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Espírito Eugênia
em diálogo com Delano Mothé
Médium: Benjamin Teixeira de Aguiar

Delano Mothé – A senhora poderia trazer esclarecimentos acerca da prática da automutilação? Chamou-nos a atenção a seguinte manchete, publicada em um semanário nacional: “Diante de uma angústia intensa, adolescentes se cortam escondidas em busca de uma forma de amenizar o sofrimento. A internet ajudou a revelar o alcance do mal.”

Espírito Eugênia – Antes de maiores considerações, importa lembrarmos a máxima conceitual freudiana, incorporada a seu edifício de princípios a partir das ideias de uma de suas discípulas mais célebres (*1): a pulsão de morte, ou “thanatus”, que se contraporia à pulsão de vida, denominada, “lato sensu”, de “libido”, aqui compreendida de modo equivalente ao proposto pelos bons exegetas da obra do mestre vienense, não se circunscrevendo o impulso basilar a, tão só, ímpetos sexuais. Em outras palavras, corroborando as assertivas do “Pai da Psicanálise”, a inclinação à autodestrutividade, quanto à destrutividade (faces de um mesmo vetor psíquico), é inerente à condição humana. Como canalizar esses impulsos antagônicos – eis a questão –, além de equilibrá-los entre si, de forma construtiva, qual ocorre nos processos de amadurecimento do ser, que implicam destruição do “antigo” para a edificação ou estabelecimento do “novo”, é que “são elas”.

Adolescentes (principalmente as meninas, pelo perfil psicológico feminino mais tendente à autodestrutividade, em oposição ao dos meninos, mais destrutivos, geralmente, por fatores complexos biopsicoculturais que não nos cabe aqui minudenciar, por fugirem ao tema em estudo) sofrem muito maior dificuldade, numa civilização complexa e prenhe de contradições como a terrena da atualidade, para se ajustar, orientar-se e buscar compensações para seus dramas e conflitos íntimos. O elemento das endorfinas que são “convocadas”, pelo sistema biopisíquico, a trazer alívio químico à máquina cerebral, no instante das automutilações leves, aventado por estudiosos, constitui meramente a “ponta do iceberg” da questão bem mais intrincada.

Há, sim, maior comunicação, e a rede mundial de computadores favorece a revelação do que antes podia ser mais ocultado. Todavia, de fato, existe um acréscimo de influência nas forças da desagregação, típico em épocas de transição. Esse fenômeno de massa (*2) representa, por assim dizer, um alarme para a necessidade de uma educação de melhor qualidade, para a vida como um todo e não meramente para o mercado de trabalho, qual atualmente acontece no sistema acadêmico convencional, abarcando-se inclusive o período do ensino fundamental e o pré-escolar. Urge que pais e mães, professores e tutores da infantojuventude, de uma maneira geral, não só encontrem primeiramente propósitos maiores para a existência humana – e para si próprios, por conseguinte –, mas também estejam capacitados a transmitir isso a seus filhos, discípulos e pupilos, de molde a evitar que a “angústia existencial” natural à crise de adolescência ultrapasse certos limites toleráveis e acabe desembocando em distúrbios psiquiátricos mais graves ou  degenerando, eventualmente, em suicídio e em desvãos da criminalidade.

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DM – A senhora teria algo a comentar a respeito do escândalo sexual envolvendo oito mulheres e o príncipe Harry, num hotel em Las Vegas, e sobretudo quanto à opinião aprobatória de expressiva parcela dos britânicos, que declaram adorar as estrepolias do jovem da realeza inglesa?

EE – Da parte do jovem estroina, que age como qualquer indivíduo imaturo, com fácil acesso a toda ordem de desatinos e excessos, cremos nada precisarmos esclarecer, pelo óbvio dos fatores envolvidos. Com relação à opinião pública do país europeu da “família real” em foco, denota-se a crítica carência de sentido para viver, o que fomos compelida a asseverar na resposta à questão anterior, não por acaso. As pessoas buscam a mídia, de boa ou má qualidade, os periódicos de criminalidade e mesmo os extensos dramas novelescos de ficção, com o fito de, inconscientemente, preencherem um vazio no Espírito que só o próprio Espírito pode plenificar: com propósitos dignos, de ideal, sabedoria e serviço ao bem comum. Quem foge a esse apelo inarredável da natureza eterna de nossa essencialidade última, degrada-se, avilta-se, enlouquece, em graus variados.

(Diálogo mediúnico entabulado em 2 de setembro de 2012.)

(*1) Sabina Spielrein.

(*2) Segundo estimativas atuais, 8% das adolescentes praticam algum nível de automutilação.


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