Você me diz, bastante aturdido, na ansiedade que lhe é peculiar, na condição de perfeito representante da cultura moderna ocidental, que desejaria muito ser feliz, mas gostaria de lembrá-lo, amigo, de que felicidade não é objetivo; felicidade é o resultado, a conseqüência de escolhas certas.

Se você almeja a ventura, se tem como propósito, escopo central em sua vida, alcançar parâmetros mais altos de satisfação íntima, deve, acima de outras considerações, respeitar suas vocações mais profundas, atender aos reclamos do seu psiquismo, em todos os níveis e departamentos que o constituem. Para isto, obviamente, terá que partir de uma premissa auto-evidente: entender como é constituída a mente humana.

O psiquismo humano é estruturado, vamos dizer, para simplificar, didaticamente, o complexíssimo objeto de estudo, em várias camadas de necessidades e impulsos biopsíquicos, desde os mais rasteiros, instintuais, aos mais sublimes, relacionados às funções do espírito. Tais impulsos, de variada natureza, têm que ser enfeixados numa experiência harmônica, que traga equilíbrio na vivência de sua totalidade.

Se você satisfaz suas necessidades de alimentação, vestimenta e moradia, mas olvida todos os ímpetos que o impelem a viver em família, relacionar-se com os amigos, estar em paz com sua consciência, atender às solicitações de sua alma e às premências devocionais no trabalho de caridade, distendido na solidariedade aos mais carentes do mundo, não poderá se sentir inteiro… Se você, portanto, não for completo, não será feliz!

Deste modo, gostaria de, mui resumidamente, asseverar que ser feliz é tão-somente isto: ser completo. Enquanto fragmentado, infeliz você será! Muito acertadamente, por isso, a maior parte das escolas de psicologia, na dimensão material de nosso orbe, afirma ser essencial o processo chamado de “integração psicológica”, que visa a concatenar os pedaços da mente, esfacelada nos traumas e ajustes sócio-culturais desde a infância e no correr de sucessivas reencarnações de construções e reconstruções de valores, significados e condicionamentos. Enquanto o indivíduo está cindido, não lhe será possível, portanto, atingir o ideal da unidade. E se não constitui uma unidade, está sofrendo curtos-circuitos íntimos, conflitos psicológicos e morais de indefinível expressão, sendo-lhe, naturalmente, inviável, a dita almejada.

Pediria, destarte, ao prezado amigo, fixe esta idéia e tente aplicá-la. Agindo desta forma, estará maximizando a probabilidade de galgar o cume da plenitude, será mais fácil lograr o desiderato maior da ventura, mesmo no plano físico de vida, que tenderá a ser potencializada na dimensão extrafísica de existência, quando as emoções e as impressões íntimas têm propensão a ser intensificadas.

Agradecida pela oportunidade de me manifestar mais diretamente aos queridos companheiros de ideal espírita,

A irmã e mestra Eugênia.

(Mensagem recebida através de incorporação, pelo médium Benjamin Teixeira, ao término da reunião pública do dia 18 de março de 2007, realizada pelo Salto Quântico, sempre às 19h30min de domingos. Revisão de Delano Mothé.)