Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Prezado companheiro:

Se você quiser ser feliz, deverá respeitar uma tríade sagrada do bom senso e da sabedoria, pregada por todas as linhas filosóficas e religiosas, do passado e do presente, que, ironicamente, contraria alguns pressupostos mentirosos e assassinos da cultura dos dias que correm. Digamos sejam três proibições que, paradoxalmente, conduzem à vida plena.

1) Proibir-se a saciedade.

Se alguém quer ter mais prazer ou tê-lo melhor, ou por mais tempo, deve usufruí-lo em pequenas medidas, para que haja equilíbrio na sua fruição, sem desgaste desnecessário das estruturas do organismo. Estudos de gerontologia, desde a década de ’40 do século transato, revelam que quem assimila 40% a menos da quantidade de calorias considerada básica pode dilatar sua longevidade no plano físico de vida, em até 50%.

2) Proibir-se a fixação no material.
(Ou: evitar o hedonismo)

Para que se tenham paroxismos de prazer físico, em níveis mais elevados e mais longamente, é indispensável um alicerce sólido de espiritualidade. Especialistas em sexologia afirmam ser o sexo mais prazeroso quando não se busca o orgasmo necessariamente, mas a partilha da alma, que deve ser obrigatória, nas relações íntimas. A melhor forma de viver plenamente é condicionar a vida em função dos valores relacionados à morte – o que equivale a dizer: atinentes aos princípios do espírito eterno que se é.

3) Proibir-se o egoísmo.
(Viver a alteridade, viver em função do não-eu, na máxima medida que se possa alcançar.)

Utilizar os parâmetros do altruísmo, do amor ao próximo, do serviço a Deus e a causas intemporais faz com que o indivíduo, paradoxalmente, tenha satisfeitas suas necessidades mais profundas, mais complexas e mais elevadas. Já é por demais sabido que deficientes mentais e morais, como os “especiais” ou os presidiários, têm melhoras substanciais em seus índices de inteligência intelectual e moral, respectivamente, quando se aplicam a trabalhos de utilidade ao bem comum. O que se não pode obter, com o investimento no amor ao próximo, em ganhos emocionais e espirituais, também no universo do indivíduo mediano da Terra, seja no plano intelectual, emocional ou moral?!

Absurdo? Difícil de concretizar na prática? Não se deixe enganar pela falácia da cultura moderna de que somente os iluminados ou os santos têm condições de viver conforme o espírito. Todos são Espírito. Apenas, alguns têm mais consciência disso e atendem melhor aos reclamos da própria essência espiritual, enquanto outros tateiam nas trevas da ignorância sobre sua real natureza, entre uma frustração e outra, até que, um dia, despertem e mergulhem no oceano do Amor Divino…

Eis por que foi revelado, no clássico da literatura espírita, “O Livro dos Espíritos”, que quanto mais evoluído um espírito, mais feliz ele é. Ou seja: quanto mais espiritualizado, mais integrado à sua própria essência, mais um coração se realiza.

(Texto recebido em 6 de março de 2007.)