Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eustáquio.

Revê, contrito, nas telas da memória, antigos conflitos bélicos que tisnaram as páginas da história, com sangue e lágrimas.

Nota, enrubescido de vergonha, a monstruosidade “impretextável” de conflito e contradição dos confrontos fratricidas, da belicosidade inflexível, em que tu também chafurdas, fazendo guerra a teus irmãos em humanidade, por motivo de nada.

Enfeixa, outrossim, nos panoramas do espírito, quanto, a despeito de toda carnificina e tragédia, soube a humanidade soerguer-se das mais medonhas desgraças, para reconstruir um mundo novo, sobre as ruínas e os escombros do mundo velho derribado.

Tu és, amigo, mensageiro da esperança, estafeta de uma era melhor, ou, ao reverso, podes te tornar arauto de tempos idos, representando fatores da desagregação, que intentam, insistentemente, destruir as conquistas do progresso humano. A escolha, por ser embaixador da Luz ou delegado das trevas, cabe somente a ti fazer.

Ante tal perspectiva grave, nos momentos angustiosos que atravessamos na Terra (*), revê tuas posturas e verifica se estão em coadunância com as genuínas propostas do Cristo de renovação da humanidade.

Tu podes constituir a ti mesmo um guerreiro de frente de batalha, não no front das conflagrações sanguinolentas e tecnológicas da era moderna, mas no campo superior dos embates espirituais, em que o bem e o mal pelejam por obter supremacia sobre sua alma.

Processa, assim, teus conflitos íntimos, e age de tal modo que transcendas as perigosas dicotomias maniqueístas que fazem com que se veja algo ou alguém como inteiramente isento de erro, para que possas enxergar com lucidez e sabedoria a ti próprio, e, assim, mantendo-se sob contínua vigilância, canalizares forças e inspiração para a realização do melhor.

Hoje, és convocado a importante batalha, amigo. Mister se faz, porém, posicionares-te de modo adequado: se do lado dos fanáticos “bons meninos” que não divisam a parcela de mal que há em si, ou no lado dos discípulos justos da verdade, que põem em suspeita primeiramente a si próprios, a fim de, somente depois, possam administrar, judiciosamente, as relações com os outros e levar a cabo avaliações imparciais e equânimes do que se passa no mundo externo.

(Texto recebido em 23 de março de 2003.)

(*) O autor espiritual faz alusão ao ataque bélico ao Iraque que ocorre agora.

(Nota do Médium)