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Benjamin Teixeira de Aguiar
pelo Espírito Eugênia-Aspásia.

Nossa querida companheira encarnada, a médium Brígida, pediu a seu consorte Weber que dessem uma volta, de carro, na orla da cidade praiana do Nordeste brasileiro em que residem. As atividades intensas no lar a exauriram.

No percurso, reorganizando a casa mental, Brígida pôde ouvir com mais clareza seus Maiores do Plano Sublime e parlamentar com Eles, concentrando-se em Sua faixa de consciência. Numa boa sintonia, sentiu que a ligação psíquica que entretecia com os Guias Espirituais intensificava-se, de um modo que a ressonância do Alto, em sua psique, a despeito de aprisionada a um corpo denso de matéria, “explodia”, em pulsações luminosas, dentro do veículo. Um pouco embaraçada, sem nada dizer ao cônjuge (pedira-lhe apenas licença para trafegarem em silêncio, no intuito de se manter em prece), notava que alcançara o diapasão dos Seres das “lendas”, que governam comunidades e, quando encarnados, ao modo de São Francisco de Assis e outras figuras santificadas, atraíam a si os animais e as forças da Natureza, que se lhes rendiam, pacíficos, por, de modo instintual e direto, em sua pureza inconsciente, perceberem n’Eles também a condição de criaturas puras, só que supraconscientes. Noutras palavras, os animais “intuem” travar contato com uma “fonte de Vida”, um canal d’O(A) “Incriado(a)” e de Seus-Suas Embaixadores(as).

Na volta do ligeiro passeio, eis que avistam pequena manada de cavalos (pois que moram nas últimas bordas da região metropolitana daquela capital, em área quase rural), e Brígida, tangida por intuição mais forte, falou a Weber, em tom calmo, mas firme:

– Querido, por favor, fique mais atento, desta vez, e reduza mais a velocidade, para evitarmos um acidente.

Os animais haviam acabado de fazer a travessia da pista asfaltada. Weber, conhecedor da vida de sinergia da esposa com o Mundo invisível, atendeu à orientação recebida, com satisfação e sem tergiversar. E qual não foi a surpresa (embora já houvesse presenciado, noutras ocasiões, ocorrências do gênero, em torno da figura da companheira) quando, ao se aproximarem do ponto exato em que os equinos moviam-se lentamente, retornaram estes à pista, em movimento completamente não natural, avançando na direção do veículo e rodopiando em sua lateral e traseira, visivelmente tentando ver e se aproximar de “algo” dentro do automóvel. Weber só conseguiu dizer, sabendo do que se tratava:

– Amada!… Veja… veja… Eles estão sentindo!…

Embora trafegando em baixa velocidade, o veículo quase precisou avançar no acostamento do outro lado da pista.

– São Eles, Weber; não me olhe deste jeito… – falou a medianeira, para um esposo sorridente, respeitoso. – Uni-me em vibração aos Mestres Espirituais. Os bichinhos não têm como me distinguir da Fonte de Energia que emana de Cima. Esperável que se confundam. Eles reconhecem a vibração de Vida e Amor das Alturas: somente isso.

Mal Brígida terminou de articular essas palavras, e uma coruja, que procurava se aquecer no calor residual do asfalto, sobrevoou rapidamente na direção da direita do carro, fugindo de iminente atropelamento, piando caracteristicamente. Mas, de maneira semelhante aos quadrúpedes logo atrás, fez imediata reviravolta no ar, cantando mais alto e acompanhando o automóvel, por alguns breves instantes.

Para quem “tem olhos de ver e ouvidos de ouvir”, como disse Nosso Mestre e Senhor Jesus, os sinais da Espiritualidade não acontecem só nos grandes eventos miraculosos, raros e espetaculares, mas também nos simples e aparentemente desprovidos de significado, como este, prosaico quanto singelo. Brígida não era a Fonte, mas uma psique-especular, disciplinada e devota, que refletia d’A Fonte o que lhe estava ao alcance.

Weber, naquele fim de madrugada, ao raiar do dia, como o faziam antes de dormir, diariamente, orou mais feliz com a esposa, e as janelas do quarto se cercavam de passarinhos em grande quantidade, a chilrearem magnificamente – também totalmente fora do habitual… o curioso e cândido fenômeno prosseguia. O jovem consorte exultava de felicidade, por se sentir mais vividamente partícipe de um Ideal Maior e auxiliar de uma enviada das Alturas. Estava certo. Que honra é, para todos nós, servir o Céu e Aqueles que O representam! E, por outro lado, ai daqueles que dão as costas aos mensageiros da Graça… porque se introduzem, inadvertidamente, no território da desgraça… Os registros históricos da biografia de místicos, santos e profetas, de todas as culturas e épocas, são fartos em embasar este infortúnio de que desejamos precatar nossos(as) leitores(as).

Sim, a Luz de Deus está dentro de todos nós. Mas, assim como nem todos são catedráticos ou gênios, no campo do saber, ou autoridades constituídas, no âmbito da política, na organização do mundo físico, igualmente não há uniformidade de responsabilidades e outorgas de poder, no que concerne às questões espirituais, porquanto tais concessões são conferidas a seres mais amadurecidos, que descem aos proscênios da reencarnação a fim de catalisar o despertar de indivíduos e coletividades para o(a) Criador(a) e seus deveres para com Ela-Ele.

(Psicografia de 03 de maio de 2013.)