Desde o início de sua publicação, em 2010, foi afirmado, um sem-número de vezes, o óbvio: o “Fenômeno das Não Mortes” teria um fim – lógico! Mas já havia marcado para sempre, historicamente, a principiologia sagrada e cristã que o Espírito Eugênia-Aspásia canaliza para a Terra, em Nome da Mãe Maior da humanidade.

Finalmente, acabou o suplício da minha amiga-irmã Rosilene Moretti, que sofreu lento período de degradação orgânica, nos últimos doze meses, desencarnando na noite do último domingo, 18 de agosto, enquanto eu proferia a palestra pública da semana. Encerrou-se, igualmente, com sua morte, a dolorosa jornada que vivi nos últimos nove anos em que perdurou a publicidade do “Fenômeno das Não Mortes”, sobremaneira desde 2017, com o evento que foi narrado no documentário “A Cura de Liza”.

Explicando a expressão “minha libertação também”, enunciada no título. Assim que começou a divulgação desse Fenômeno extraordinário, senti-me profundamente constrangido com os contatos sociais, receoso de que o público não compreendesse sua função e razão de ser: endossar o Discurso Profético de que sou porta-voz, e não minha pessoa, humana e falha.

A fila de cumprimentos, ao final das palestras, que era uma das minhas mais conhecidas características de trabalho, praticamente não aconteceu nesta última década, com exceções pontuais. O receio de atitudes idolátricas em relação a mim, ainda que por parte de gente bem-intencionada, lançou-me num regímen de semiclausura. Neste último decênio, deixei de ir a cinemas e restaurantes, o que fazia antes com frequência e gosto pessoal, suspendendo, quase que por completo, até mesmo as visitas a meus(minhas) amigos(as) e familiares.

O fardo assombroso de uma contínua “Assinatura do Céu” sobre o que eu estivesse dizendo, ainda que me reconhecendo falível – e por isso mesmo mais me assustava com a circunstância –, levou-me a me recolher no refúgio de meu lar.

Só aparecia publicamente para o estritamente necessário, como as tarefas das 4 palestras semanais – 3 delas restritas a partícipes das reuniões mediúnicas de nossa Organização-Movimento, o Instituto Salto Quântico. Por extensos períodos, cheguei a realizar inúmeras e sucessivas preleções, de uma cabine mediúnica, “escondido”, em transe, para não ser visto pela plateia. Em outras consecutivas semanas, até aparecia em público, mas na penumbra, ocultando-me para, no meu entender, evitar que alguns(umas) cometessem a blasfêmia de confundir a Luz Celeste com o emissário humano que sou.

No início do ano passado, foi-me informado, por via mediúnica, que havia um falecimento eventual programado para mim, à altura dos meus 48 anos, e que a Espiritualidade Sublime estava avaliando se eu prosseguiria no plano físico ou não. Tal revelação foi partilhada, reiteradas vezes, às quase 3 centenas de integrantes das reuniões mediúnicas sob minha direção.

Seria glorioso para a Obra(!) – ninguém morrer em nosso colégio de almas irmãs, durante ininterruptos 31 anos, até que chegasse o momento de minha própria desencarnação.

No fundo do meu coração, desejei inúmeras vezes ser libertado do peso desta cruz moral tão séria: de ser uma “boca” avalizada pelas Potestades Divinas.

Em agosto de 2018, os(as) Mestres(as) Espirituais me indicaram a pessoa que sofreria o desenlace carnal, caso não fosse eu o primeiro a desencarnar. A escolha não poderia ser mais apropriada, por razões simbólicas e públicas evidentes. Moretti, incansável batalhadora, leal soldada da Causa do Espírito Eugênia-Aspásia e Seus(Suas) Amigos(as), fez-se a “cara”, por assim dizer, do “Fenômeno das Não Mortes”, apresentando os principais vídeos documentais a ele relacionados, com sua verve, lógica, didatismo e carisma incomparáveis. Além de mim mesmo, nenhuma pessoa melhor representaria o término dessa era, indo a óbito, do que a tão estimada irmã do Espírito.

Há poucos meses, por fim, foi notificado a toda a agremiação de irmãos(ãs) em Ideal que eu não seria o primeiro a falecer, no grupo daqueles(as) que estavam sob a proteção do Fenômeno Divino. E, para os(as) mais íntimos(as), revelei quem era essa primeira pessoa escolhida para retornar à pátria espiritual.

Devo voltar, ainda que paulatinamente, às minhas atividades fraternas normais. Quem sabe, retome até a fila de cumprimentos, entre outras ocupações que foram suspensas por uma década. Fique bem claro isto: sempre fui falível! Gostaria de ter uma existência relativamente reintroduzida na normalidade. Gostaria de estar com as pessoas, e não trancafiado em minha cela monástica, como religiosos(as) de tempos idos.

Os Endossos Divinos que sustentam a Tutela Celeste à Fala de Eugênia-Aspásia continuam existindo. Todavia, agora, seus(suas) discípulos(as) tornarão a se concentrar no que realmente importa: a qualidade das ideias, o acerto das proposições, o brilho lógico, transdisciplinar, vanguardista e humanista, com toques sublimes de transcendência, da Obra magnífica que, somente por Misericórdia Divinal, desdobra-se por intermédio de minhas limitadas condições mediúnicas.

Creio que o sem precedentes “Fenômeno das Não Mortes” tenha acontecido porque muitas batalhas simultâneas, contra diversos preconceitos seculares, estavam (e continuarão) sendo travadas, com alicerces espirituais e cristãos inequívocos. A partir de agora, porém, as pessoas terão que utilizar – como deveriam fazê-lo sempre – seu bom senso, seu discernimento, sua consciência, para perceberem Onde a Voz de Deus está ecoando e, assim, aproveitarem os benefícios inapreciáveis desta Fonte Celestial de sabedoria, paz e felicidade. E que ninguém blasfeme contra o Discurso endossado, sob pena de arcar – quer o aceite ou não – com as consequências cármicas desse “pecado sem perdão”, como exarado no capítulo 3º do Evangelho de Marcos.

Desde domingo, um sentimento profundo de alívio balsamiza-me o coração cansado por uma década de aflições, submetido a uma tão grande responsabilidade que, graças a Deus, enfim me foi retirada dos ombros.

Poderia ter voltado para o Outro Lado, recebendo um prêmio que não julgo merecer tão cedo. Coube a mim a parcela da graça de prosseguir laborando no domínio físico de existência, a serviço de meus irmãos e irmãs em humanidade. E à minha tão cara e amada irmã d’alma Moretti, a recompensa maior de retornar logo ao Verdadeiro Lar, à Luz de Infinita Bondade de Deus-Mãe!

Seja feliz, Moretti! Você merece, grandemente!

Saudade e amor sempre, seu irmão pelos elos inquebrantáveis do Espírito,

Benjamin Teixeira de Aguiar.
20 de agosto de 2019