Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.

4. A longevidade, no domínio da vida material, tem se expandido significativamente, dando origem a uma teia de intrincadas implicações, inclusive de ordem moral, que não podem mais ser adiadas e que devem ser faceadas com bom senso e pragmatismo, sem que se descure da ética e da espiritualidade. Quando as pessoas tinham uma expectativa de vida que circundava os 40 ou 50 anos de idade, era natural, por exemplo, que se propusesse que os laços matrimoniais fossem indissolúveis, para que as personalidades tomadas de paixões mesquinhas desenvolvessem a capacidade de estabelecer compromissos sérios e duradouros. E, ainda assim, em pleno século XIX, quando a longevidade humana, mesmo nos países mais civilizados, não ultrapassava o meio-século, Kardec endossou a necessidade do divórcio, como item indiscutível nas sociedades humanas, como se pode ver no capítulo XXII, item 5, deste mesmo livro (*1). Que dizer, então, quando a expectativa de vida orgânica caminha, largamente, na maior parte do globo, para 80, 90, 100 anos?

Não só no campo afetivo, mas também no profissional, no pessoal, no vocacional, as pessoas deverão estar abertas a “novas moradas” – novas carreiras, remuneradas ou não, novos ofícios de ideal, atividades voluntárias, novos cursos universitários. A tudo que lhe agregue valor intelecto-moral deve o indivíduo estar aberto, eliminando, de todo, a idéia de uma aposentadoria ociosa, o que, por sinal, conforme asseveram até mesmo as rigorosas estatísticas levantadas por seguradoras, constitui a melhor e mais eficiente providência que se pode tomar para adoecer e encurtar a reencarnação.

Não por acaso, até literalmente o “muitas moradas” é aplicável à contemporaneidade, já que a mobilidade dos indivíduos, nas modernas sociedades pós-industriais, tem aumentado exponencialmente. Era comum, em tempos idos, que as pessoas nascessem, vivessem e morressem no mesmo endereço, de uma mesma cidade, casados com o mesmo cônjuge, trabalhando no mesmo emprego, freqüentando a mesma paróquia da mesma religião. Isto, hoje, é impensável. A velocidade das transformações e das soluções favorece dinamismo em todos os sentidos, inclusive no da decadência pessoal, caso a pessoa tome rumos inapropriados, como o do uso de drogas. A ruína pessoal, atualmente, pode acontecer também mais rápida e profundamente, havendo, igualmente, uma gama de alternativas (as “moradas”, mais uma vez) para a autodestruição, que daria vertigens nos mais esclarecidos cidadãos de dois séculos atrás.

5. O Espiritismo foi a primeira “doutrina” de pensamento que organizou, de forma científica, a idéia da existência de outros mundos habitados por criaturas inteligentes. Enquanto, no século XX, eclodia, como novidade, no imaginário popular, a idéia “bizarra” de outros planetas habitados por seres pensantes (e temíveis, já que a ignorância leva à projeção dos próprios aspectos sombrios no que se teme), desde o século XIX os orientadores do mestre lionês aludiam à indiscutível existência de outros orbes habitados por inteligências superiores (quanto, em outros mais, espíritos em nível inferior de desenvolvimento), como uma certeza matemática, exatamente como hoje se propõe a idéia, nos meios mais instruídos.

Uma tradição acertada, na literatura espírita, que gostaríamos não só de mencionar, mas a ela adicionar alguns apontamentos inéditos, é a de considerar haver habitantes no nosso planeta, tanto na dimensão física, como na extrafísica, que integraram, em passado remoto, civilizações de outros planetas. Um dos dados de acréscimo que trazemos é que compõem eles uma minoria estreita demais para que possa ser considerada; e, ademais (outro ponto importante), apesar de terem sido degredados de civilizações mais avançadas, por não estarem em compasso com seu nível de desenvolvimento, estão hoje (os que não voltaram ao seu planeta de origem, por razões do coração), em quase sua totalidade, estes exilados de antanho, de tal modo alcandorados de luz espiritual, que raramente descem ao plano físico de vida, permanecendo nas altas faixas de consciência em torno de nosso planeta, inspirando grandes obras de benemerência e progresso. Seres de extraordinária luz, como Allan Kardec e Chico Xavier, Albert Einstein e Mahatma Gandhi, compuseram estas antigas falanges de “capelinos” (*2) que aportaram ao nosso mundo, por destoarem tremendamente, à época, de suas comunidades de origem, e que não só já eram muito adiantados (evolutivamente) para as comunidades primitivas da Terra daqueles dias, como, atualmente, após depurarem seus psiquismos em sucessivas existências provacionais e missionárias, já avantajadamente amadurecidos, fazem-se faróis da humanidade terrena, catalisando-lhe a evolução, para que alcance, quanto antes, a condição de “mundo regenerador”.
(Texto recebido em 29 de agosto de 2006. Revisão de Delano Mothé.)

(*1) “O Evangelho segundo o Espiritismo”

(*2) Leia-se “A Caminho da Luz”, de Chico Xavier/Emmanuel e/ou “Os Exilados de Capela”, de Edgard Armond.

(Notas do Médium)

Aproxime-se da Espiritualidade Superior você também, caro leitor, beneficiando-se de Sua sabedoria, proteção e amor. Freqüente as palestras gratuitas do líder encarnado do Projeto Salto Quântico, o médium Benjamin Teixeira, que acontecem no Espaço Emes, em Aracaju, Sergipe, às 19 h e 30 min de domingos, nas quais, além da inspiração dos Imortais em todos os tópicos abordados, ainda há a fala direta dos grandes mestres desencarnados da Espiritualidade, ao fim da reunião, através da psicofonia do orador espírita. A assiduidade semanal a atividades como esta, de busca coletiva de Deus e da Espiritualidade Sublime, é indispensável à consecução de nossos objetivos de paz, sabedoria e felicidade, em todos os departamentos de nossas existências.

Fonte: http://www.saltoquantico.com.br