Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eustáquio.

Desiste, agora mesmo, de lutar contra adversidades imaginárias. Qual Dom Quixote de la Mancha, o mito literário espanhol, brigando com moinhos de vento, à guisa de dragões terríveis, o ser humano com freqüência dramatiza situações, enxergando inimigos onde não existem. Destarte, corrige, sem demora, a tendência a aumentar tuas aflições, tuas angústias íntimas, tanto quanto o mal que supões divisar nos teus irmãos em humanidade. Está em caráter de urgência, de primeiro plano de prioridade o dever do cristão ser o mais possível indulgente com as falhas, as anfractuosidades e todas as neuroses daqueles com quem é dado conviver.

Hoje, amigo, revê teus pontos de vista, sobre aqueles que imaginas condenados a toda sorte de carma, por não agirem, sentirem e serem da forma que especulas ser dever deles. O dever da pessoa é ditado tão-somente por sua consciência. Sendo assim, recolhe tua inclinação à arrogância e detém teu gesto de julgamento, compenetrando-te, de uma vez por todas, que julgar é dos atos mais claramente anti-cristãos que existem.

A tendência a dramatizar situações; a perspectiva, portanto, exageradamente emocional de percepção e leitura do mundo decorre de o ser humano, no nível terreno de evolução médio, não estar devidamente aparatado a sintetizar os feixes cognitivos, associativos e conceptivos de emoção e razão – estes dois grandes vetores psíquicos digladiando freqüentemente no cenário mental, ora um tendo prevalência; ora outro; fazendo com que o indivíduo, nesta constante gangorra de percepção unifocal, distorça toda a captação da realidade, ou compelindo-o a vislumbrar tudo de um prisma exacerbadamente lógico, calculado, matemático, pragmático-utilitarista; ou, por outro lado, excessivamente emocional, impulsivo, melindroso, com toda ordem de suceptibilidade sombria, mórbida e mesmo malévola.

Devemos fazer a conjugação das duas grandes potências perceptivas da psique humana – razão e emoção – para viabilizarmos a síntese suprema, que podemos chamar de intuição, que, por sua vez, propicia a manifestação da sabedoria – ou chamemos bom senso.

Sendo assim, ao exercitarmos o perdão, estamos desenvolvendo a mente, amadurecendo-a, elevando-a a um grau de lucidez acima dos padrões médios de evolução da humanidade terrestre de hoje.

Cogita e reflexiona, com critério, em torno destas considerações, prezado amigo, e estar-te-ás candidatando a um grande salto de evolução em teu nível de consciência, deste modo propiciando para ti e para outros – aqueles que têm oportunidade de conviver com tua pessoa, de estarem dentro de teu círculo direto ou indireto de influência pessoal – a bênção de uma vida com qualidade mais alta, a excelência da paz, da bem-aventurança, muito além do que imaginas, uma felicidade que, por ora, nem sequer podes conceber, 
quanto mais entendê-la possível.

(Mensagem recebida psicofonicamente, em reunião mediúnica fechada de 30 de agosto de 2005.)