Benjamin Teixeira,
pelo
Espírito Eugênia.

Meus muito queridos filhos, amigos e condiscípulos em ideal:

Escolhi esta ocasião propícia – da ausência de nosso querido porta-voz, em termos físicos, do Núcleo Central de nossa Organização –, para lhes anunciar o que se segue, em tom solene, marcando um importante início de ciclo. É um evento bem mais solene do que posso traduzir em palavras, porque faltam matrizes conceituais, no domínio material da Terra, que expressem a relevância do que colimo exprimir. Essas solenidades, entrementes, far-se-ão corriqueiras, no porvir, à maneira do que hoje acontece em torno de casamentos ou graduações acadêmicas.

Para dar a notícia, por esta pobreza de conceitos no plano físico, terei que fazer alguns apontamentos sobre o tema. Em livro de minha autoria, que chegou a ser parcialmente publicado, e, a posteriori, retirado da disponibilidade em nosso sítio eletrônico na internet, denominei o fenômeno de “encarnação vicária”, que prefiro dizer: “vicinal”.

Na obra que consideramos referência basilar, para assuntos mediúnicos, do Espírito André Luiz, pelas mãos luminosas do Santo Francisco de Paula Cândido, mais conhecido por seu pseudônimo Francisco Cândido Xavier, ou, mais doce ainda, pela alcunha popular “Chico Xavier”, denominou-se a rara ocorrência de “mandato mediúnico” ou, tão-só, de “mediunato”.

Entre os cristãos dos tempos primordiais, falava-se em “Batismo pelo Espírito Santo”, e as “línguas de fogo” sobre as cabeças dos Apóstolos, no dia do Pentecostes (inflamados espiritualmente pelo Buda Mãe, Maria Santíssima, trancada em prece e meditação com eles, antes tíbios, logo em seguida intimoratos e portadores de prodigiosas faculdades mediúnicas), também traduz o mesmo fenômeno.

O recolhimento de 40 dias de Nosso Senhor Jesus, no deserto, antes de ressurgir inflamado pelo Espírito do Pai – o Outro Cristo: Gabriel –, tanto quanto os 40 dias do Gautama Buda, sob a árvore Bô, meditando até sua iluminação, figuraram o mesmo evento – só que em níveis esplendentes, muito acima do nosso. Uma versão menos nobre da ocorrência psíquica, embora vizinha, com o Mesmo Cristo Gabriel, mais conhecido por Javé, aconteceu com Moisés, em seu retiro de igualmente 40 dias, no alto do Monte Sinal, para recepção das tábuas sagradas com os 10 Mandamentos “de Deus”.

Recentemente, nosso Colégio de professorado anunciou, por dois autores, por meio de psicografia, que o fenômeno do mediunato é muito comum, bem mais do que se imagina, no que concerne ao sentido de sinergia entre guia espiritual e pupilo mediúnico, desbordando-se, sem medidas, como um oceano sem margens, em todas as áreas de cultura e ação humanas, por efeito da Misericórdia Divina que almeja enxertar a humanidade terrena com elementos espirituais superiores, que lhe acelere a evolução, abreviando-lhe sofrimentos evitáveis. Todavia, esta forma de sinergia mental é mais branda, sutil, facilmente rompida ou desligada provisoriamente, por se tratar de uma mera corrente elétrica que se aciona ou desliga, ao alvedrio das necessidades de parte a parte – médium e Guia Espiritual. O que hoje anunciamos é uma forma diferente de mediunato ou sinergia interdimensional de mentes: aquela dos casos clássicos que citamos acima, um fenômeno permanente, com desdobramentos físicos no corpo do médium(!) e, basicamente, na neurofisiologia de seu encéfalo, um liame que se faz tão profundo, que, em rompido, pode ocasionar, inclusive, imediata desencarnação do porta-voz encarnado. É exatamente por isso que prefiro denominá-lo de encarnação vicinal ou reencarnação parcial do Mentor Espiritual que se utiliza deste acréscimo da Bondade Divina, de molde a disseminar a Luz de Amor e Sabedoria da Espiritualidade Sublime, mais livre e largamente, no domínio material de existência, ainda tão toldado de ignorância, egoísmo, mesquinharia e maldade.

O fenômeno é de tal modo amplo e complexo, profundo e intrincado em suas implicações, que não acontece de pronto. Assim como uma longa gestação psíquica (à guisa da reencarnação propriamente dita, que começa na vida intrauterina, mas prossegue avançando até os 20 anos aproximados do indivíduo, que se torna adulto, então), a “descida psíquica” do Mestre Espiritual a uma vinculação cerebral com seu porta-voz costuma acontecer em quatro etapas, afastadas cada uma delas de cinco anos, aproximadamente (*).

A primeira é a suave conexão elétrica, digamos assim, à distância, conforme falamos acima, que existe, em grande medida na Terra, com inúmeros guias espirituais utilizando seus protegidos mais disciplinados, sensatos e nobres, em valores e sentimentos, para agir, no plano físico de Vida, a benefício geral. Nosso amigo Benjamin adentrou esta faixa de tarefas quando, em abril de 1990, iniciou suas tarefas de publicação de artigos na imprensa sergipana.

A segunda – que já é incomum – ocorre quando o representante encarnado de um certo mentor espiritual decide-se por desenvolver e disciplinar as faculdades mediúnicas, de maneira ostensiva, e logra fazê-lo de modo sistemático, no mínimo semanalmente. Benjamin atravessou esta fase quando passou a psicografar diariamente, a partir de 1994, o que coincidiu com o lançamento de seu programa de TV – justificando-nos, com esta empreitada delicada, ainda mais o cuidado com as atividades que aconteciam por seu intermédio. Na ocasião, implantamos (seria melhor dizer: estimulamos surgir), por meio que não seria possível delinear aqui (por falta de conhecimento tecnocientífico no plano material para tanto), um certo sistema de encadeamento neuronal, que tem como fito fazer uma repercussão mais ampla da ressonância mental das ondas mentais captadas (do Mestre Espiritual), por ricocheteamento magnético, na glândula pineal do médium. Destarte, é como se houvesse uma potencialização ou uma “amplificação” neurológica dos efeitos “sintonizadores mediúnicos” produzidos pela epífise.

Na terceira fase, o médium sente uma curiosa experiência de “plugar-quase-físico” do Guia Espiritual em si, e geralmente isso se dá quando se alcança tamanha continuidade nas tarefas mediúnicas, tendo a extensão de responsabilidades com a multidão de tal modo se avultado, que uma espécie de “amoldamento” da região do denominado “lóbulo temporal direito” do cérebro do intérprete encarnado é levada a efeito, propiciando liames diretos entre o Espírito Guia e o aparelho cerebral do medianeiro, sem passar diretamente pela psique deste. Ou seja: o Mestre Espiritual passa a estar parcialmente vinculado ao corpo do médium, por meio do arcabouço encefálico deste, como se ele também estivesse parcialmente encarnado. Mas o fenômeno de encarnação vicinal, nesta etapa, ainda está muito incompleto. Com nosso caro Benjamin, este estágio do processo de mediunato aconteceu no final do ano de 2000, pouco antes de sua introdução em rede nacional de televisão, pela Rede Brasil-TVE, embora ele só se desse conta, claramente, dos incríveis e “físicos” resultados do “implante” psíquico, nos dois anos seguintes, quando, de fato, percebeu-se fisicamente ligado a mim, por esta área de sua neurofisiologia, como longamente conversamos à época, intimamente.

O quarto grau de “encarnação parcial” (minha), de mandato mediúnico (dele), deu-se quando, em outubro de 2005, procedemos a uma mais profunda e completa conexão (minha, como Guia Espiritual) com outros centros nervosos de seu cérebro, ao todo mais três, que favoreceram um – como diriam os irmãos do Norte continental – “up grade”, que o impressionou deveras, um repentino e expressivo acréscimo de potencial mediúnico, mormente no que concerne ao quesito de precisão das comunicações, havendo erros muito menos frequentes, aumentando, exponencialmente, sua aptidão para perceber além do domínio material de existência, com objetividade, com fidedignidade nos relatos posteriormente feitos. Os três pontos adicionais, para ser mais precisa, foram assim levados a cabo: dois, nos lóbulos frontais, de ambos os hemisférios cerebrais (para controle da interpretação do que o amigo médium recebe de nós), e outro no córtex visual, occipital, no fundo do crânio, por assim dizer, que da mesma sorte favorece a captação, em termos de sintonia fina, inclusive para processamentos não visuais de informações – o que não podemos detalhar por ora, mas que será melhor compreendido no futuro, quando esta ordem de pesquisas avançar, no campo material de existência no orbe. Foi esta última fase de “consolidação” do processo de comunhão psíquica entre mim e Benjamin que propiciou, por exemplo, que, desde 2006, pudesse ele, junto comigo, ver e ouvir a Pessoa de Nossa Mãe Maior, Maria Santíssima, a Quem sirvo, há muito séculos, e de Quem, por consequência, ele se tornou igualmente um Representante, no domínio orgânico de Vida.

Pois bem… mas os amigos poderiam me perguntar… Só falamos de quatro níveis de acoplagem sinérgica, entre Mestre Espiritual e médium-porta-voz; e o quarto, como dissemos, teria ocorrido, com Benjamin, em 2005. O que, então, está sendo anunciado neste final de 2009? Que evento solene seria este?

Trata-se do quinto nível, facultativo e muito dificultoso de ser desdobrado (por razões que, por ora, outrossim, não minudenciarei), muito incomumente aplicado na Terra, que logrei obter, por Intercessão de Nossa Mãe Maior, assim “descendo ao plano físico”, ainda mais, e conectando meus centros de força, um a um, com os do medianeiro. Dessarte, desde um mês, aproximadamente, venho interligada, plexo a plexo, ou chacra a chacra, ao nosso caro Benjamin, visto que o psiquismo do encarnado, mais do que a Ciência médica hoje alcance, espraia-se para além da neurofisiologia encefálica.

Com isso, embora permaneça me movimentando, com autonomia, em outras atividades e funções, na faixa extrafísica de consciência equivalente a Andrômeda, estou, a partir desta data aproximada, até o fim da encarnação de nosso porta-voz, conectada a ele, plexo energético a plexo energético.

Fica, por outro lado, bem mais explicado o motivo, então, de o amigo haver dito, recentemente, em público, estar-se sentindo com todos os chacras “feridos”, por isso precisando manter-se em “quarentena, por solicitação dos médicos das duas dimensões”. Traduzamos estas palavras por outras, que melhor reflitam o que de fato ocorreu: ele está com “pontos cirúrgicos, nos plexos de conexão entre o perispírito e o corpo físico, em processo de cicatrização, já que outro Espírito, além do dele, está ligado aos mesmos vórtices de força psíquica”, após um amplo processo operatório, que levamos a cabo, em seu psicossoma e corpo físico (e no meu psicossoma, correlatamente), ao mesmo tempo, para que eu esteja conectada a nosso companheiro, bem mais profundamente, e minha encarnação parcial se faça completa, ao ponto em que é possível, antes de atingir o nível do reencarnar inteiramente – o que me exigiria outro corpo material, que se submetesse a processo de gestação uterina. Em considerando o que expus, o vocábulo adequado para o que ele está sofrendo, nestes dias, é “convalescença” e não “quarentena”, mas não houvera chegado o momento exato para revelarmo-lo em público, por isso o trouxemos a lume n’outras palavras, até hoje.

Por sinal, por esta mesma razão, provocamos, na agenda do porta-voz, duas saídas do Estado de Sergipe, em duas semanas consecutivas, para Brasília e para São Paulo, respectivamente, de molde a que seus “pontos psíquicos cicatrizem”, ou, n’outros termos, para que os ajustes finais se deem, cristalizando, construtivamente, o processo de união mais profunda e “material”, entre nós dois.

Neste dia de solene declaração deste relevante Evento Concluso, então, não o queríamos em Nosso Núcleo de Aracaju, nem mesmo para só ser visto à distância, porque a própria interação visual seria pouco saudável. A questão é que muitos dos nossos amigos residentes em Sergipe criaram um sistema muito forte (e não recomendável) de dependência emocional e energética com ele, e isso não é correto, nem desejável. Sabemos (falo no plural, porque aqui represento nosso Plano de Consciência, não falando apenas por mim) que este mecanismo é comum, em torno de figuras de líderes carismáticos, gurus ou terapeutas de personalidade mais forte. Entretanto, não podemos pactuar com esta ordem de vício psicológico, sobremaneira em instante delicado como este, em que Benjamin não pode estar exposto aos “despautérios psíquicos” de alguns. Ele, como eu mesma, somos pessoas comuns, com necessidades de aprendizado e crescimento, prenhes de defeitos a serem suplantados e transmutados, de qualidades ainda embrionárias, precisando muito ser lapidadas, para melhor proveito a nós próprios e às comunidades que devemos servir. Logo, não é cabível que alguns nos abracem como se o fizessem a um avatar, uma “encarnação divina”, conforme os hindus assim compreendem, em seu primitivismo conceitual – permitam a liberdade de opinião, ainda que pouco política, nesta declaração, em particular, mas é que não endossamos, de modo algum, qualquer ordem de incensamento de médiuns, terapeutas ou guias espirituais, como anjos ou deuses encarnados (ou desencarnados).

Todos podemos e devemos nos conectar Deus (ainda que mui precariamente), por dentro de nós mesmos, pela voz de nossa consciência. E, se é bem verdade que muitos de nós estamos um pouco à frente, e melhor podemos acender luzes de entendimento, que elucidem pontos menos fáceis à assimilação profunda desta ponte de comunhão divina, aos que nos seguem à retaguarda, na trajetória evolutiva (serviço este que nos cabe a todos: ajudar o crescimento uns dos outros), continuamos na condição de professores que assessoram o aprendizado, sem gerá-lo no interior do aluno, sempre o último e verdadeiro responsável pelo processo de aprender.

Para encerrar esta nossa declaração solene de “Casamento Psíquico”, como antecipada pela cerimônia de junho do corrente ano, no matrimônio do medianeiro e seu consorte, bem como, metaforicamente, com o grupo inteiro do Salto Quântico e comigo, na condição de Porta-Voz de Maria e do Domínio Excelso de Vida, espero que nossos amigos se emocionem e partilhem de nosso júbilo espiritual, com a obra artística que eu mesma escolhi, dentre o acervo disponível na rede mundial de computadores, para marcar, simbolicamente, este momento:

A peça “Dueto das Flores” da ópera Lakmé, de Léo Delibes, levada a público, pela primeira vez, em 1883, em Paris, interpretada (no vídeo que nosso pessoal, no plano físico, reproduzirá) por uma dupla de irmãs univitelinas, que, no meu entender, bem caracterizam Benjamin e a minha mui limitada pessoa, em processo de incorporação, quando falamos à multidão, unidos e harmônicos.

Benjamin fez alguns apontamentos interpretativos, sobre a minha escolha de ilustração artística, com que não concordo, e que serão controvertidos por Delano, em seguida à exibição da ilustração. Mas autorizo ao médium partilhar com vocês sua opinião, antes mesmo de que o vídeo seja executado publicamente, dentro das condições de qualidade que nos foram exequíveis providenciar. A questão é que quero que se fixe o parecer de Delano e não o dele (risos).

Mãe e professora desta Escola-Lar sem fronteiras físicas ou de conceitos… preconceitos…

Eugênia de Mileto Soubirous.
Americana, São Paulo, 6 de dezembro de 2009.

(*) Curiosamente, a medida de 20 anos aproximados para o surgimento do mediunato é insinuada por André Luiz, na obra em que alude ao mecanismo intrincado: “Nos Domínios de Mediunidade”. Por outro lado, esta extensão de tempo é o mínimo suficiente para o médium aproximar-se dos 40 anos de vida física – desde que tenha iniciado suas tarefas mediúnicas cedo –, a fim de que seu cérebro esteja “pronto”, ou, melhor dizendo, “amadurecido”, como levam a crer as novas descobertas em neurociências, ao revelarem que o cérebro termina de “crescer” e se “formar” entre os 36 e os 38 anos – em particular, no que concerne ao hipocampo, exatamente uma região intrinsecamente vinculada ao fenômeno mediúnico, porque relacionada a emoções, chegando, por sinal, Eugênia a citá-lo, adiante, neste artigo de Sua autoria. Moisés tinha 40 anos quando subiu ao Monte Sinai, como informa a Bíblia. Tinha 35 anos Gautama, quando atingiu a Iluminação o Buda. Tinha por volta disso Jesus, no Seu jejum de 40 dias, porque Ele teria nascido por volta de 4 a 7 anos antes da contagem de nosso calendário gregoriano, em uso até hoje. Estes três, porém, como afirmou Eugênia – no que concordo ple-na-men-te(!) –, estavam em nível muito superior de expressão psíquica e espiritual, em relação a nós, médiuns e guias espirituais comuns.

(Nota do Médium)