por Benjamin Teixeira

 

O ex-Menudo Roy Stephan Rossello, espírita convicto e confesso, esteve conosco, na reunião mediúnica fechada desta terça-feira – Roy está trabalhando nos exaustivos e últimos preparativos para o Maria Cristo 2007 deste domingo (*). Mais uma vez, entre magníficas psicografias de caráter pessoal, contendo elementos íntimos que desconheço, no sempre inaudito espetáculo da imortalidade palpitante da alma humana, além das comunicações recebidas pelos outros médiuns presentes, foi inevitável que, antes e depois da parte central dos trabalhos – os mediúnicos propriamente ditos –, apresentássemos aos convivas do banquete espiritual a figura celebérrima que se fazia entre nós.

Para, no entanto, contextualizar (ou criar impacto para) o comentário que farei em torno de particularidade prosaica, a respeito desta apresentação, cabe-me destacar: foram 25 milhões de cópias vendidas em todo o mundo! Poucas celebridades e bandas, em toda a história da discografia mundial, conseguiram igualar ou superar esse feito. Foi o que o grupo Menudo chegou a vender, durante os seus 4 anos de existência, nos anos 80 do século passado. No auge do sucesso, estiveram no Grammy Awards, com Michael Jackson, e, num único show, realizado no Morumbi, em São Paulo, reuniram nada menos que 200 mil pessoas, alucinadas, na febre que assolava o Brasil por aqueles dias.

Apesar de todo este currículo, quando falei sobre o famigerado grupo aos que, presentes à reunião, compunham a garotada de 20, 25 anos – os adultos jovens de hoje (embora minoritários nesta assembléia mais íntima) –, ninguém se recordava do frisson dos Menudos. Não adiantava dizer, com altas doses de humor, que Roy era o charmoso garoto que costumava menear a cabeça, numa graciosa ginga, para retirar os cabelos de cima dos olhos. É tão estranho!…

Isso nos faz refletir na evanescência da vida humana, no campo material de existência, e sobre como as gerações se sucedem, umas às outras, quase que atropeladamente. Recordo-me de quando, ainda na adolescência (nos tais anos 80), achava ultra-elegante a geração de meus pais aludir à quase mística década de 60, e a citação parecia tangenciar uma época tão longínqua, como se distasse Era Glacial daqueles dias… Pois bem: aquela última borda do futuro, como tão moderno parecia o decênio dos 80, converteu-se num passado cada vez mais recuado, e de que cada vez menos gente se lembra, com memórias originais e não de “segunda mão” (as transmitidas por vídeos, documentários, pela cultura de um modo geral).

O que estaremos fazendo ou como estaremos, em mais 20, 25 anos? O que teremos para rememorar de bom? Teremos cumprido nossas tarefas, nossas missões existenciais, a contento? Estaremos com a consciência em paz, com o sentimento de reto cumprimento do dever?… Ou estaremos frustrados e angustiados, no horror inqualificável e irreparável do tempo e das oportunidades perdidos, se não mesmo – pior ainda – aproveitados inadequada ou indevidamente?

Reflitamos agora, não importando a idade que tenhamos. Pois, amigos, muito mais rapidamente do que talvez suponhamos, as horas correm… e nossas vidas e ensejos de trabalho, bem como de realização e aprendizado, esvaem-se juntamente com eles…

Oremos, pedindo inspiração ao Alto para esta tarefa de ingente seriedade – a de planejar a utilização criteriosa do tempo –, e relativizemos nossos sonhos – tornando-os projetos exeqüíveis –, colocando os interesses pessoais a serviço dos coletivos. Que nosso natural instinto para a comodidade e para a proteção da própria “pele” não se convertam em impedimento para a audácia do vôo espetacular da fé, da transformação milagrosa do espírito.
Para isso, coloquemos, invariavelmente, acima de tudo, o ideal, a consciência, a vocação, o espírito de serviço, o desejo sincero de partilhar, doar e amar. Que a solidariedade, o altruísmo e a caridade façam-se notas dominantes em nossas existências, porque, queiramos ou não, gostemos ou não, a morte nos ronda os calcanhares (e as jugulares) de perto… bem de perto, às vezes quase nos sussurrando, à acústica das próprias almas, vaticínios sombrios…

Não recebi autorização para revelar as identidades (nem posso pedi-la, à altura das 3h30 da quarta-feira 25 de julho, em que estou); por isso, seguem, deste modo, as impressionantes revelações: uma das estrelas que subirá no palco, neste Maria Cristo 2007, do próximo domingo, estaria, na semana passada, no vôo que, “espetacularmente”, espatifou-se, em meio a duas gigantes explosões, no aeroporto de Congonhas. Desistiu do vôo… veio depois… Pois bem, elucubremos… Será que a pessoa teria sido inspirada a mudar de rota, de programação para sua vinda à nossa cidade, se não estivesse escalada a participar do evento em homenagem à Nossa Mãe Santa?  A Mão Poderosa de Maria interveio… e muito… Irmão de outra queridíssima e íntima amiga, que freqüenta a mesma reunião mediúnica de terça, estaria, igualmente, no sinistro vôo. Fazia, por sinal, uso, semanalmente, daquele exato vôo, justo naquele dia da semana. E, somente nesta vez específica – que “coincidência”, não? –, desistiu de vir. Colegas seus desencarnaram. Ele, porém, está aqui, ainda entre nós… Seu misterioso resgate, da goela sanguissedenta da morte, teria sido um presente especial para a amiga devotada, que está trabalhando ativamente, no núcleo de divulgação do grande evento, em preito a Maria Santíssima, e que não poderia ser abalada na última hora, com uma tragédia familiar?

De reversa maneira, há exatos dois anos, impelido pela intuição, aproximei-me de jovem que freqüentava nossas palestras, dizendo-lhe que deveria se aproximar de nosso núcleo e integrar-se mais aos trabalhos, embora desconhecesse a razão. A família, no entanto, envolvida numa sanha obsessiva, afastou-se de nosso núcleo de atividades espirituais. No espaço de apenas dois meses, em plena juventude, o rapaz, que nem sequer completara 20 anos, sofreu grave acidente automobilístico, ficando paraplégico, além de ser onerado com outras graves disfunções íntimas, inconfessáveis. A mãe do moço destroçado procurou-me, em seguida, tarde demais, pedindo-me desculpas, como se houvesse acontecido um castigo pelo afastamento de todos!… Pasmei com a blasfêmia, embora compreensivo ante a tragédia para um coração de mãe. Castigo? Deus não castiga os que se afastam d’Ele! Premia os que se Lhe mantêm vinculados. Não por força de uma Vontade tirânica ou caprichosa, mas pela lógica das conseqüências. Precisamos do Divino e do Espiritual: se nos mantemos distante d’Isso, pagaremos o preço da desconexão, tanto quanto um organismo aeróbico morre sem oxigênio. A questão é que o Criador, com Seu Respeito Infinito (como Perfeito e Infinito em tudo que É), jamais nos cercearia a liberdade, inclusive a de nos afastarmos d’Ele-Ela.

Pensemos nisso, amigos… na fragilidade da vida humana e na certeza-incerteza de nossa morte física – certeza de que acontecerá; incerteza quanto ao momento em que ocorrerá –, e tratemos de nos pôr alinhados com o que realmente importa, o essencial para nossa felicidade e paz: tudo que concerne ao ser eterno que somos, prioritariamente ao que tangencie o veículo orgânico de que nos utilizamos para, provisoriamente, nos manifestar no domínio físico de vida, e que por aqui mesmo ficará, quando nos desvencilharmos deste que constitui mera máquina biológica.

E quanto a você? Já se sente engajado e comprometido com o que sente ou intui ser o essencial?

(Texto psicografado em 25 de julho de 2007. Revisão de Delano Mothé.)

(*) O Maria Cristo 2007 acontecerá neste domingo, 29 de julho, às 19h30, no Teatro Tobias Barreto. Ingressos na “Líder Celulares”, do Shopping Jardins. Mais informações, pelo telefone 3041-4405.