(Guilherme Arantes – Meu Mundo e Nada Mais)

Benjamin Teixeira
pelo
Espírito Eugênia.

Apesar de não haver acontecido algo de “especial”, sentes como a gota d’água num barril de tristezas acumuladas, no correr de décadas consecutivas, a transbordar horror e desgostos por toda parte, e, obstúpido, percebeste-te impávido mas impotente à solução do problema repentinamente eclodido, sem forças para deter o desbordar da crise emocional que te amarfanhou o coração e o cérebro.

Poderias desistir, e, pelas credenciais que já te exornam a personalidade, com tantos anos de serviço ininterrupto à multidão de sofredores que te procuram, retornar, com louros, para nosso Plano. Todavia, sabes que não é exatamente o que desejas.

É bem verdade que padeces um feixe de incompreensões acima dos padrões normais, porque assumiste, sobre teus ombros, carga vultosa de responsabilidades, faceando preconceitos seculares, quase que em completa solidão, e, pela quantidade e variedade de tipos complexos de desafios – sem igual, em toda parte. No entanto, programaste-te para isso, bem antes da descida aos proscênios carnais, porque foste preparado, século sobre século, para tanto, e sabias que contarias, inclusive, com o suporte de amigos, encarnados e desencarnados, para ombrear as dificuldades intrincadas que se te apresentariam como embate diário.

Se quiseres, realmente, teu pedido será acedido, e poderias retornar à  pátria espiritual em curtíssimo espaço de tempo. Mas, observa, cautelosamente, se não vale a pena ficar um tanto mais.

Lembra-te daquele coração aflito que te busca socorro semanalmente, e que já teria abandonado a vida, pelas portas do suicídio ou nos desvarios da loucura, não fosse tua intervenção sistemática… ano sobre ano… E com quantas dezenas, centenas, milhares destes deparas-te, no correr das duas décadas de tua atividade de vanguardeiro da Luz?

Sim, além de teres sido atacado por quem havia planejado, antes da vinda ao âmbito físico de vida, dar-te suporte aos primeiros anos de trabalho, é bem verdade que alguns dos mais beneficiados por teu empenho, moídos por questões complicadas no fundo de seu ego e paixões mal governados, puseram-se contra ti, alimentando-se reciprocamente, na sanha da calúnia diabólica, com que tentam, desesperadamente, convencer-se de que estão certos, fazendo-se cada vez mais angustiados e perdidos… como que (porque amiúde cogitam do desvario a que se confiam) sem saber o motivo… outros progressivamente mais amargos e atados a preconceitos fossilizantes, notando a força vital, a motivação e o ideal se lhe escaparem das mãos d’alma, como areia entre os dedos… sem detectarem causa aparente…

Por eles, amigo, cogita da grandeza do gesto de ficar mais tempo encarnado. Eles tomaram a rota de desastres existenciais que não dimensionam e de que estão completamente alheios, no espaço ainda da presente existência física, e que, quando sofrerem o desabar das tempestades de carma que se acumulam, como nimbos carregados sobre suas cabeças, procurar-te-ão o amparo ou daqueles que amparaste, para pedir socorro e suprimento que lhes impeça a queda mais trágica ainda no desespero total. Se agora desistes, eles ficarão à deriva, perdendo o último terço de valor da encarnação que ainda lhes sobrou (porque os outros dois terços já foram defenestrados, quando se voltaram contra ti e a Obra Divina que abraças, e com que se comprometeram antes do berço). Apieda-te deles, amigo, e, por eles também, aceita o peso desta existência de sobrecargas… eles precisam de ti, e precisarão ainda mais, no futuro…

Produziste, é bem verdade, em termos de material de consolo e esclarecimento, dez vezes mais do que muitos dos considerados ases da tua área logram fazer durante uma existência inteira. Pensa, todavia, naqueles que ainda não conheceram a Obra de que te constituíste representante no mundo físico, e, perdoando e amando, serve ainda mais.

Que maravilha poderes escolher o sacrifício de ti para estar mais um tempo sobre a crosta, sem obrigação para isso. Fica, alma boa e generosa. Irmãos e amigos dos mais caros te viraram as costas, tua biografia lembra roteiros espetaculares de novelas dramáticas, mas, por outro lado, considera que é assim mesmo que se tece o destino dos Enviados das Alturas. Se és a voz que repercute a Voz do Domínio Maior, como poderias esperar reação diversa dos que te circundam, dos que te procuram, dos que te observam à distância, sem nem de longe dimensionarem quem és, de fato, por dentro?

Esperam uma imagem patética e infantil do santo manso e abobalhado (porque falso), que lhes vicie no atendimento irrestrito e irresponsável do petitório vulgar. Esqueceram das tradições sagradas dos profetas e patriarcas irados, tanto do Antigo, como do Novo Testamento. Olvidaram mesmo da figura de Jesus, com chicote na mão, dentro do templo das loucuras e prostituições humanas, e se surpreendem por pores à mostra as hipocrisias do ego e seus inúmeros disfarces, que sempre prefere declarar o professor louco e depravado a aceitar estar errado. Tua postura é tão obviamente honesta, mas eles conseguem criar subterfúgios de fantasia mentirosa para si mesmos, afundando, cada vez mais, no pântano de tristezas e desequilíbrios, desmotivação e desesperação, a que se entregam, desassisados…

Segue, amigo, em paz. Estás a caminho da Luz… e, por mais que julgues anacrônica a Imagem da Cruz, é ela, ainda e sempre, por ser padrão intemporal, um mito-símbolo que representa a ascese dificultosa, entre cardos e testes sucessivos, na marcha evolucional de todos que, mais que para os outros, somos testados em acréscimo, por nos fazermos porta-vozes da Luz Divina.

Ora, então, e espera. O socorro te chegará. Tu jamais serás relegado a desamparo, fazendo-te, como te vens fazendo, fonte de esclarecimento e consolação para tantos. Já eles, pobres coitados, exatamente os que te testam, no limite de tua suportação, não sabem que correm risco de espantar, para longe de si mesmos, a própria fonte de solução para as tragédias do porvir que os aguardam… Oxalá, para o bem deles, que não desistas… Eles nem fazem ideia do quanto precisarão de ti ou, no mínimo, do efeito de tua obra, nos que os ajudarão no futuro, pela cadeia gigante, em efeito dominó, de efeitos benemerentes que geras, ano sobre ano, espalhando as sementes do Bem, por onde passas… Mas, mesmo assim, por mais destrambelhados estejam em seu surto de fúria leviana e perversa, só irão até onde a Divina Providência permitir.

O que mais podemos dizer, diante deste quadro? Eles seguem, dia a dia, distanciando-se de Deus… e tu prossegues a serviço d’Ele-Ela, a despeito de tudo!…

Avante, destarte, cavaleiro do Bem! Que teu norte seja o devotamento integral, como sempre fizeste. Renova as forças e espera. Maria vela. Jesus espera. Vamos vencer juntos! Já vencemos!

(Texto recebido em 2 de novembro de 2009.)

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