Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Prezados Companheiros do ideal espírita:

Importante nos congreguemos, agora, em torno da bandeira cristã, nesses momentos críticos de transformação da sociedade humana.

Não somos mais o pequeno apanhado de almas devotas, escondidas do apodo público, em catacumbas modernas, nas furnas dos lares e de colégios secretos. Chegou a hora da grande revelação.

Hollywood incendeia as opiniões, revelando a extensão extraordinária dos crentes no Espiritismo. A televisão e a mídia de uma forma geral, idem. A tese imortalista-reencarnacionista-mediunista tem uma amplitude de adeptos bem maior do que as estatísticas jamais cogitaram quantificar.

Os kardecistas, na Terra, são pouco mais de 20 milhões de almas. Mas os kardecistas constituem um pequeno grupo de elite teórica, que, na verdade, responde por uma legião de adeptos muito maior: os espíritas-budistas, mais de 300 milhões de pessoas, os Espíritas hinduístas, mais de 800 milhões, os espíritas-católicos, mais de 500 milhões, os espíritas-agnósticos, algo em torno de 1 bilhão de corações, além dos espíritas-xintoístas, os espíritas-taoístas, entre inúmeros outros grupos, incluindo os afro-brasileiros e afro-americanos, as escolas Teosófica, Rosa-Cruz e uma infinidade de correntes religio-filosóficas. Mais de metade do planeta, hoje, está convicta de que a vida não acaba com o corpo, que se pode retornar a uma vida física, em outro soma, e que os que se alojam na dimensão extra-física de vida, de algum modo, podem se comunicar com os que se albergam no plano material de existência.

Somente por meio, porém, da ideia de fraternidade, de amor e de harmonização de todos os credos numa grande família espiritual, poderemos viver livres do fantasma do fanatismo e do demônio inqualificável e apocalíptico das guerras religiosas. Somente por meio da união fraterna de todos as religiões, será possível entendermos que nada acontece por acaso, e que nossas diferenças não nos afastam, mas sim nos enriquecem, dando-nos a oportunidade de enxergar de modo diverso, a realidade que nos cerca.

Vivamos o espírito do ecumenismo, do verdadeiro ecumenismo. Chega de campanhas proselitistas, que são a marca de um passado medonho que, aberração das aberrações: ceifou massas incalculáveis de vidas, em nome de Deus. É hora de transcendermos a visão estreita do sectarismo religioso e avançarmos, resolutos, para o princípio de solidariedade, compreensão mútua e recíproca benevolência que tão bem caracteriza propósitos genuinamente espirituais.

Aos mais de 3 bilhões de espíritas do globo terreno cabe o compromisso da difusão da nova e eterna verdade: que todos somos irmãos, que a Terra é nossa mãe, que a humanidade é nosso lar e que Deus é nosso fim, como meio indiscutível de atingirmos a perfeita felicidade.

(Texto recebido em 25 de setembro de 2002.)