(O espírito Gustavo Henrique diz, da sua perspectiva:)

Entre os convivas que se aglomeravam no grande anfiteatro de nosso domínio espiritual de existência, num número em torno de cinco mil espectadores, contavam-se enormes contingentes de religiosos que, quando encarnados, houveram pertencido à denominação católica de fé, bem como expressiva quantidade de espíritas (principalmente os que aderiram ao kardecismo depois de desencarnados); mas, de uma forma geral, conformavam a grande assembléia aqueles que não se filiavam propriamente a segmentos específicos de religião, mas que se apresentavam devotos e leais ao Governo Oculto do Mundo.

Toldada num halo de luz indescritivelmente belo, a nossa adorável mentora espiritual Eugênia tomou o púlpito e, após segundos breves em oração, postou-se em transe. A partir de então, a luminosidade em torno da doce e sábia mestra começou a se intensificar e a se expandir de sua estrutura perispirítica, dilatando-se em direção à platéia, como a envolvê-la, e se voltando, em particular, para a imensa tela instalada em sua retaguarda. Eugênia, naquele instante, parece um anjo transbordante de luz, derramando vibrações de paz e de recolhimento sobre todos que ao evento compareciam.

O telão, de aproximados quinze metros de altura, proporcionava, aos ali reunidos, divisar, em envergadura espetacular, a Imagem inenarravelmente tocante da Mãe Santíssima da Humanidade.

No instante em que, de fato, Sua Imagem começou a se configurar, a partir de brumas indefinidas que tomavam, paulatinamente, a forma de uma dama vultosa envolta em véu branco, milhares se prostraram de joelhos, quase que automaticamente, chorando em cântaros, enquanto diversos mentores espirituais oravam com funda contrição, revelando este seu estado íntimo, pelas fortes e multicolores irradiações de luz que se lhes desprendiam do tórax e crânio.

Por fim, quando a Voz da Mãe Soberana fez-se ouvir, límpida e majestosa, ressoando no ambiente gigante, como Ecos do Infinito e do Pleno Poder de Deus, como uma intraduzível onda mística de amor do Criador por toda a Sua criação, as lágrimas foram incontroláveis para todos, embora a maior parte se mantivesse elegantemente serena, de pé, olhos fixos na tela cristalina, que parecia não mais existir, para dar lugar à Presença, em três dimensões e quase quinze metros de altura, da Mãe Maior da Humanidade Terrena.

(Eugênia fala:)

Naquela tarde, descemos ao plano de Andrômeda – eu e uma pequena plêiade de amigos estimados e nobres. Haveria a manifestação de Nossa Mãe Santa, e, por mercê da Misericórdia Divina, mais uma vez, seria eu a intermediária no Grande Momento.

Após nos reunirmos no grande salão de eventos, fui convidada pelo dirigente da assembléia a me postar ao púlpito, de modo que, auxiliada por outros quatorze médiuns já adrede posicionados para o trabalho de doação de forças e de canalização do Mundo Maior, em mesa ovalada pouco atrás de mim, coloquei-me intimamente em oração e em estado psiquicamente passivo, que favorecesse o processo mediúnico. Atrás de minha pessoa, tela de proporções respeitáveis, com um azul de indefinível turquesa, cintilava e tremulava, qual se micropartículas vivas de luz almejassem saltar de seu plano.

Após alguns instantes de concentração, senti-me parcialmente ausente do ambiente, tragada pelo magnetismo irresistível da Poderosa Mente de Nossa Mãe Santíssima, focando-Lhe a Imagem, enquanto Ela, misericordiosamente, projetava-Se na direção de minha insignificante estrutura medianímica. Em seguida, passou Nossa Mãe Maior a falar, imagem e som reproduzidos no local público, em medidas grandiosas, atrás de mim, por mecanismo intrincado de captação de padrões mentais, que não me caberia aqui minudenciar.

Olhos de um azul invulgar, percucientes e tocantes, como se o amor de todas as mães de todos os tempos neles se houvesse congregado, para preencher e transformar todos os corações, disse Ela, com voz dulcíssima:

(Maria fala:)

“Meus muito amados filhinhos:

Que a Paz de Deus esteja entre todos, hoje e por toda a eternidade.

Muito me apraz este ensejo bendito de confabular com a humanidade terrestre, de que me sinto e de que, de fato, fui investida e encarapitada, pela Divindade, à posição de Mãe Mística, já que, sem dúvida, esta desatinada civilização humana terrena carece, acima de tudo, de uma Figura de Mãe.

Há quase dois séculos, venho Me manifestando, mais direta e fluentemente, com o plano físico de vida. Nas últimas ocasiões, entretanto, fiz avisos que calassem fundo, basicamente, ao coração, por ser mais urgente e sempre mais importante falar aos sentimentos do povo. Todavia, pela gravidade do momento histórico que nosso orbe atravessa e pelas características de racionalidade e lógica, intelectualidade e cultura que constituem as vigas mestras da mente popular atual, fez-se-Me indispensável encontrar um meio de transmitir uma mensagem de natureza tal, que também alcançasse a inteligência do cidadão médio da contemporaneidade. Assim, embora com prejuízo do sentido profundo do que desejaria comunicar ao mundo, vou fazer uso deste processo de intermediação, para que, através da paupérrima linguagem humana, tente traduzir, palidamente, algumas idéias que não deveriam, em princípio, sofrer uma compressão conceitual ao estreitíssimo espectro semântico de vocábulos e construções fraseológicas do falar humano.

O patriarcalismo tomou rumos indesejáveis, com homens e mulheres fazendo-se grosseiramente masculinizados – em aspectos psicológicos dos mais negativos atinentes ao pólo psicossexual viril, tais como agressividade e competitividade exacerbadas ao ponto do desequilíbrio. Disto, uma gama infelizmente variada e complexa de corolários se distende, entre eles a hipótese de uma guerra nuclear de grandes proporções, como um Armagedon que pulverizasse a espécie humana, hipótese esta que não foi de todo varrida dos cenários terrícolas, pouco lembrada desde o marco histórico simbólico da ‘Queda do Muro de Berlim’. Poderia já ter acontecido, mas, graças ao atendimento devoto de milhares de corações leais à Minha Pessoa sobre o planeta, respondendo ao meu chamado à oração pela paz no mundo, em Fátima, há já quase noventa anos, tivemos condições de procrastinar o pior, por mecanismos psico-espirituais que resumo no pedido-tríade que apresento ao final desta minha fala epistolar. Ainda é possível, entretanto, que este cataclismo ciclópico ocorra, por caminhos políticos de crise internacional diferenciados dos da segunda metade do século transato. O apocalipse bélico que era provável, mas não certo de ocorrer, e que se pode perfeitamente considerar como hipótese viável de destino coletivo para esta comunidade humana terrena, evidentemente aconteceria não mais pela polarização entre duas superpotências, como no período da denominada ‘Guerra Fria’. O conflito, colossal e gravíssimo, agora, é o que se dá entre os dois blocos de polaridade fratricida: Oriente e Ocidente, como uma espécie de ‘confronto de civilizações’, como têm entendido e denominado os especialistas encarnados. De fato, com tal tensão mastodôntica, a humanidade tem sido conduzida a perigos por ora inimagináveis. Mais que isso, indica esta dicotomização civilizacional, em suas manifestações ‘onipresentes’ do terrorismo, um risco invisível, com engrenagens de etiologia bem mais complexa, sem polarizações muito claras, sem inimigos que possam ser identificados facilmente e, assim, combatidos – explicitando, sem deixar sombra a dúvidas, às percepções mais agudas, ou ao menos aos tinos mais atentos, que não será combatendo inimigos que se vencerá o Mal. O combate, em si, é o Mal. Como sabiamente afirma a chamada ‘psicologia profunda’ no plano físico: ‘torna-se aquilo que se combate’.

Destarte, na presente data, pela complexidade das relações entre indivíduos e nações, organizações e movimentos ideológicos, e com o conseqüente aumento de abstração nas manifestações de tais expressões de desagregação, de desconexão com a Essência Divina, a Terra é forçada a entender que o mal não está fora, não está no outro, não está do outro lado da cerca vizinha, não está onde se fala outro idioma ou onde se prega uma religião diferente, mas no reduto do próprio coração humano, atolado no egoísmo, na possessividade e na maldade.

É hora de, definitivamente, suspendermos a loucura coletiva de se buscarem culpados e ‘bodes expiatórios’ para os problemas de grupos e pessoas. A perspectiva psicológica da vítima, sumamente infantil, é hoje também potencialmente letal, para indivíduos e coletividades, tanto quanto seria colocarem-se armas de fogo nas mãos de crianças. Ser brutalmente míope quanto aos verdadeiros males da vida, em outras épocas da humanidade, não era tão sério, quando o poder de destruição era mínimo. Hoje, porém, a força de devastação nas mãos do gênero humano – incluindo não só a tecnologia nuclear a que aludi, mas também a bacteriológica, a química, a genética – faz com que imaturidades risíveis convertam-se facilmente em fatalidades irreversíveis e de proporções apocalípticas. E, quanto a esta reflexão capital, importante destacar que o adulto assume responsabilidades; não as transfere – isso considerado em todos os níveis e departamentos de sua consciência e de sua existência. Claro que expedientes racionais, objetivos e mesmo enérgicos podem e até devem ser tomados para conter a fúria, as tendências criminógenas e mesmo os distúrbios mentais de quem faz uso de seu livre-arbítrio para ferir seus irmãos em humanidade. Todavia, tais iniciativas são meramente paliativas – e assim devem ser claramente compreendidas. Somente em remontando às causas profundas (e reais), apenas em descobrindo a verdadeira raiz do Mal, qual seja: a idéia de que não somos UM, poderemos erradicar, efetivamente, da face do planeta, o perigo genocida, atualmente iminente.

Meu Coração se condói em ver a humanidade às raias de resolver todas as magnas e arquimilenares questões que a aturdiam, desde sempre – como a fome, as doenças infecto-contagiosas, os dramas da ignorância e da falta de acesso a meios básicos de cultura e diversão –, e, no entanto, teimando, mesmo assim, em transformar as maiores dádivas do progresso em maldições medonhas, que ameaçam promover a catástrofe máxima do arrasamento dos inapreciáveis patrimônios da civilização, construídos, século sobre século, sobre suor e sangue de incontáveis mártires do trabalho, em todos os povos, culturas e lugares…

A despeito do que disse até aqui, entrementes, gostaria de revelar, de antemão, aos caros corações devotos que Me ouvem, que o pior não acontecerá, exatamente pelo motivo de que serei ouvida por muitos dos que receberão esta missiva, que intuirão a importância visceral de Minhas palavras e as aplicarão em suas vidas.

Por outro lado, apesar desta ressalva confortadora, quero deixar registrado que muitas tragédias ainda acontecerão, entre catástrofes naturais e conflagrações bélicas, que, no entanto, não terão o poder fatal sobre a sobrevivência da Humanidade em nosso planeta. Tal poder fatal da crise hodierna em paroxismo, contudo, só será revertido a um grau de lesão não-fatal, se os prezados filhinhos que Me receberem esta epístola do coração hastearem e levarem adiante, quais estafetas de Deus, uma bandeira tríplice, que gostaria fosse, fervorosa e disciplinadamente, aplicada:

• Oração diária, invocando Minha proteção de Mãe Divina para a Terra, sobretudo no sentido de promoção da paz no mundo. O Lado de Deus ‘Mãe-Bondade-Compreensão’, em Mim representado para este planeta, que favorece, quando mentalizado, se repercutam Minhas vibrações de paz, na freqüência mental do domínio físico de vida, quebrará grandes rochedos de emanações mentais deletérias que impregnam a crosta terrena, favorecedoras da desgraça. Cada alma devota na prática oracional, assim, funcionará como uma antena repetidora viva de Meu Amor e de Minha Paz para o mundo, dissipando as trevas da maldade, com a luz da bondade…

• Oração semanal, em grupo, com o mesmo fim. Os grupos têm o poder de gerar uma alavanca psíquica potencializadora da energia mental e espiritual produzida pelos indivíduos. A reunião de inúmeras almas, com o mesmo fito de orar pela paz do globo, maximizará os efeitos almejados de abrandamento do teor atualmente destrutivo da psicosfera planetária.

• Divulgação desta mensagem ao maior número possível de pessoas a que cada destinatário tiver alcance. Somente em conseguindo formar uma ‘massa crítica’ de participantes nesta rede fraterna de espiritualidade, lograremos, efetivamente, salvar a civilização terrestre da auto-extinção.

Há mais poder em cada criatura do que parece fazer crer a humana cultura materialista e negativista das realidades espirituais, que pervaga e é dominante na dimensão material de existência, nos dias que correm. Que cada um ore, com ardor e sinceridade, todos os dias, procurando viver a bondade e a ternura, a compreensão e a tolerância, dos mínimos aos máximos gestos e iniciativas em seus caminhos. E que, assim, este estado de louvor e de gratidão, pela Vida e por Deus, converta-se num constante hino de amor e de paz, traduzidos em atos de caridade, carinho e solidariedade, em todos os sentidos que tais vocábulos possam ter, no vernáculo humano.

Por fim, encerro Minha fala dizendo-lhes que, se Deus permitir, tornarei a falar com vocês, no próximo ano, pelo mesmo meio, e pelo transcurso de vezes, ano a ano, no período de tempo que Ele dilatará, conforme julgar conveniente, mas no espaço do qual, garanto-lhes, concretizar-se-ão muitas das previsões aqui exaradas.

Sua Mãe, com todos, bem mais do que poderiam supor possível, irradiada como um Sol de Amor sobre a Terra sombria e fria,

Maria.”

(Eugênia conclui:)

Terminado o Seu discurso, pus-me a meditar e fui gentilmente conduzida, ajudada por irmãs de caridade de nosso plano, a me recolher, para a natural recomposição psíquica, exigida após o supremo esforço que tais intensos e dramáticos comunicados provocam sobre o hospedeiro mediúnico. Passados alguns dias, então, programei-me a trazer a missiva arrebatadora de Nossa Mãe Venerável ao plano físico, por meio da psicografia, da forma como agora realizo, para usufruto e bem gerais, sobremaneira pelos graves alertas que o texto da Mãe Excelsa enfeixa.

Irmã em Cristo, Jesus e Maria Cristo,

Eugênia.

(Psicografia do médium Benjamin Teixeira, realizada na reunião mediúnica fechada de 11 de julho de 2006. Revisão de Delano Mothé.)

(Nota da Equipe de Produção do Site:)

O Grande Evento:

Um sucesso estrondoso! Quem diria que um evento espírita poderia, no imenso Constâncio Vieira, lotar a parte da arquibancada que poderia ser utilizada (até onde se pudessem ver o palco e os telões – 6 ao todo, simultaneamente ativos)? Contando ainda com mais mil e duzentas cadeiras sobre a quadra, a estimativa do total dos presentes ao “Maria Cristo 2006” foi de 4 a 4 mil e quinhentas pessoas abarrotando o famoso ginásio de esportes aracajuano, num domingo à noite, em dia de chuva! Thaïs Bezerra deu o toque de “glamour” ao evento, com sua impecável apresentação. Marilia Teixeira encantou a todos com seu canto mavioso, acompanhada da Orquestra Sinfônica do Estado de Sergipe, bem como o Coro Maria Cristo. O corpo de baile da Academia Sergipana de Ballet igualmente fez um show de primeiro mundo, emocionando a multidão. Jácome Góes proferiu a inspirada oração de abertura do evento em homenagem à Mãe Simbólica da Humanidade Terrena. E, em meio a ilustrações de vídeo (entre elas, as extraídas do clássico: “O Milagre de Nossa Senhora de Fátima”, de 1952), nosso líder Benjamin Teixeira tomou da palavra para uma sintética e bombástica defesa da fala de Nossa Mãe Maior, pedindo, por fim, a exibição – também em vídeo – da carta, estilizada em pergaminho virtual, da Mãe Maior da Humanidade Terrícola. A prece final, feita pelo próprio orador, comoveu a platéia e fez com que milhares partissem para casa em estado de graça. O maior evento espírita do mundo trouxe à Terra a missiva de Nossa Mãe Santíssima que, como Ela mesma pediu, começa a ser divulgada por todos os meios ao alcance dos destinatários. E, como o Projeto Salto Quântico foi o primeiro grupo a receber Sua epístola para o mundo, publicamo-la agora em nosso site, não só como “mensagem do dia”, mas também como destaque deste sítio eletrônico.

Delano Mothé e Úrsula Rangel,
em nome, respectivamente, dos Departamentos de Revisão e Editorial do Projeto Salto Quântico.

Aracaju, 24 de julho de 2006.

Fonte: http://www.saltoquantico.com.br