Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.

1. Enxergar a vida de forma monocromática é altamente limitante e perigoso. Para quem tem uma perspectiva por demais linear da vida e de si mesmo, a existência constitui verdadeiro pandemônio de contradições e conflitos indissolúveis. Um suicida, por exemplo, não consegue, normalmente, divisar outra solução para seu problema a não ser a que tem em mente e lhe parece impossível, pelo que se desespera e comete o atentado supremo contra a própria vida.

A racionalidade não é mais considerada a única via para o conhecimento, muito menos para a felicidade, para o bem-estar, para o equilíbrio. Há níveis da experiência humana completamente inacessíveis à razão, como a sensibilidade artística, os arroubos da fé, as experiências complexíssimas do amor, em todos os seus matizes, do filial e parental ao erótico-sexual.

Assim, ser estreito na leitura da vida é condenar-se a ver-lhe apenas um aspecto e nunca a totalidade. Claro que uma perspectiva multifocal da realidade significará maior ambivalência, menor previsibilidade de eventos; mas também, em contrapartida, desdobrar-se-á em maior abrangência e maior realismo, ao abarcar-se toda a complexidade e interconectividade das diversas facetas e dimensões da existência.

É sempre possível encontrar formas criativas de ser feliz e de galgar paz de consciência e equilíbrio entre todos os departamentos da humana existência. Não se pode se entregar a qualquer ordem de comodismo pessimista que, tão-somente, indica um preconceito auto-sabotador, que embota a mente e castra possibilidades de crescimento e bem-estar, não só próprios, mas que podem ser oferecidos a entes queridos e a todos que se possam alcançar, no círculo de influência pessoal.

2. O planeta Terra já se acha em processo de transição entre a condição de “mundo de provas e expiações” para a de “mundo regenerador”. Falei transição, o que implica afirmar que a crise da transferência de um nível para outro comporta tumultos acirrados e problemáticas exacerbadas, em alguns momentos dando a ilusão de uma piora, assim como o corpo que apresenta violentos espasmos às vascas da morte. Saímos, assim, no orbe terreno, de uma comunidade humana em que prevalece o mal, para outra, em que o bem predominará.

Isto, obviamente, não acontecerá repentina ou facilmente. Os setores da sociedade que estertoram, em particular, fazem ensurdecedora gritaria. Contudo, o que mais importa é considerar o nível de consciência geral que aumenta, por exemplo, em relação à causa ecológica, à preocupação crescente com a espiritualidade, ao incômodo progressivo no que concerne à corrupção e à hipocrisia no plano político e administrativo dos povos, à tendência progressiva a iniciativas privadas e individuais em prol do bem comum, com ONG’s e instituições filantrópicas espocando em toda parte, promovendo a diminuição das injustiças sociais, não só entre componentes de um mesmo povo, como entre as nações.

Dizer-se que um agrupamento é de transição, equivale a se asseverar, igualmente, ser ele híbrido. Ou seja: parte de seus componentes pertence ainda ao nível anterior de desenvolvimento; outra fração, todavia, já sintoniza com o seguinte; e, entre os dois extremos, uma variedade de escalas de dégradé psíquico, conceitual e comportamental. Cabe a cada consciência livre optar por colocar-se em fluxo com a vertente de progresso ou apresentar-se como elemento de resistência – cada opção, é evidente, com suas naturais conseqüências.

3. No plano extrafísico de vida, em particular, inúmeras dimensões de manifestação existem, conforme o grau de entendimento e, principalmente, de sentimento que caracteriza cada indivíduo, em seu dado momento evolutivo. A Terra, por sua vez, no atual estágio de progresso coletivo em que se encontra, em pleno ápice da crise de transição como dissemos acima, é riquíssima numa heterogeneidade de níveis evolucionais que embasbacaria os mais cépticos, se tivessem a oportunidade de acesso direto a todos os seus planos. De comunidades primitivas semi-selváticas – ainda existentes, embora minoritárias (como na dimensão física, em pequenos núcleos tribais) –; passando por conglomerados medonhos de feição medieval, com gente acorrentada e escravizada a déspotas com poder absoluto; e ainda por outras tantas sociedades de degradação menos grave, com viciados acotovelando-se em regiões ermas e sinistras; até as estâncias de tratamento e educação do plano superior, que chegam mesmo a contar com alguns pequenos núcleos celestes de felicidade e beatitude semi-angelicais, a dimensão extrafísica de nosso planeta bem retrata, com fidedignidade, embora em proporções distorcidas, todos os níveis de evolução humana que a consciência atravessa, para galgar a etapa posterior à nossa: a angelitude. É de responsabilidade de cada criatura definir em que estrato repousará, no período entrevidas (entre encarnações), de acordo com as escolhas que fizer e a conduta que apresentar no transcurso de sua existência física.

(Continua amanhã.)
(Texto recebido em 29 de agosto de 2006. Revisão de Delano Mothé.)

Aproxime-se da Espiritualidade Superior você também, caro leitor, beneficiando-se de Sua sabedoria, proteção e amor. Freqüente as palestras gratuitas do líder encarnado do Projeto Salto Quântico, o médium Benjamin Teixeira, que acontecem no Espaço Emes, em Aracaju, Sergipe, às 19 h e 30 min de domingos, nas quais, além da inspiração dos Imortais em todos os tópicos abordados, ainda há a fala direta dos grandes mestres desencarnados da Espiritualidade, ao fim da reunião, através da psicofonia do orador espírita. A assiduidade semanal a atividades como esta, de busca coletiva de Deus e da Espiritualidade Sublime, é indispensável à consecução de nossos objetivos de paz, sabedoria e felicidade, em todos os departamentos de nossas existências.

Fonte: http://www.saltoquantico.com.br