Benjamin Teixeira
por espíritos
diversos.

Abroquelemo-nos na fé, quando formos acossados por dificuldades acerbas. No instante em que, em meio aos desafios mais amargos, supusermo-nos periclitar à beira do precipício, invoquemos a luz da Espiritualidade Sublime, através de súplicas em prece fervorosa.

Indispensável, destarte, ante o torvelinho das provações mais cruéis, encontrarmos a luz de Deus refletida nos escaninhos do próprio coração, em forma de espiritualidade, ideal e fé!

Se tornarmos os momentos de crise mais aguda em períodos de desenvolvimento maior e de consolidação da nossa conexão com Deus, estaremos caminhando a passos largos, rumo a novos parâmetros de consciência.

Gustavo Henrique.

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Teus filhos, tuas bênçãos. Vê se te pões em guarda para não te deixares arrastar pelas seduções do mundo material. Se não vives para um ideal coletivo, de serviço à multidão, a maternidade ou a paternidade é o teu sacerdócio e te dignifica, e mesmo justifica tua passagem pela Terra, consumindo recursos naturais com o funcionamento de teu corpo (*1). Os anos passam rápidos, e, em breves dias, podes te ver contorcendo-te em terríveis remorsos, por não te haveres dedicado mais aos rebentos do próprio “ventre” (entre aspas, porque incluo a ti, também, que és pai ou que tens filhos adotivos). Coloca a fé – que significa prioridade no espiritual, no humano, no familiar – acima de tua convicção no poder do dinheiro, do prestígio, dos prazeres materiais, ou pagarás caro pela inversão de valores que te azucrinará por decênios intermináveis no “além-túmulo” e mesmo nas próximas reencarnações.

Elvira.

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“Curti” muito a estada no corpo, como se costuma dizer. Acho, entretanto, que deveria asseverar: “Afundei muito”. Era dado a provar de tudo. “A vida é curta” – diziam-me reiteradamente, afirmação que tinha por demais eco no meu mundo íntimo, vicioso e relaxado. E lá fui eu, de copo em copo, destruindo minha existência, como se fora um alambique ambulante. “Daqui só se leva o que se come, o que se bebe, o que se goza” – repetia, como uma ladainha, qual lema de vida, que me introduziu à ruína total.

Arrebentei com o organismo; destruí a família que formei, ainda quando meus filhos tinham tenra idade; perdi a oportunidade sagrada de trabalhar; enlameei quanto pude minha reputação; afastei todos os amigos de meu convívio. Nem os religiosos, no exercício da caridade, olhavam-me com bons olhos, parecendo trazerem, na expressão com que me fitavam, o libelo da minha culpa, do meu desmazelo, da minha indisciplina.

Desencarnei cedo, de fato, antes de completar 40 anos de vida física, retornando ao mundo espiritual bem antes do que deveria, do que havia sido planejado ateriormente à minha reencarnação, com débitos acrescentados à minha ficha cármica já comprometida.

Hoje, penso em como, talvez, tivesse sido melhor meu destino, se houvesse recebido uma orientação clara sobre a vida além-túmulo e do que me aguardava, conforme minha conduta no plano material de vida. Não dei trela a esta hipótese nem às oportunidades que se me abriram neste sentido. Um sobrinho meu era espírita fervoroso, leitor voraz de obras sobre o assunto, mas o via como um almofadinha esquisito, sem conseguir ver motivos para me identificar com ele ou buscar aquela Doutrina de Conhecimento e de Amor. Pior para mim. Padeço o que nem teria condições de descrever, nem estou autorizado a minudenciar.

Um “Gozador da Vida” (*2).

(Textos recebidos pelo médium Benjamin Teixeira, em 23 e 27 de janeiro de 2007 – o primeiro, no dia 23, por psicofonia; os dois últimos, no dia 27, por psicografia. Revisão de Delano Mothé.)

(*1) Visão radical, à primeira vista, já que se pode fazer uso de recursos renováveis ao estar reencarnado, sem desgastar o patrimônio dos ecossistemas, mas perfeitamente plausível quando temos em vista a enormidade de condutas antiecológicas generalizadas que campeiam em todas as nações e classes sociais.

(*2) O comunicante revelou-me sua identidade. Entretanto, pelo recente de seu desencarne (final do século passado), com muitos de seus familiares ainda encarnados, não julguei de bom tom publicar-lhe o nome, preservando-lhe, assim, a privacidade, bem como a dos seus.

(Notas do Médium)