desagradáveis.

Seja, sim, quando necessário, até enérgico, mas cuide que, nesta disposição a ser enérgico, não haja, inconscientemente, o prurido de tirania, de se impor sobre os outros e, assim, fazer prevalecer a sua vontade e as suas opiniões às expensas e em detrimento dos outros. Mesmo porque, ainda em situações melindrosas, é possível tomar providências efetivas, sem se apelar para expedientes dramáticos e, por conseqüência, traumáticos. Inclusive porque, reza a lógica do pragmatismo aplicada aos relacionamentos, deve-se aplicar o recurso mais suave de ação, para cada situação, nunca partindo para procedimentos draconianos, sem que sejam estritamente necessários, sem que se haja esgotado todas as outras alternativas de reação diplomáticas e psicológicas.

Ponha sempre, à frente de suas reflexões, o bom senso. Exercite a maturidade de não agir sob o calor das emoções, e foque, em qualquer circunstância, principalmente nas mais difíceis para tanto, o espírito de bonomia, serenidade e indulgência. Verá como apagará verdadeiros incêndios de mal-estar e de angústia, em sua própria vida, ainda transbordando este estado de espírito de alívio e de paz, para miríades de outras pessoas.

Por fim, não se esqueça de que este é um universo inteligente e compensatório. Se as energias negativas e destrutivas abundam em seu derredor, cabe-lhe dedicar-se a gerar forças positivas e construtivas, na sua e na vida de quantas pessoas puder atingir, até que a “balança vibratória” de sua contingência existencial incline na direção do bem, para você, e, por conseguinte, para todas as pessoas que estiverem no círculo direto e indireto de sua influência pessoal.

Aja “friamente” (racionalmente), quando for convidado ao desespero e à revolta: debater-se contra os “pregos” conjunturaiss pelos quais se veja coagido só causará feridas maiores e mais profundas em sua alma. E, tanto quanto isole as explosões de desespero e fúria, esqueça também o complexo de vítima, que, de reversa maneira, paralisa e não ajuda em nada a resolver as pendências sofridas. Seja prático: faça o bem, que, plantando-lhe as sementes, no terreno de sua existência, germinarão e frutificarão como bolotas de ventura, mais cedo do que você imagina, e, principalmente, quando tarde, em medidas que não pode, por ora, conceber.

Mude seu padrão de consciência. Você é agente construtor e não elemento passivo de seu destino. Releia as sugestões simples, mas de capital importância, que aqui enfeixei, para seu bem-estar de agora e sua felicidade futura, mentalize-as, torne a elas (porque você sofrerá recaídas, não tenha dúvidas disto: o aprendizado e a mudança não se dão repentinamente), e, esteja certo: em as incorporando ao seu dia-a-dia e ao seu psiquismo e conduta, como hábitos consolidados, só Deus saberá a extensão de graças e de bênçãos que serão atraídas para sua vida…

(Texto recebido em 19 de maio de 2005.)