por Benjamin Teixeira.

Como gostaria de ler isso, se acompanhasse o projeto Salto Quântico a relativa distância, e por autorização e pedido dos mentores espirituais, a que sirvo, dentro de minhas numerosas limitações, resolvi trazer a público, mais uma vez, um pouco de minha biografia pessoal.

Aos 19 anos, me sentia um velho. Desde os 12, sofria fortes chamados místicos para a vida religiosa, que me faziam, inclusive, acordar, sobressaltado, na calada da noite, em meio a cenas indefiníveis de devoção e ascetismo que me aturdiam a mente adolescente. Lia, desde o início da fase “teen-age”, aqui ou ali, textos a respeito de assuntos espirituais-esotéricos. Uma sensação tremenda de peso parecia me esmagar os ombros. Já era espírita, desde os 17. Resolvi visitar Chico Xavier. A presença do Avatar (*2) irradiaria para mim, certamente, alvitres diretos ou ao menos telepáticos do que fazer.

17 de fevereiro de 1990: Conheci o Anjo, pessoalmente: bondade transbordante, energia excelsa… Chico me falou alguma coisa… Dr. Bezerra prometeu, através de sua mediunidade sublime, ajudar-me na minha aflição. Tinha perguntado a Chico o que fazer, pois que tinha a intuição clara de que um projeto de divulgação em massa do Espiritismo iria se processar por meu intermédio.

26 de abril de 1990. Completava, naquele dia, 19 anos e meio de idade. O sol parecia espraiar seus raios luminosos com mais beleza. O parque Teófilo Dantas… a banca onde sempre comprava jornais e revistas. Lá estava o texto: “A Dor”, no “Jornal da Manhã” (hoje extinto), minha primeira publicação. Graças a Deus! Finalmente tinha começado, finalmente era útil. Sabia que seriam (embora isso possa ser suspenso a qualquer hora), 60 anos da parte essencial do trabalho. Não podia portanto, adiar… já estava tarde… estava… céus!… com quase 20 anos!!!

Dos 60, 13 se passaram… graças a Deus!, digo novamente. Mas, repito: isso pode ser cancelado a qualquer momento, e os mentores podem, em qualquer tempo, achar por bem me levar de volta.

Em 1991 comecei a fazer palestras e a exercitar a mediunidade de modo técnico, sistemático, além de também fazer as primeiras incursões na radiofonia espírita. Em 1992, 4 de fevereiro, as reuniões públicas tiveram início (mantidas até hoje semanalmente) e participei, pela primeira vez, no longínquo 10 de abril daquele ano, de um programa de TV, de que, lamentavelmente, não me recordo o nome, respondendo, em nome do Espiritismo, sobre o tema: “Depressão”, na também extinta “TV Jornal”. Em 22 de janeiro de 1994, por fim, foi lançado o programa de TV, o carro-chefe do projeto dos Espíritos que se processa por meu intermédio, à época chamado “Além da Morte”. Em 1995, entre maio de junho, a publicação do primeiro livro e o pool de emissoras de TV, entre Bahia e Sergipe (TV Aratu e suas quatro repetidoras daqueles dias, em território baiano). Em 1996 (maio), o início das visitas anuais aos Estados Unidos para fazer palestras, e o programa que passou a ser nacional (29 de janeiro), com captação por parabólicas. Em 1997 (setembro), sua exibição nos Estados Unidos também e a primeira visita, também para circuito de conferências, na Suíça (junho)… Nos anos seguintes, a publicação de uma série de 15 livros, além de outros 15 que aguardam ser trazidos a lume, com uma abençoada expansão de minhas modestas faculdades mediúnicas, por mercê de interferências múltiplas e profundas dos bondosos mentores espirituais (hoje recebo mensagens pessoais, além das coletivas, diariamente, com provas diuturnas, para mim e os que me cercam, da fabulosa realidade imortalista da Vida!!!) E, por fim… em 2001… o programa entra em rede nacional de televisão, sendo transmitido para todo o Brasil, em cadeia de TV, semanalmente, desde então, pela Rede Brasil-TVE.

Como tudo aconteceu rápido! E como tudo, ao mesmo tempo, foi laborioso, lento, difícil, angustiante por diversas vezes, quase-desesperador em alguns instantes. As incompreensões, as calúnias, as dificuldades financeiras, as adversidades culturais e religiosas, a deserção e traição de amigos (ou diria pseudo-amigos?), o ataque de entidades e organizações criminosas do plano invisível de Vida, e, principalmente, minhas enormes limitações evolutivas para um trabalho tão ingente e de tamanha responsabilidade! Mas, por outro lado, como fui agraciado com a orientação e a ajuda contínua dos mentores espirituais, dos amigos fiéis que não me abandonaram em momentos difíceis, de colaboradores e apoiadores que estiveram presentes e ativos, quando os convocamos à obra, da inspiração e proteção divinas em toda circunstância, propiciando o acontecimento do melhor, evitando a ocorrência do pior! De tal modo que posso, tranquila e seguramente, dizer agora: se hoje estou onde estou, devo, em grande medida, se não em quase toda ela, à interferência da Divina Providência e Seus emissários, encarnados e desencarnados, em cada departamento do projeto Salto Quântico e de minha própria existência, nessa magnífica teia de interdependência amorosa, que nos une, ao infinito, rumo a Deus…

Agora, com 32 anos e meio de idade, conclusos no dia de hoje (pareço quase 10 anos mais com uma providencial calvície precoce e um sobrepeso que me dão ares senhoriais), posso falar com maior credibilidade do assunto, muito embora eu, particularmente, creia que ninguém com menos de 50 ou, no pior das hipóteses, menos de 40 poderia se aventurar em terreno tão complexo e grave. Ninguém mais me chama de “menino prodígio” (alcunha que me soava francamente ridícula – eu era e sou médium, não “prodígio”), nem, por outro lado, me olha de través, como que a dizer: “O que esse fedelho pode ter a me dizer?”. Vou, assim, lentamente, ficando em paz.

Gostaria de dizer aos prezados leitores do site, mas principalmente aos mais jovens que eu, que tenham paciência com suas próprias limitações e com as do mundo, no sentido de descobrir quem é, e de encontrar uma forma de se expressar e se encaixar na realidade externa. Com o tempo, se sabemos nos conduzir com um mínimo de bom senso, determinação e disciplina, tudo se resolve, e para além do que imaginávamos possível, não propriamente no sentido de maiores realizações exteriores, mas de maiores bem estar e auto-aceitação, de equilíbrio, paz e felicidade. É isso que o tempo nos dá, paulatinamente, como presente pelos anos que vivemos. Como me disse Eugênia, certa vez, no início de 1995, que o jovem seja como a semente de carvalho que, germinada, quanto mais velha fica, mais frondosa se faz a árvore, oferecendo sombra e abrigo, e não como a semente de grama, que hoje é verde e amanhã se converte em nada.

Que ninguém tema a idade. Na natureza, tudo evolui. A fruta só presta quando está madura, e, quando apodrece, converte-se em miríades de sementes, podendo reproduzir, às vezes às dezenas, quiçá às centenas, a fruteira que lhe deu origem. Vivemos numa cultura que teme o passar do tempo, que idolatra a juventude, que abomina a velhice, o que é um contra-senso com relação ao progresso, já que em civilizações realmente avançadas os anciães gozam de maior respeito e prestígio. Vivemos a cultura das academias, cosméticos e cirurgias plásticas, a civilização que cultua a beleza jovem, o corpo eternamente (púbere), a carinha sempre esticada de bebê, como se fosse bom ser bebê. Claro que é bom e mesmo necessário e obrigatório cuidar do corpo, TANTO QUANTO DO ESPÍRITO… eis a questão. Mas se erra redondamente na linha de prioridades e dá-se prevalência à casca, que apodrece, esquecendo-se do conteúdo… que fica para sempre…

A vocês, mais jovens, e para os mais jovens pelo espírito, digo, de coração: não há nada de bom na juventude do corpo, além da maior vitalidade e da saúde, que podem relativa e razoavelmente ser preservadas, com alguns poucos cuidados. As incertezas, as angústias, as crises de identidade, de sentido para viver, de não se saber o que se é, o que se quer, para onde se vai, de não se saber a quem procurar, como procurar e para quê, de não se saber onde se escorar, como se proteger, de que forma se nutrir emocionalmente, ficar em paz, ser feliz, amar e demonstrar afeto, estar pleno… De como se divertir sem excessos, de como trabalhar sem se matar, de como dirigir as emoções e comportamento, de como falar sem ser inconveniente, de como suplantar a timidez e saber ser assertivo… A ausência de tudo isso é característica própria da juventude… mas não só do corpo… e sim também do espírito, porque há pessoas que têm o corpo envelhecido, mas cujas almas continuam infantis e tolas, perdidas e desajustadas, sempre em busca da próxima aventura, alheias de si e de tudo que as circunda, apatetadas, dementadas, amiúde deploravelmente cheias de si, como se fossem donas do mundo, da verdade… e do tempo… que as consome… implacavelmente, rumo à cova das desilusões, e ao abismo infernal das frustrações sem remissão… São, portanto, espíritos de pouco adiantamento evolutivo que nos merecem piedade, pela imensidão de suas dores, decepções, desejos insatisfeitos… numerosos… torturantes… pelo vazio e pela raiva, pela inveja e pela revolta que lhes toma, sem solução…

Hoje… o Salto Quântico completa 13 anos. Eu, no final deste ano, completo 33… aquela idade que, culturalmente, associa-se à “idade de Cristo”, por se supor, no passado, que teria sido a idade com que Jesus teria deixado esse mundo físico (o Mestre, em verdade, conforme descoberta mais recente, feneceu no ano 33 de nossa era, mas já com algo em torno de 37 a 41 anos). Com essa alusão à idade do Cristo, gostaria de revelar meu desejo frustrado (embora lute todos os dias comigo mesmo) de ser um pouco mais crístico e menos primitivo. Gostaria de ser um ser humano melhor, menos comum. Lamentavelmente, muito embora não seja o demônio que alguns pintam a meu respeito, estou muito longe de ser o anjo que alguns gentilmente vêem em mim e que deveria ser, pela extensão e seriedade do trabalho que executo. Sou apenas (não se trata de modéstia, mas de uma constatação prática) uma alma sincera e idealista, que tenta cumprir seu dever e atender ao chamado que lhe foi feito, que tenta se colocar a serviço de Inteligências do Plano Superior de Vida. E, por isso, pela disparidade entre o pouco que sou e o muito e importante que se dá por meio de minha insignificante pessoa, peço aos queridos leitores, telespectadores e amigos do projeto Salto Quântico que orem por mim, a fim de que eu acerte mais e erre menos, para que, como diz Eugênia: “uma epidemia de amor, de otimismo, de esperança, de felicidade possa se espraiar por sobre a Terra”, através da filosofia de vida da felicidade que ela pregam, principalmente pelo programa “Revolução”. Por isso, pela grandeza desse ideal da mentora-anjo Eugênia, não ouso questionar a continuidade do projeto, esmagando minha desimportante personalidade e seus receios tolos, para que Ela e seus Amigos possam se manifestar, e trazer essa mensagem superior ao mundo, essencialmente cristã, do júbilo, do regozijo, da alegria da “Boa Nova”, a fim de que haja paz e felicidade na Terra… quanto antes, na maior medida possível… e em toda parte.

Sempre à sua disposição,

O amigo e irmão em ideal,

Benjamin Teixeira.
Aracaju, 26 de abril de 2003.

Para contactar Benjamin:
benjamin@saltoquantico.com.br

(*1) Se você leu esse texto antes de 2:30 h de domingo, dia 27 de abril, importante saiba que o sétimo parágrafo, aquele que começa com: “Como tudo aconteceu rápido! (…)”, sofreu substancial acréscimo, valendo a pena relê-lo.

(*2) O vocábulo “avatar” provém do hinduísmo e faz alusão a “encarnações divinas entre os homens”. Obviamente, fiz uso do termo de modo metafórico, apenas para fazer um retrato emocional fiel do quanto compreendia na mediunidade do santo e puro Chico Xavier: a expressão da Voz de Deus sobre a Terra.