(E Convocação à Cruzada pela Felicidade.)

por Benjamin Teixeira.

“Ao que o Senhor respondeu:
‘Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? Estes, sim, que fazem a vontade do Pai, são minha mãe e meus irmãos’.”

Queridos Amigos:

Para não comprometer o andamento de minha lua-de-mel, com efeito de repouso forçado – que paradoxo, hein? – proposto por médicos da Espiritualidade Sublime, escrevo esta mensagem para todos, em um movimento único de agradecimento pelas congratulações recebidas, em função da ocasião de passagem da celebração de meu matrimônio com minha alma gêmea Wagner Mendes (além do casamento místico – “hierogamos” – com o Espírito Eugênia, representando a sinergia que devemos priorizar com o nosso ideal e aqueles que o simbolizam, antes de nos unirmos em consórcio conjugal com quem quer que seja), congratulações essas expressas em manifestações afetuosas ou contidas, longas e detalhadas ou curtas e sucintas, efusivas ou comovidas, presenciais ou à distância – por telefone, e-mail, torpedos (SMS), scraps e depoimentos (no Orkut), provenientes de Sergipe, dos demais estados do Brasil e inclusive do Exterior, que inundaram e continuam inundando os meus receptores de mensagens eletrônicas de voz e texto (além dos dele – o que também me toca de gratidão, nas fibras mais íntimas d’alma).

Tenham plena consciência de que recebi, li ou ouvi cada visita (física ou virtual), com carinho personalizado, atento às características mimosas de cada qual, às idiossincrasias de temperamento, ao desejo de tocar e alegrar nós dois, que já nos sentimos, por nosso próprio arroubo de afeto, transportados ao paraíso, além de estarmos em meio a pouquíssimos e estimadíssimos amigos, que aqui nos acompanham, em retiro plácido de repouso, lazer e criatividade, em mirífica casa de praia, cedida por família querida ao coração.

Espero que todos vivenciem o mesmo ideal que laboramos por seguir e lapidar, dia a dia: de nunca deixar de viver o próprio caminho de felicidade, por receio de ferir convenções ou expectativas de terceiros, ainda que sejam os que fazem protestos de amor (crassamente suspeitos, quando contrários ao impulso mais legítimo de nossa individualidade), pela ululante obviedade de que quem ama quer ver seu objeto de amor feliz, e não submetido a seus caprichos de ego e vaidade, culpa e controle, tirania e perversidade dissimuladas de bem-querer. Disse Nosso Senhor Jesus: “Conhece-se a árvore pelos frutos.” E todos muito bem sabemos como o Cristo tratava os moralistas preconceituosos: “Hipócritas! Sepulcros caiados: brancos por fora, cheios de podridão e rapina por dentro.” Nenhuma causa ou situação desperta maior efervescência de paranóia furibunda de “familiares e religiosos indignados”, na atualidade, do que a da vivência equilibrada da homossexualidade, que vem ganhando terreno, no mundo inteiro, de modo historicamente irreversível, nos meios mais cultos e civilizados, na mídia e na literatura, depois de endossada, inamovivelmente, pela Ciência.

Que tenham, consoante pregamos em nossa Escola de Pensamento, sob tutela da Mestra Desencarnada, a convicção de que ninguém possui autoridade para nos subtrair o direito à felicidade, e de que este padrão psicológico, da ventura mais profunda, assentada em nossa vocação, em nossos reclamos mais recônditos d’alma, constitui o portal magnífico que nos conduzirá à plenitude inaudita do Empíreo, já prelibado, aqui mesmo, nesta existência física, quando agimos de conformidade com este princípio, como sentimos integralmente ser o nosso caso.

Aqueles que aguardam por uma próxima reencarnação ou pelo prêmio no “Reino dos Céus”, depois do fenecimento do corpo (ironia trágica, porque a morte representa uma mera trilha para a continuidade do que já experimentamos atualmente), a fim de usufruírem de uma felicidade hipotética, quase sempre tão-só fogem da necessidade premente, evolutiva, de enfrentarem seus conceitos equivocados de vida, suas crenças de verdade, moral e espiritualidade, e, principalmente, sua preguiça, orgulho e covardia, que não lhes permitem pagar o preço pela própria libertação e realização completas.

Foi por isso que nosso enlace matrimonial aconteceu em pela reunião pública para estudos e oração – para se converter numa aula de derrubamento de todas as fronteiras de preconceitos, castrações e hipocrisias que pervagam o seio da sociedade, a começar pelos tecidos mais íntimos das relações familiares, na manipulação subliminar, muito frequente, que pais e tutores exercem sobre filhos e pupilos, na extravasão-projeção de suas frustrações mal-resolvidas.

Que se debatam as feras da falsidade e da maldade, enjauladas pela força do carma e da Justiça Divina, que não se deixa engabelar pelas artimanhas do ego moralista e discriminatório, mascaradas de preocupação e afeto, porque temos ao nosso lado as maiores Potestades do Universo, que a-bo-mi-nam(!) hipocrisia, como dramaticamente explicitou o Cristo Jesus, com o chicote à mão, revirando bancas no templo e esbravejando com os que escondiam suas verdadeiras intenções ao falar de “moral e espiritualidade, família e amor”.

Execração cósmica e eterna aos vendilhões do interesse pessoal, da perseguição gratuita aos entes queridos, por caprichos pessoais… anátema à mentira manhosa dos que choram e blasfemam, com a intenção mal-dissimulada de impedir o bem-estar de quem deveriam proteger. Uma terrível justiça os aguarda, a eles e aos que apoiarem sua sanha diabólica e inconsistente, visto que, como também muito bem declarou o Cristo, no capítulo 3 de Marcos, “Ai daqueles que acusarem de pertencerem ao mal os que são profitentes e realizadores do bem; ai daqueles que disserem que alguém inspirado por um Espírito Santo está sob influência do mal, pois cometem um pecado sem remissão, um erro sem perdão!” Imaginem!… isso dito pelo próprio Cristo!…

Ai daqueles que se voltam ou venham a se voltar contra os vanguardistas do Bem e da Luz… ai daqueles que se coloquem contra o Santo e Sábio Espírito Eugênia… estarão incursos no mais grave e profundo de todos os delitos, porquanto cumprimos a tarefa que o Próprio Cristo – Ele, que convivia com prostitutas e homens públicos de má fama, mas sinceramente interessados em fazer o bem – iniciou, há vinte séculos: pôr abaixo as fronteiras de todos os preconceitos… … Eis que, diante disso, podemos parafrasear o Apóstolo Paulo e dizer, flamejantes da sagrada confiança dos que sabem estar na vereda da Verdade, bafejados pelos ventos da evolução e protegidos pelos Guardiães da Humanidade:

“Se Deus é por nós, quem poderá estar contra nós?”

Que Maria Santíssima, Nossa Mãe Maior, abençoe-nos e nos cubra de bênçãos, agora e por todo o sempre!

Desejoso de ser seguido pelos audazes homens e mulheres, hétero ou homossexuais, dispostos a esta Cruzada pela decência, pela transparência, pelo espírito cristão de respeito ao outro e à diferença, e, em última análise, pela felicidade,
Irmão em Cristo,
Benjamin Teixeira,
Aracaju, 23 de junho de 2009,
Aniversário de 21 anos de meu grande amor.