(Diário do Médium Augusto – 01.)

Benjamin Teixeira
pelo
Espírito Eugênia.

Gorete, professora devotada, se empenhou por ministrar a aula do dia com qualidade, e sentiu-se fluente e brilhante. Chegando a casa, porém, ao fazer seu exame de consciência, percebeu-se imbuída de remorsos, pela ordem de reflexões que lhe espocaram, conturbando-a.

Um médium amigo seu, chamado Augusto, dotado de raras e excepcionais faculdades medianímicas, ligou-lhe, pouco mais de meia hora depois do ponto agudo da crise, para lhe transmitir recado pessoal do guia espiritual, esclarecendo-a e confortando-a, num mesmo movimento:

“A amiga Gorete condenou-se por ter falado mais e mais ricamente, no ministério do professorado a que se dedica, julgando-se ‘egóica e exibida’ (risos). De modo algum! Se teve a consciência de que fazia um bom trabalho e que despertava a admiração dos alunos, isso indica, respectivamente: que é lúcida, para avaliar quando uma aula foi dada com qualidade, e que é sã emocionalmente, para desejar o melhor das pessoas a seu respeito e não o pior. Tal atitude é bem diferente de desejar humilhá-las e oprimi-las, para parecer superior.

A autoestima felicita-se, por cumprir uma boa tarefa e prestar um serviço aos semelhantes, atendendo-lhes as necessidades, confortando-os, fazendo-os mais felizes e ricos, em todos os sentidos. A arrogância deseja ferir, através de um talento considerado pessoal e exclusivo, que não é posto a serviço do bem geral (ou quando não se tem a intenção de pô-lo a serviço do bem comum).”

Pouco depois, foi a vez de Augusto telefonar para uma jovem que perdera a noite, insone, aturdida com sentimentos de desvalia pessoal, num surto provocado ao acompanhar forte repreensão que uma colega de trabalho sofrera, naquele dia. Lisandra – seu nome – recebeu a ligação do amigo intermediário sobre-excitada previamente, por lhe conhecer a facilidade no trafegar entre as duas dimensões de vida, e escutou-lhe, comovida, a descrição dos eventos da madrugada, que ninguém poderia saber (visto que não dissera nada a quem quer que fosse):

– Nossa querida Celeste pediu-me lhe dissesse:

“O mal-estar que lhe impediu a conciliação do sono deveu-se à provocação indireta do tomar nota do ocorrido com a colega de profissão, que sofreu severa repreensão, desencadeando-lhe complexos de rejeição e de abandono. Eis que, então, assomaram-se-lhe, madrugada adentro, recordações desagradáveis com relação a várias pessoas que lhe remetiam a estas impressões de desvalor pessoal.

Também lhe instilou a ansiedade bloqueadora dos mecanismos do sono a sensação de ‘não ser boa o bastante’, para ser mantida no seio da instituição que lhe absorve os esforços de mulher de bem, cumpridora de seus deveres, empenhada em crescer e se melhorar, em todos os sentidos. Esse sentimento, todavia, não tem base objetiva, ou seja: tem matrizes nos seus traumas do passado, neuroses do presente, mas sem correspondência factual que justifique qualquer preocupação, quanto a perder o espaço na organização que a emprega.”

Incrível o detalhe de a Mestra Espiritual não lhe desrespeitar ou desautorizar a catarse dos maus sentimentos – fulcrando-os na geratriz das experiências passadas negativas, sem, contudo, reforçá-los, ao dizer faltos de lastro no presente, em termos diretos, concretos.


(Texto recebido em 1º de julho de 2009. Revisão de Delano Mothé.)


Atenção:

Logo abaixo, há um vídeo disponibilizando as vinhetas históricas do nosso programa de TV, nos primeiros cinco anos de sua existência (1994-1999).

Nos próximos dias, estaremos trazendo a lume os habituais artigos psicografados ou inspirados, além de vídeos históricos da Instituição.

Não sabemos por quanto tempo isso se dará, mas é garantida, no mínimo, a publicação de um arquivo por dia, neste nosso sítio eletrônico da internet, seja ele em vídeo, apenas em áudio ou tão-só constituído de texto escrito.

Benjamin Teixeira
Estância, Sergipe, 1º de julho de 2009.