(Estudando Emmanuel e Jesus – 04.)

Benjamin Teixeira
pelo
Espírito Irmão Lucas.

Medita comigo, amigo, em torno desta pérola de inaudita beleza, do pensamento emmanuelino:

“A pedra que acidentalmente nos fira, será provavelmente a peça que sustentará a segurança da construção, e, porque nos haja trazido leve dissabor, isso não é motivo para arredá-la do serviço que deve prestar à coletividade.” (*1)

Costumamos adotar, inadvertidamente, a posição de “centro do universo”, por instigação do ego e pelo destrambelhamento e perversão das faculdades de percepção que lhe são bem peculiares. E, por conta disso, tendemos a expender julgamentos sobre pessoas e situações, conforme o interesse e a conveniência de nossa comodidade ou de nossos amados diretos – quando conseguimos amar alguém verdadeiramente.

Ainda fruindo da sabedoria do grande mestre, vejamos o que ele nos leciona:

“Reage contra quaisquer impressões de mágoa ou ressentimento, evita, quanto possível, as circunstâncias em que a tua posição de convalescente seja suscetível de queda, e guarda-te, no convívio de irmãos cujos laços de entendimento e de afinidade te garantam o equilíbrio que ainda não pudeste, de todo, recuperar.” (*2)

Eis a grande questão: muitos não se sentem obsedáveis, vulneráveis a más influências, tanto da dimensão extrafísica de vida, quanto de encarnados e suas mentes enfermiças. Esquecem-se de como caíram (e de como caíram feio) na véspera ou, querendo dizer mais claramente: há bem pouco tempo, e põem-se na posição de juízes do mundo e de sofredores que podem até ser mais doentes que eles (conquanto os criticados, amiúde, estejam em melhor posição que os próprios acusadores), não desfrutando, quiçá, dos recursos socorristas a que estes, os incautos caluniadores, têm acesso. Desprezam seus irmãos em humanidade, por se julgarem dispensados de reconsiderar suas opiniões, tidas como fechadas, certas e absolutas – longe de se darem conta do desatino de soberba obsessiva a que se confiam, com tal postura.

Há pessoas que se dão ao prazer de, no seio de instituições e famílias, grupos sociais ou empresas sérias, lançarem uns contra os outros, gravando uma fala menos amável aqui; passando adiante, irresponsavelmente e sem qualquer pudor ou ética, outra informação mais sigilosa ali; pondo-se no vértice de tudo, mais uma vez, para avaliar e estabelecer as condenações, a seu modo, espalhando e utilizando o que consegue colher de todos, como munição para a disseminação da desarmonia, desagregando grupos, destruindo amizades sólidas, atassalhando reputações dignas, formando um rastro de miséria e desgraça empós seus passos… Exploram capciosamente os preconceitos alheios, focam os ângulos menos dignos de pessoas digníssimas, divulgam instantes menos felizes de heróis da virtude, fazendo-se “trombetas do apocalipse”, vaticinando o fim de obras seriíssimas, causas que gozam do patrocínio do Mais Alto, e, delírio por excelência, imaginam estar cumprindo um serviço à verdade, por dar a ótica do pior a todos e a tudo, o tempo inteiro…

Mas vá alguém lhes perguntar o que faziam nos ambientes em que puseram, momentaneamente, organizações sérias em crise, e elas imediatamente dirão, lágrimas escorrendo-lhes pelas faces cínicas, olhar cândido quase convincente, quando não furiosas, indignadas por não terem sido tratadas como deveriam ou não haverem encontrado o que queriam (é claro), que “estavam com a melhor das intenções, tentando dar o melhor de si mesmas e ser amigas de todos… embora ninguém as tivesse compreendido… como sempre lhes costuma acontecer… pobres coitadas”… sem perceberem, alucinadas como seguem, em seu vício moral, que também a notícia da existência desta sua tendência mesquinha se propaga, rapidamente, de modo que, por onde chegam, passam a ser observadas com progressiva suspeição e asco, por tão deplorável inclinação malevolente.

Crianças mimadas e de má índole que são, não notam elas que sua motivação verdadeira é tudo controlarem e tudo tomarem para si (inclusive o afeto, o respeito e a admiração de terceiros), por meios escusos, motivações estas que, é óbvio, dificilmente admitem para si próprias, lançando tais aspectos de si para o fundo fosso do inconsciente, onde estes degeneram e se tornam ainda mais destrutivos, ressurgindo, no nível consciente, aqui ou ali, mascarados de boas intenções (até para elas mesmas), mas disseminando o mal… mais uma vez…

De fato, diríamos, de coração doído, mas não com o matiz de interpretação distorcida com que elas colorem a louca (porque inteiramente desconectada da realidade) imagem que fazem de si próprias: pobres e infortunadas criaturas… Não fazem ideia da nuvem de tragédias que amontoam sobre suas cabeças, que, cedo ou tarde, entornará como tempestade de desgraças, quer elas consigam admitir seu erro, quer não. Muito pior a sequência de desgraças, se demorarem a chegar, por se acumularem, principalmente se os caluniadores, em sua insensatez, pretenderam ou pretendem atassalhar a reputação de caracteres dignos e a serviço do Plano Sublime de Vida, não importando a opinião que eles façam de tais pessoas.

Por lei indefectível de justiça e verdade, o pior de tudo e todos, gradativamente, começa a se voltar contra estes infelizes cultores da difamação, que nem se dão conta do quanto, mesmo sendo honestas (da perspectiva humana atual), em meio aos dados verdadeiros, inventam, distorcem ou tiram de contexto acontecimentos (seja por peças pregadas pelo seu próprio inconsciente ou do que Jung denominou de “sombra psicológica”, seja por influências de agentes tenebrosos do domínio extrafísico de vida), deturpando-os completamente, portanto (o que equivale a mentir), para, no fundo, sentirem-se um pouco menos ruins do que se sentem, no mais profundo de si mesmos.

Entrementes, piorarão muito mais, porque, em vez de agradecer pelas mãos e braços compassivos que se estenderam a auxiliá-las, estas criaturas cultivadoras da calúnia (disfarçada de desabafo entre amigos) acabaram por afundá-los na lama ou assim tentaram fazer, na primeira oportunidade que encontraram, surtadas, iradas, dizendo-se ultrajadas – porque não desfrutaram dos privilégios e benefícios que esperavam colher da relação que entreteceram com o benfeitor.

Ai dessas criaturas injustas e cínicas, lobos em peles de cordeiro, nos dizeres de Nosso Senhor Jesus. Pouco importa quão sejam fascinantes no verbo e como saibam seduzir a terceiros, e se de fato conseguiram cooptar, aqui ou ali, algumas pessoas para o lado sinistro de suas mentiras, depois de enlouquecerem a si mesmas, lutando, com todas as forças d’alma, para acreditar que não são tão medonhamente culpadas, pelo horror que fizeram a quem menos merecia: seus maiores beneficiadores de ontem. O tempo, no entanto, em nome de Deus,virá, implacável, fazer sua cobrança de justiça e verdade…

Eis por que, de nossa parte, só nos resta orar por estes azarados do azar autoescolhido… a sorte lhes terá dado as costas… por tempo indeterminado… porque a graça de Deus abandona mais firme, profunda e dolorosamente, aqueles que atacam, cruel e ensandecidamente, as próprias fontes da graça divina, para eles mesmos.

Ai deles… ai deles!… porque as obras de Deus prosseguem e crescem, sempre… não importando o que façam ou digam… enquanto eles…

(Texto recebido em 25 de março de 2010.)

(*1) e (*2) Trechos extraídos, respectivamente, dos capítulos 57 e 56, do livro “Encontro Marcado”, psicografia de Chico Xavier, autoria espiritual de Emmanuel.

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