Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

A preocupação em revelar a identidade do autor de uma comunicação mediúnica – em particular, fazendo aqui o estudo daquelas que procedem do Domínio Superior de Vida – é de todo dispensável (mesmo porque perigosa), sobremaneira no período inicial de exercícios medianímicos (*2), em que questões mais sérias, como a detecção de influências obsessivas e, antes delas, do próprio inconsciente do medianeiro, na resultante do transe, devem absorver o candidato responsável a tarefas de intercâmbio entre as duas dimensões de existência. O procedimento denominado “leitura de energias”, conforme conhecido na terminologia clássica kardecista, que podemos traduzir como a “intuição dos propósitos” da entidade comunicante, é o que há de mais relevante a ser feito, pois que, se esta exalar mentira, não poderá ser digna de crédito, pouco importando a altura moral que o nome pretenda lhe indicar; e se emanar circunspecção, amor e lucidez, nenhuma diferença fará se chegar ou não a declinar um nome, seja ilustre, seja anônimo, pseudônimo ou incógnito. Saber se a inteligência desencarnada que manifesta o desejo de se comunicar está se apresentando como representante do Bem ou do mal constitui a premissa fundamental, a condição “sine qua non”, no trato com as freqüências de consciência superiores à em que se habita. Se este quesito não for atendido, o indivíduo que se permite adentrar o universo das experimentações psíquicas sujeita-se a tudo, inclusive ao perigo de distúrbios mentais, desenvolvimento de graves moléstias orgânicas, expondo-se, por fim, até mesmo a promover o próprio desencarne extemporaneamente, pela rota do suicídio indireto, ao se abrir a influxos menos dignos, por parte de agentes do plano extrafísico de vida.

Segundo item, no capítulo desta temática, tão importante quanto este, é o de que os médiuns – tanto psicógrafos como psicofônicos – devem evitar publicar mensagens que tragam a chancela de nomes muito conhecidos e respeitados. É comum, no meio espírita, por exemplo, médiuns utilizarem o nome de Bezerra de Menezes – na maior parte das vezes, com a melhor das intenções –, para, inconscientemente, darem respaldo ao que recebem, ou para traduzirem a elevação do sentimento que experimentaram, no transcurso da interação psíquica. Com isso, simbolicamente, o inconsciente desses tarefeiros da mediunidade escolhe o nome de uma personalidade indiscutivelmente impoluta, que bem represente a envergadura moral do vulto desencarnado que com eles travou contato. Comumente, por conta da inconsciência quase completa destas motivações profundas, acabam tendo ocasião processos de viciação psíquica, quando não obsessiva, já que tais práticas são rotas mais fáceis que o trabalho individual, lentamente garimpado, de construção da segurança mediúnica, sobre o alicerce da experiência própria. Assim, melhor que se publique um nome desconhecido ou nenhum nome (o anonimato de algo como: “Um espírito amigo”), em vez de se assentar o conteúdo do texto na autoridade estabelecida por outro médium, em torno do nome de uma entidade.

Observe-se que Emmanuel ficou célebre, a partir do trabalho realizado por Chico Xavier; o mesmo se dizendo de Charles, através dos esforços de Yvonne Pereira; ou Joanna de Ângelis, com o empenho psicográfico de Divaldo Franco. Não eram figuras doutrinárias conhecidas antes disso. Como a atividade de materialização do pensamento das Faixas Superiores de Consciência é muito criteriosa, e considerando que preparamos médiuns no correr, amiúde, de muitas décadas, antes de sua reencarnação (em alguns casos, séculos), a fim de garantir as bases de uma comunicação fidedigna e séria, conforme os fins que colimamos, há uma regra muito clara (que possui suas raras exceções, obviamente), segundo a qual as mensagens de um determinado autor espiritual sempre virão à crosta do orbe por intermédio de um médium específico, com quem tenha desenvolvido, graças a esforços e sacrifícios de parte a parte (tanto do comunicante quanto da mente receptora), criteriosíssimas teias de relação psicoespiritual. Exemplificando: Emmanuel publicou suas obras através de Chico Xavier. Por outro lado, quando André Luiz – igualmente celebrizado pelo médium-mito – psicografou pelas mãos de Waldo Vieira, fê-lo enquanto este medianeiro trabalhou em parceria com Chico, e tão-somente durante o tempo em que assim esteve ligado à incumbência de assessoria ao médium mineiro, porque era a pena mediúnica do Cândido Xavier que endossava a produção psicográfica do médico-dentista que o auxiliou, por alguns anos, na lavra de livros provindos de Nossa Esfera de Existência.

Estas nossas considerações de reserva, no entanto, de modo algum impedem que, aqui ou ali, em ocasiões solenes e especialíssimas, certa instituição (que porte ou não famigerado nome), por exemplo, uma dedicada a Joanna de Ângelis, seja bafejada pela bênção rara de tal Nume Tutelar célebre trazer, pessoalmente (ou por meio de um representante gabaritado a tanto), seu pensamento a esse grupo, através de um médium da própria casa. Mas, sem dúvida, somente as páginas recebidas por Divaldo Franco poderão ser trazidas a lume com a assinatura da educadora desencarnada, e tão-só ele terá condições de, sistematicamente, atuar como médium da “monja da biblioteca”, com a devida subscrição.

E por que dizemos isso? Porque tanto Joanna quanto Emmanuel, ou nós mesma, influenciamos, direta ou indiretamente, por vias mediúnicas ostensivas ou inspiracionais, o trabalho de muitos de nossos pupilos; mas, nestas ocasiões, não estamos preocupados, e nem mesmo pretendemos revelar, ao fim do comunicado, nossa identidade, preservando-nos não só a nossa, como a privacidade do canal, e ainda evitando, destarte, sejam criadas confusões em torno do que se diga de nossa opinião, porque cada filtro mediúnico dará um tom mental totalmente diverso ao que tencionamos falar, pelo que nos esquivamos de escancarar a informação de quem fomos ou quem somos, de fato.

Que cada médium iniciante procure, com o tempo, com o amadurecimento de suas faculdades, a orientação e inspiração na relação direta com seu próprio guia espiritual. Movidos, amiúde, de insegurança – o que é muito natural, nos primeiros anos de atividade mediúnica –, alguns medianeiros encarnados escoram suas dúvidas na pseudoproteção de nomes que lhes inspiram confiança. Melhor que não o façam. Enquanto não estiverem suficientemente seguros para captarem a identidade de seu guia espiritual, sem conceder espaço a dúvidas excessivas, mais apropriado que se precatem de se envolver em processos de mistificação inconsciente, que acabam por medrar nos psiquismos de alguns médiuns pouco disciplinados, lúcidos e treinados – ainda que imbuídos das melhores intenções –, para as delicadíssimas e complexíssimas sutilezas do fenômeno de intercâmbio espiritual, entre a dimensão física e a extrafísica de existência.

(Texto recebido em 31 de julho de 2008. Revisão de Delano Mothé.)

(*1) Há algumas poucas semanas, uma amiga que trabalha como psicógrafa, muito responsável e criteriosa, preocupada com esta questão da declaração de identidade, na autoria das mensagens que recebe em uma de nossas reuniões mediúnicas semanais, veio-me consultar a respeito, ao término de uma dessas sessões fechadas. Chegando em casa, a mentora espiritual estimadíssima informou-me que, em tempo, tomaria a iniciativa de tratar da importantíssima temática, estratégica para o desdobrar da segurança mediúnica.

(*2) Chico Xavier recebeu ordem para destruir quatro anos de exercícios psicográficos, que abarrotavam um baú. Divaldo Franco foi convocado a fazer algo do gênero, em período equivalente. Eu mesmo cheguei a publicar páginas na imprensa, por igual extensão de anos, subscrevendo meu próprio nome, para que, por fim, pudesse Eugênia começar seu trabalho psicográfico, por meu intermédio, em público. Somente depois deste período de um quadriênio (para os melhores casos), a relação entre médium e orientador espiritual faz-se suficientemente sólida, de modo a autorizar a publicação de páginas por este assinadas.

(Notas do Médium)


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