(Cap. 6, Tomo 1 de “Maria Cristo”)

 

Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia-Aspásia.

 

Um ritual (método, em verdade) axial de vibração pela paz no mundo, para que se forme uma rede de repetição vibratória superior na crosta planetária.

A mente humana é basicamente idéia e emoção (e seus desdobramentos inúmeros, como memória, razão, intuição e sentimento). Todavia, para potencializar seus efeitos, a imagem surge como força geradora-agregadora-diretriz, fomentando, assim, um trabalho mais consciente, com seus mecanismos profundos e complexamente interconectados e inter-influenciáveis.

Quando se fala em Deus, pelo atávico e arraigadíssimo condicionamento à figura de poder masculino, há pelo menos três milênios, tanto no Ocidente, como no Oriente (com pontuais exceções – como, em alguns aspectos, a cultura hindu), sente-se, inconscientemente, estar-se travando contato com ou falando de uma Força ou uma Consciência Masculina.

Obviamente, Deus está muito acima destas feições primitivas de divisão e conceituação das consciências em pólos psicossexuais. Todavia, ao inconscientemente associar o Criador ao arquétipo do masculino, a esmagadura maioria das criaturas subentende, num nível emocional profundo, que Deus é implacável, cruel, intransigente, violento e egoísta, assim como entendem ser o masculino em suas feições psicológicas gerais e, sobremaneira, nos seus aspectos arquetípicos ancestrais (que são mais fortemente projetados, nos processos inconscientes, como este). Diante disto, pode-se facilmente inferir que, para gerarmos uma rede de vibrações acolhedoras e serenas, em torno do orbe, teremos que visualizar, coletivamente, uma figura doce de mãe acolhedora, mas de modo intencional, para combater os condicionamentos inconscientes contrários.

No Oriente, as figuras femininas numinosas são ambíguas, como as deusas Káli, Parvati e Shakti (do hinduísmo), tendo aspectos amorosos e cruéis, simultaneamente, sobretudo a primeira, representada com inúmeras mãos, tendo, entre elas: a que abençoa e a que oferta, bem como a que empunha uma espada, para decepar a cabeça de um homem, e uma outra, que segura esta cabeça. Somente a figura poderosa da Imagem de Maria, sempre dadivosa, sempre receptiva, sempre indulgente pode fazer frente ao potencial avassalador do machismo imperante na civilização terrícola como um todo (o Oriente Médio, com seu Patriarcalismo delirante e fanático, e o Oriente Extremo, com seu machismo frio e cruel, revelam que, pelas “bandas de lá”, excetuando-se a Índia, as coisas vão muito pior neste sentido).

Observe-se que, ao racionarmos desta maneira, estamos, num primeiro momento, considerando, tão-somente, o elemento psicológico e seus resultados “automáticos”, por assim dizer, que teriam efeito, independentemente da existência ou não de uma inteligência espiritual autônoma, por detrás de tal fenômeno da mente humana. A par disso, porém, sabemos que, de fato, a Mãe de Jesus, o Grande Buda do Silêncio, que reencarnou na Terra, há dois mil anos, não só existe, como emite, continuamente, ondas espirituais de fraternidade e união dos povos, não prescindindo, porém, de “antenas receptoras-repetidoras”, digamos assim, de suas emanações psíquicas, na freqüência vibratória dos espíritos jungidos à matéria. Maria, assim, “precisa” (ousemos falar deste modo, para exortar todos à responsabilidade ingente desta tarefa) de uma rede suficientemente expressiva de criaturas que, conjugadas, orem, todos os dias, no padrão emocional do espírito feminino (acolhimento e ternura), a fim de que haja aumento do potencial energético dos que já o fazem, inconscientemente, há séculos, no culto do Ângelus (a hora do Ave-Maria – 18 horas). Como católicos, rosa-cruzes e esotéricos diversos vêm preservado esta tradição informal (lamentavelmente em declínio progressivo há muito mais de um século), vamos todos nos unir a essa massa gigantesca de almas, e reforçar a ponte de Luz que faremos, com nossos potenciais mentais frágeis, individualmente considerados, mas que, em esforço coordenado, podem-se fazer ciclópicos. Na nossa dimensão, o plano extra-físico de vida, há muito tempo nos detemos nessa prática, como tradição milenar, e, daqui, vibramos, descendo as dimanações mentais de Maria, do diapasão excelso em que Ela se expressa, até o nível próximo da crosta, nas circunvizinhanças psíquicas dos irmãos encarnados. Falta-nos, agora, o último elo da corrente, para que pacifiquemos a Terra, para que restauremos a paz em toda parte, para que implantemos o “reino celeste” de Deus, como prometido por Jesus, Seu maior médium da fala, em todos os tempos, até hoje.

Alguém levantaria a questão do fuso horário. E nós responderíamos, sem qualquer espaço a confusões demasiadas, que cada um deve seguir o horário oficialmente estabelecido onde estiver residindo ou transitando, a fim de que, então, componha a “força-hora” daquela localidade. A cada dia, 24 vezes se repetem as 18 horas, conforme o percurso de rotação geofísica, com algumas quebras fortes desta corrente mariana, lamentavelmente, pela carência de contingentes humanos no culto do ângelus, em determinados fusos-horários. Mas devemos nos dividir, mesmo assim, respeitando às convenções de hora, a fim de organizar as forças espirituais de modo mais equilibrado e fácil. Façamos, ao menos, no fuso oficial brasileiro (*1), uma poderosa “força-tarefa” (*2) de oração-mentalização.

Que fazer, então, em termos mais práticos:

Recolha-se, à hora do Ângelus. Se estiver no trânsito, estacione seu veículo no acostamento, em sendo possível, para a prece-meditação. Se estiver no trabalho ou em sala de aula, retraia-se para o seu íntimo, fechando os olhos, ou conduza-se a um lugar isolado, para fazê-lo. Se estiver em casa, vá a seu quarto e ponha-se comodamente em posição confortável, mas que não dificulte o estado vígil de consciência, de preferência com música ambiente relaxante e/ou que induza ao enlevo, como uma das inúmeras composições clássicas apologéticas a Maria. O tempo ideal, neste mister, deve ser de cinco minutos, no mínimo; de meia hora, no máximo. E, assim concentrado, tranqüilamente, siga, mais ou menos, estes passos (*3):

1) Visualize a Mãe de Jesus, da forma mais pura, amável e doce que você puder criar (pode fazer uso de uma imagem conhecida dela, de memória, ou mesmo em frente a você, como um quadro da “Virgem Santa”.)

2) Visualize fortíssima luz branca emanando d’Ela para você, preenchendo-lhe o ser.

3) Visualize a Luz d’Ela irradiando-se para todo o globo, envolvendo o planeta em bondade e ternura…

4) Durante esta prática, concentre-se e vibre sentimentos de amor, paz e total confiança no Amor Divino, na Infinita Bondade de Deus, n’Ela representados, como Figura Majestosa de Mãe Universal.

5) Um pedido de paz para a Terra ou de paz e amor entre os homens pode ser repetido como um mantra, durante toda a prática, caso o indivíduo sinta tal recurso, como um facilitador de sua mentalização.

Somente isso? – você perguntaria. Atender à conclamação exarada neste capítulo e no anterior, meu amigo, minha amiga, constituirá um desafio permanente em sua vida, já que simplesmente representam uma mudança radical de padrão de consciência, caso a leve a sério e tente, efetivamente, aplicá-la como uma diretriz ou filosofia existencial permanente, uma política de comportamento e de valores. E esforço evolutivo não é fácil para ninguém.

Todavia, faça o que você puder. Se notar, os dois itens representam elementos-geratrizes de vibração superior, a se retro-alimentarem continuamente. Não adianta somente orar uma vez ao dia, e passar o restante do tempo na faixa do ódio e do medo, da competição exacerbada e na suspeita e desconfiança de tudo e de todos. E não adianta só estar calmo, sem orar ou meditar, com fervor, mesmo porque nem é possível estar sereno, em meio aos horrores da rotina moderna, sem o hábito sistematizado da prece e/ou da meditação, como dissemos no capítulo anterior. O que pedimos aqui, porém, é uma oração direcionada à paz do globo, para colaborarmos com a Mãe de Jesus em Sua missão de salvar a Terra. Nada impede, contudo, que se tenha outro horário, no dia, para práticas diversas de oração, meditação e reflexão.


(*1) Existem, geofisicamente, quatro fusos-horários no Brasil.
(Nota do Médium)

(*2) A expressão de origem militar foi propositalmente selecionada para dar esta conotação à convocação do Plano Superior.
(Nota do Médium)

(*3) Não se exija seguimento rigoroso deste esquema, como, ademais, em tudo que diga respeito ao espiritual e mesmo à vida como um todo. “A letra mata, o espírito vivifica”, já dissera, com acerto e sabedoria invulgares, o Apóstolo Paulo, há dois milênios. O importante é que faça, da sua melhor forma, a vibração do que houver de mais nobre e puro em seu coração, a benefício da humanidade, e, por conseqüência, de você mesmo.
(Nota da Autora Espiritual)


Aviso:

Esta mensagem corresponde à da segunda-feira, primeiro dia útil da próxima semana, sendo publicada logo neste sábado, dia 30 de julho, para fins didáticos, não interrompendo os estudos de quem seguiu esta série de quatro capítulos publicados do Tomo 1, a Tese, do livro “Maria Cristo”. Vai, portanto, figuar como “mensagem do dia” no site, até as 24 h da próxima segunda-feira.