Benjamin Teixeira pelo espírito Eugênia.

Se, no empenho de servir o Cristo, seguindo, rigorosamente, os reclamos da consciência, você se sentir aturdido pelo ataque dos infelizes irmãos perturbadores, tanto encarnados quanto desencarnados, que se colocam como inimigos da Causa do Cordeiro, erga o coração aos Céus e agradeça a oportunidade de testemunho. Sem o teste, não é possível aferir valores e consolidar conquistas.

Não se trata de visão mórbida, maniqueísta, à moda dos delírios fanáticos medievais. Antes pudéssemos, à força de argumentos veementes, fazer com que não existissem o narcotráfico e as grandes organizações criminosas da Terra, mas não só existem como sabemos que estão assentadas sobre bases de etiologia complexa, de ordem social, econômica, cultural, espiritual. O mesmo se dá na dimensão extra-física de vida. Grandes organizações criminosas se erguem, no correr dos milênios, pugnando pela ruína dos projetos divinos no planeta. Em verdade, fracassarão, em lances evolutivos relativamente próximos (alguns milênios). Por ora, todavia, por permissão divina, prestam serviço de averiguação de elementos, fazendo-os sofrerem o cadinho dos processos alquímicos de transformação interior.

Assim, você sente grande vertigem de tentação. Pense, todavia, nas conseqüências. A excitação do momento valerá pelos resultados que lhe seguirão? Não vale conter-se um pouco, para não criar implicações para toda a vida?

Não se confie, amigo, à voragem dos desejos. Os desejos são impulso da vida à produtividade, à criatividade. No momento em que se fazem destrutivos, foram pervertidos em sua natureza fundamental, em sua função e finalidade. Não que os deva reprimir, sem consideração às sutilezas da estrutura psicológica. Mas se, num primeiro instante, não conseguir transmutar sua força imediatamente, reprima-se, e depois elabore as energias represadas. Liberar energias, sem nenhum equilíbrio, equivale a abrir as comportas de um dique, pondo tudo abaixo.

Não acredite que seja irresistível a força da tentação. É um sofisma e uma indução hipnótica da parte dos elementos mais negativos de si mesmo e daqueles que, de fora, da obscuridade das freqüências extra-físicas de vida, pelejam pela sua perda.

Não imagine que tudo na vida sejam prazeres e delícias. Uma certa quota de desconforto, pontos de aridez e tédio compõem a rotina da existência humana. Fugir a isso é se candidatar ao crime, ao vício, à loucura e ao suicídio, direto ou indireto.

Discipline-se. É fundamental que se controle, que se eduque, que se possua. Ou você se tem, administrando, com escrúpulos e honradez, sua casa mental, ou se verá tomado por forças desagregadoras que rapidamente o conduzirão ao caos, à tragédia e à total consumição de si.

(Texto recebido em 24 de agosto de 2001.)