Há pessoas que escolhem o abismo. Têm justificativas para isso, é claro, mas as reais razões não são declaradas (às vezes, nem para si mesmas) e, sim, reveladas em sua conduta, em suas negligências com o essencial, em suas prioridades erradas, em seus valores invertidos.

Falam, argumentam, tentam se convencer de estarem certas, procuram abafar a consciência com analgésicos psicológicos de baixa qualidade e lutam para se afastar da culpa, que lhes geraria arrependimento e a responsabilidade pela própria transformação para melhor.

Preferem se sentir vítimas, e as críticas que fazem ao Sagrado amiúde são caladas no recesso de seus corações mirrados, abrindo portas para tentáculos de demônios perigosos, que chegarão sorrateiros… que já chegaram parcialmente, ao fazerem-nas lançarem-se no precipício, terminando de lhes enceguecer a lucidez, já comprometida.

Todavia, que se poderia esperar de quem escolhe o plano das superfícies e das aparências, para desprezar a Fonte da Vida?

Para as criaturas que se decidem pela rota do ego e dos interesses do mundo, solapando o Espírito, só resta o silêncio do respeito ao seu livre-arbítrio insanamente aplicado, aquele mesmo silêncio que Jesus ostentou ante Seus crucificadores.

O Cristo da Verdade, no entanto, seguiu para a glória da Ressurreição eterna, poucas horas depois de Seu martírio, ao passo que, quanto aos crucificadores, uma sina bem diferente lhes aguardava, em medida e extensão de tempo de todo imprevisíveis…

Gustavo Henrique (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
17 de dezembro de 2019