por Benjamin Teixeira.

Em resposta à acintosa reportagem de capa do semanário “Veja”, edição 1994, datada de 7 de fevereiro de 2007, redigimos o artigo que se segue, com o auxílio de nossos Maiores do Plano Sublime de Vida, esperando que as mentes lúcidas e os corações sensíveis colaborem com sua divulgação, por todos os veículos de que disponham, seja através de sua lista de e-mails, de amigos da rede social orkut, ou por meios de comunicação de massa, como faremos, utilizando a televisão, em nosso programa – hoje, o mais antigo espírita no ar, há 13 anos.


Prisão dos ateus à fase do pensamento mágico

O fanático vê o mundo distorcido, pela ótica histérica de um ponto de vista que sustenta contra evidências numerosas em contrário, em função de proteger crenças pessoais, secretamente guardadas da exposição pública. Crenças fomentadas por motivos inconfessáveis, como um ego que não pode admitir nada além de si, ou Alguém Maior a Quem deva dar contas de sua conduta e de suas intenções vida afora. Como a criança presa à fase do pensamento mágico, que supõe que, se fechar os olhos, o veículo que vem em sua direção, no meio da rua, deixará de existir, e, assim, ela não correrá mais risco de ser atropelada, estes senhores, com intelecto desenvolvido e inteligência emocional de birrentos guris de três anos, fecham os olhos às inúmeras evidências da existência de Muito Mais, e não apenas de Algo Maior que nós (como assinalaremos adiante).


Política suspeita no mundo acadêmico

Como se pode distorcer a percepção da realidade, de modo tão irracional e anticientífico, ironicamente em nome de ciência? Como dizer que, entre cientistas “mais respeitados”, apenas 3% sejam teístas? Quem estabeleceu o que sejam cientistas de porte? “Mais respeitáveis” por serem componentes de uma organização? Aqueles que são mais incensados e, portanto, menos imparciais em suas análises? Aqueles que precisam mais da aprovação de seus pares, para pertencerem a determinado grupo de elite? – ou seja: menos transparentes e menos livres para apresentarem suas opiniões? Creio que se saiba que um dos critérios para que um cientista seja prestigiado, em meio à comunidade científica, é o número de vezes que ele é citado por seus pares. Então, o que acontece entre aqueles que não costumam ser citados, por, digamos, ferirem os valores do grupo? Ou esses senhores supõem que não possuam valores? Não pertenceriam à espécie humana, então? Esta idolatria da mediocridade atéia já aconteceu no passado, inúmeras vezes. Buscasse-se o exemplo da cúpula do Kremlin, na Moscou de antes do esfacelamento da URSS, e se teria uma maioria esmagadora de “personalidades de elite”, unidas num mesmo ideal que negava a fé em Deus. Será que as academias seriam menos políticas que o mundo da política propriamente dito? Acredito que só negaria esta minha assertiva quem não conhece nada do mundo acadêmico. Como uma cúpula da cúpula poderia ser questionada por um Poder Superior? Só se ela pudesse ser representante deste Poder, e vemos isto no Vaticano. Logo, cúpulas, perdoem-me, são, por natureza, parciais e tendenciosas (quando não desonestas e interesseiras), por mais bem elaborados sejam os seus argumentos, por mais informais que elas pareçam como a civilizada coalizão de homens que se citam reciprocamente em periódicos científicos e se vigiam mutuamente, para continuarem sua masturbação pública de narcisismo escancarado. Por que não sermos mais honestos e utilizarmos, então, toda a comunidade científica, como referencial de teísmo e de deísmo? Ter-se-á, assim, o dado assombroso de que, ao reverso dos 3% apresentados na reportagem, 60% não se deixaram intoxicar pelas vaidades delirantes do mundo acadêmico e acreditam em Deus. Mas houve tempo em que se usou deste tipo de fraude psicológica para convencer as pessoas. Só que, enquanto no passado dizia-se que o Vaticano não poderia ser questionado, agora esses senhores dizem que não podem também ser contestados, porque partícipes do grupo dos “mais respeitáveis”. Não acredito que sejam desonestos. Mas a arrogância famigerada do meio acadêmico gera uma síndrome de distúrbios na personalidade e na própria capacidade de perceber e avaliar dados, de tal modo que lhes não permite notar a total inconsistência de seus postulados.


Inconsistências

Impressiona a pobreza dos argumentos, o ignorarem-se as contra-argumentações dos estudiosos dos fenômenos paranormais e o fato de não cobrirem a vasta gama fenomenológica da paranormalidade, que evidencia a existência de vida além da morte do corpo físico.


Delírio e antiética

Só alguém irresponsável e leviano se daria ao trabalho de disseminar ideias ateístas num mundo em que o desespero e a falta de propósito campeiam. Ainda que a crença em Deus fosse uma ilusão, contribui para a harmonia e a paz sociais. Atacar esta pretensa ilusão seria o mesmo que chamar crianças que brincam felizes, para lhes falar das desgraças e tragédias humanas, já que elas estariam iludidas em seu universo infantil de mitos e crenças mágicas de um mundo fantasioso.


Estupidez dos ateus

A superficialidade das elucubrações filosóficas dos ateus não lhes permite notar a falha básica de raciocínio, uma incoerência de lógica elementar: não se pode provar a inexistência de alguma coisa, mas apenas a sua existência. Ou seja, para quem realmente pretenda ser isento, e deseje se colocar no lado contrário à fé, no máximo pode haver cepticismo, isto é, a dúvida, a espera por novas evidências, porque, repetimos, só se pode provar que algo existe, e não que algo não existe.

A Ciência materialista – não a Ciência de bom nível, que não pode ser materialista, como bem disse Albert Einstein: “O materialismo deixou de existir, por absoluta ausência de objeto de estudo” (ele, por sinal, um teísta: “Acredito não só na existência de Deus, como na de um Deus Pessoal”) – apresenta no máximo, quando consegue, algumas explicações parciais sobre poucos fenômenos, como a reportagem de “Veja” demonstrou claramente. Vamos aos dados.


Experiências de quase morte

No quadro em destaque, ínsito na reportagem em foco, que combatia as experiências de quase morte, por exemplo, esqueceu-se de descrever os inúmeros depoimentos comprovados de indivíduos em estado de morte clínica, que presenciaram, no exato momento em que apresentavam linha reta do eletroencefalograma, ocorrências em salas contíguas ou a milhares de quilômetros de distância, depois checados como perfeitamente autênticos; ou mesmo aquel’outros que continham previsões precisas de eventos que estavam para ocorrer, e que, de fato, vieram a acontecer, nos mais espetaculares fenômenos de precognição. Como dizer que tais fenômenos também tenham sido produzidos pelas ilusões da bioquímica cerebral?

Mas talvez desconheçam, esses senhores, que existem outros campos vastíssimos de pesquisa sobrevivencialista:


As experiências de transcomunicação instrumental (TCI)

Milhares de pesquisadores idôneos, no mundo inteiro, dedicam-se a captar vozes e imagens de entidades alojadas no plano extrafísico de vida, com resultados impressionantes, alguns deles com testes audiométricos confirmando tratar-se os comunicantes de personalidades “mortas”. Os aparelhos eletrônicos, como nossos computadores, também seriam dotados do tal gene da crença em Deus e no mundo espiritual?


Terapia de vidas passadas

Muita vivência de regressão a memórias passadas (não necessariamente de outras vidas) é feita com intenção meramente terapêutica, de modo que não nos fornecem dados que atestem a tese imortalista. Mas que dizer de estudiosos como o Dr. Ian Stevenson, catedrático em Psiquiatria, da Universidade de Virgínia (EUA), que, no século passado, chegou a catalogar 2200 casos que evidenciam a reencarnação, com crianças reportando-se, espontaneamente, a dados concernentes a existências passadas, que foram checados e constatados como verdadeiros?


O fenômeno mediúnico

Chico Xavier escrevia em idiomas que lhe eram desconhecidos, apresentava dados que não estavam sequer na memória de nenhum dos presentes às suas psicografias públicas, exigindo, a exemplo, em certas circunstâncias, pesquisas cartoriais, para a verificação de nomes completos de ancestrais dos destinatários de suas mensagens, que eram citados, na correta posição de parentesco, nos escritos psíquicos do grande médium brasileiro. A caligrafia do “morto” podia, inclusive, em 22% das psicografias de Chico, ser comprovada, com a perícia de grafotécnicos, como sendo, genuinamente, dos espíritos assinalados nas assinaturas, a partir do exame de textos escritos pela personalidade comunicante, quando ainda em vida biológica. Impulsos químicos e elétricos no cérebro? Impressão minha ou o argumento está primário a doer?


Resultados exaustivamente comprovados do poder da oração

Só sobre resultados de pesquisas cientificamente conduzidas, a respeito da eficácia da prece em tratamentos de enfermidades terminais, são mais de mil (é isto mesmo: mil) publicações correntes na internet. A psiconeuroimunologia, de braços dados à neuroteologia – a primeira, responsável por estudar as interinfluenciações entre corpo, mente e imunologia; a segunda, a detectar e analisar o funcionamento de regiões nas circunvoluções cerebrais programadas geneticamente para as atividades místicas e religiosas –, têm trazido importantes dados, conforme as exigências da comunidade acadêmica quanto à importância da atividade religiosa para o bem-estar da criatura humana.


Seleção natural

Se a Natureza, cegamente, por um mecanismo inconsciente e não inteligente propicia, tão-somente, a sobrevivência do mais forte, por que a biosfera terrena se complexificou, além dos seres unicelulares? Os organismos complexos, pluricelulares, são muito mais vulneráveis que os unicelulares, mais sujeitos às vicissitudes do mundo material. Para completar, além de não fazer sentido, sem Um Sentindo Maior, a evolução dos organismos para arcabouços biológicos mais intrincados, há, no tema, outro enigma grave para desbancar a tese materialista: como a seleção natural determinou tal progresso das estruturas orgânicas? Por acidentes na transmissão do DNA? Como, se as primeiras mutações acidentais não poderiam gerar, realmente, ganhos para a sobrevivência, que justificassem, de modo tão esmagador como deveria ser, a passagem do gene alterado para a próxima geração? Um sistema ótico completo, por mais primário, nunca surgiria numa única mutação acidental. E como um nervo exposto à testa, digamos, como primeiro passo à constituição de um aparelho visual, poderia dar ganho na luta pela sobrevivência? Será que esses senhores não percebem o absurdo de supor que as espécies tenham evoluído por “seleção natural”? A seleção natural, sem dúvida, ajudou a preservar os mais fortes, e a eliminar os mais fracos indivíduos e troncos biológicos das espécies. Mas, de modo algum, poderia gerar o processo evolucional, como acima argumentamos. A evolução filogenética aconteceu, sem dúvida: a paleontologia deixa isto claramente atestado no estudo dos fósseis. Mas o Que ou Quem a determinou e dirigiu?  Certamente, não pode ter sido a seleção natural. Pensem, senhores, pensem! Adolescentes seriam mais lógicos!


Universo de significados

Alguém sai de casa com um problema em mente… e uma rádio executa música que trata exatamente da temática. Pensamos em alguém, e o telefone toca. Estamos tristes, abrimos um livro ao acaso, e a página aberta aleatoriamente trata exatamente do tema que nos absorve as reflexões sombrias. Acaso? Só se alguém quiser renunciar ao pensamento racional e, por que não dizer, a uma abordagem científica da realidade. É gritante a existência de uma teia lógica que une eventos, por meio de elos de significado, que ocorrem no cotidiano de bilhões de pessoas em toda parte, a toda hora, bastando, para perceber isso, que se preste atenção a tais curiosas “sincronicidades” (como as denominou o notável psiquiatra e psicanalista suíço Carl Gustav Jung), de uma forma assombrosamente onipresente e oceânica. A lei das probabilidades matemática assevera, secamente, que não estão acontecendo, tais “coincidências”, ao acaso, mas provocadas por uma Inteligência prodigiosamente avançada, ou por uma plêiade d’Elas, coordenando milhões, bilhões de variáveis envolvidas na ocorrência de cada uma destas fortuitas “casualidades”. Bem… quem quiser discutir a validade da lei das probabilidades e ainda se julgar racional e científico em suas propugnações de verdade… fique à vontade.


Para quê, no Brasil?

Se há um fanatismo genocida em vigor em países islâmicos, deveremos concluir que toda religiosidade é criminosa e prejudicial? Que dizer dos milhões que mantêm vidas dignas em condições altamente adversas, sob o zelo oculto de sua fé? Que fazem esses senhores, ante nosso povo brasileiro, já tão sofrido e angustiado, numa era de incertezas crescentes? Onde está o sentido de função social de sua atividade? Onde estariam suas consciências? Têm algo melhor a oferecer para nossa população oprimida, ou para nossa legião de adolescentes aturdidos com um mundo em acelerada corrida para níveis maiores de complexidade?


O novo culto, mesquinho e malévolo

Ironicamente, com a descoberta de que a religiosidade tem bases neurofisiológicas e genéticas – logo, imperiosas, como o instinto de alimentação e procriação –, não se aperceberam os ateus de que criaram outro culto, todavia mesquinho, sinistro e malevolente, que troca realidades do domínio espiritual, esclarecedoras e confortantes, por vazios medonhos, que desesperam e enlouquecem a muitos, enquanto seus epígonos seguem se comprazendo, inconsequentemente, na satisfação de seus vícios inconfessáveis e suas vaidades megalomaníacas, com o beneplácito da impunidade cósmica em que fervorosamente acreditam, mas de que, um dia, dissuadir-se-ão, inexorável e amargamente…


Sugestão de coerência

Em função da presunção alucinada e do cinismo crasso das conclusões materialistas, fazemos uma proposta aos que as sustentam, começando por uma parábola dos tempos modernos…

Puxa-se o plugue da tomada, e o televisor para de funcionar, diante de dois discutidores, quanto a uma hipotética dúvida em torno da existência das ondas hertzianas. Um deles, então, com ar de inteligência triunfante, declara:

– Ah-há! Eu não lhe disse que as imagens de televisão vinham pela corrente elétrica? Desconectamos o televisor da corrente elétrica e “zás”!… as imagens e os sons desapareceram também! Como você acredita nesta bobagem de ondas eletromagnéticas flutuando no ar e sendo decodificadas pelo televisor, para reproduzir uma síntese de imagem e som?

Que pensaria alguém medianamente instruído deste negador? Pois é exatamente assim que nós, teístas informados, vemos os “inteligentes” negadores da realidade espiritual e Divina. Bobos e presunçosos. Claro que os fenômenos psíquicos e espirituais têm bases neurofisiológicas no cérebro. E quem está negando isto? Afinal, estamos asilados em corpos físicos! Seriam imaturos o suficiente para supor que desconhecemos a realidade física e os fenômenos corriqueiros do mundo material? Nós – não os que “acreditam”, mas os que “sabemos” que Deus e a espiritualidade existem – não ignoramos a ciência. Conhecemos muito bem seus argumentos: insuficientes para cobrir o leque gigante de áreas de estudo e a massa ciclópica de evidências da imortalidade, que ateus demonstram, gritantemente, desconhecer. De modo reverso, é comum notarmos, no lado contrário ao de nossa proposição, especialistas de determinada área do conhecimento humano expenderem, desavergonhadamente, opiniões sobre o que desconhecem, em campo diverso do setor do saber que dominam, sem atentarem para o que a outra parte tem a dizer, por desprezarem tanto o adversário, que não se percebem incorrendo no ridículo de argumentações primárias e completamente infundadas.

Mas, tentemos aqui levar a sério suas conclusões e vejamos as propostas que lhes faríamos, para, pelo menos, buscarem ser mais coerentes em suas colocações “científicas”. Como afirmam que, havendo uma área do cérebro para processamento de certos dados, isto implicaria que a realidade atinente a tais dados não exista externamente ao crânio, sugerir-lhes-íamos que não acreditem no ruído dos carros do lado de fora de seu apartamento, nem na buzina do veículo que insistentemente avisa que os atropelará se não saltarem para a frente, porque, afinal, estas percepções não passam de impulsos elétricos e trocas bioquímicas de neurotransmissores no âmago de sua máquina cerebral. Propor-lhes-íamos também, por sinal, que não acreditem na economia, nem no valor abstrato de suas contas bancárias. Quem acreditaria no que não pode ver nem tocar? Principalmente em se tratando de algo tão fora do controle das retortas do laboratório, como estes fantasmas: Mundo Financeiro e Econômico… Até os estudos matemáticos ficam embaralhados em matéria tão difusa, e, certamente, mística… Eles realmente creem que o dinheiro, que não passa de um título, um símbolo, possa ter tanto poder em suas vidas? Por fim, pedir-lhes-íamos um último atestado de coerência com suas ideias: que suspendam imediatamente o tratamento especial que dão aos seus filhos, pais e cônjuges, já que tudo isto é comandado geneticamente, e não faz sentido obedecermos a instintos, nem dirigirmos nossas vidas movidos por eles. Portanto, não só neguem Deus, mas também seu sentimento de amor por familiares, que, segundo sua filosofia científica, deve ser ardorosamente rejeitado, por se tratar, todo ele, de uma construção genética e cultural, sem bases concretas na realidade… Se, entretanto, não concordarem em aplicar suas teorias ao mundo familiar e econômico, cremos que haja algum interesse ou questão inconfessável embutida no fato de, só no quesito religião e espiritualidade, insistirem em impô-las… Afinal de contas, ou se trata de uma convicção, ou não, e, assim, estaremos diante de uma crença fanática e absurda, que protege interesses pessoais e ataca os de outros grupos…

Quanta baboseira, e baboseira perigosa, senhores!…  Enquanto tal ordem de debate (mais ideológico que científico) perdura, milhares de mentes menos informadas e mais influenciáveis sofrerão abalos na esperança. E, como começamos a dizer acima, quem rouba esperanças deve oferecer outra, em um nível muito mais alto de eficiência… Qual têm a oferecer?

Egoicos e narcisistas, à guisa de menininhos tolos medindo o tamanho do falo no pátio de recreio escolar, estejam certos, quer acreditem ou não, que prestarão severas contas a este mesmo Poder Superior que negam, pelo desespero que disseminam numa era de crise e confusão generalizados. Que tapem os olhinhos, com sua masturbaçãozinha ególatra de teorias estapafúrdias, enquanto o Enorme Veículo, porém, continuará vindo em sua direção… estraçalhar-lhes as carnes frágeis do destino… wow!… humano!

(Texto redigido em 4 de fevereiro de 2007. Revisão de Delano Mothé.)