“Também os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: ‘É pelo príncipe dos demônios que Ele expele os demônios.’ Mas, havendo-os convocado, respondia-lhes em parábolas: ‘Como pode Satanás expulsar Satanás? Pois, se um reino está dividido contra si mesmo, não pode durar. (…)”
(Marcos, 3:22-26)

“Na verdade vos digo que todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda a sorte de blasfêmias, com que blasfemarem. Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo.”
(Marcos, 3:28,29)

por Benjamin Teixeira

Já se combateram, com base na Bíblia, até afirmações elementares de astronomia, como não ser a Terra o centro do universo. Cientistas e revolucionários foram mortos, por religiosos blasfemos que diziam estar assim agindo em Nome do Ser Todo-Amor. A exegese de textos sagrados é complexa e demanda meditações cuidadosas, para que, qual no passado, não continuemos condenando pessoas “em Nome de Deus” – o que, lamentavelmente, prossegue acontecendo largamente.

Do Outro Lado da Vida, muito nos surpreenderemos com a Verdade Divina sobre a postura condenatória dos que se arrogam a condição de Seus representantes. Como asseverou Paulo: “A letra mata, o espírito vivifica.” A Bíblia proíbe expressamente que mulheres falem em igrejas; nem por isso são elas atualmente impedidas de se manifestar nas congregações cristãs. Da mesma sorte, ninguém comete suicídio por estar dito na Bíblia que Javeh quer o sangue dos inimigos de Israel, ou seja, todos os que não são judeus – e nós, ainda que cristãos, não somos judeus…

Interpretação tem sempre um tom ideológico e, portanto, cultural e preconceituoso! Deus, porém, é AMOR! O pecado está na maldade de religiosos como os fariseus e saduceus, que se sentiam superiores aos “pecadores” com quem Jesus convivia, párias, excluídos sociais, entre prostitutas, ladrões e cobradores de impostos – estes vistos, à época, como traidores da pátria, pois o faziam em nome do Império Romano. Tais religiosos mereceram de Nosso Senhor a alcunha de “hipócritas”, mas desprezaram-n’O (até mesmo ao Cristo), perseguindo-O de morte. “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação” – e a maior de todas as tentações é a do orgulho, sobremaneira quando se manifesta com um caráter acusador… Um dia, entretanto, todos estaremos lá e veremos a VERDADE, não importando quanta falsa fé tenhamos, como acontecia com as autoridades religiosas que crucificaram o Messias…

O Cristo prossegue sendo crucificado, nos dias que correm… na pessoa de Seus verdadeiros discípulos, que, da mesma forma que o Mestre, são acusados de “filhos de Belzebu”, por realizarem os prodígios que Ele Próprio fazia e nos recomendava, tais como: falar com os “daimons” (espíritos, em grego), curar as almas enfermas (mediunidade de cura) e materializar os espíritos (como no Monte Tabor). Pois é: estes somos nós, os médiuns espiritualistas, que, sobretudo por seguirmos a razão e a ciência (mormente, no particular desta temática, a psicologia, a psiquiatria, a antropologia e a sociologia), defendemos a homossexualidade como uma orientação perfeitamente natural da sexualidade humana.

Nosso Senhor dá uma resposta por nós, em Marcos, capítulo 3º, versículos 20 a 30 (passagem ínsita na abertura deste artigo). Se a Espiritualidade Cristã prega o amor, como pode estar contra o Amor? Quem condena a comunidade dos Espíritos Santos, que se manifestam através de médiuns e atividades essencialmente espirituais, é vítima de “um pecado sem perdão”, nas palavras do Próprio Jesus. Estudemos e oremos mais. Paz em Cristo.

(Texto redigido em 1º de setembro de 2007.)

(*) Mini-workshop ministrado por Benjamin Teixeira, ontem, 2 de setembro.
(Nota da equipe editorial)